Capítulo 71

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- Não quero mais te ver triste... - ela parece sincera, mas não posso.

- Se te conforta, saiba que você consegue me tirar da perdição que me encontro às vezes... - ela suspira.

- Confia em mim... Eu só quero que confie em mim e deixe que eu te cure... - rio amargamente.

- Vaso quebrado não tem conserto. - sinto sua mão acariciar meu peitoral e aos poucos consigo ver sua estatueta no escuro.

- Se eu aceitar você promete me contar tudo... - "Não!"

- Prometo! - " Não prometo não! "

- Então eu aceito! - gargalho e afasto a mão dela.

- Não seja promíscua! Só aceito quando seu sim for de coração e não por interesse no meu passado! Prefiro sair atrás de uma prostituta a sujeitar você a isso!

- Você é  um idiota mesmo! Acha que estou fazendo isso por me interessar somente em seu passado sujo? - respiro fundo - Se enxerga Dimitry,  para de ser tão baixo quando for se dirigir a mim, estou realmente  cansada disso! Cansada de ver seu emocional e seu físico definhando! - "Vontade matar essa garota!" - E promíscua é  a puta da Karoline que ficava com você sem compromisso!  - Me levanto e acendo a luz, Vitória  defende os olhos no começo por causa da luz e me aproximo dela "Não ouse falar da Karoline!" Agarro seu braço.

- Você tenha muito cuidado quando falar de Karoline! - digo com arrogância. 

- Me larga! Está machucando meu braço!  - ela tenta escapar, mas uso toda força que tenho para prender ela na cama.

- Se ousar falar uma palavra a respeito dela novamente eu... eu... - "Mata logo!" Seus olhos são desafiadores e ela não sente medo de me encarar.

- Fala! - ela grita - Você me mata?! - ela cospe as palavras de tanta raiva - Tente! Tente! Mas faça isso, porque se eu ficar viva te mato! - meu sangue ferve e aperto mais seus braços,  por incrível que pareça não quero fazer isso, mas minhas células pedem que eu espanque essa insolente, invés disso solto seu braço e me afasto da cama, não quero agredir uma mulher se não for para recompensa-la depois. E definitivamente não irei recompensar Vitória, ela se senta na cama e depois de alguns segundos se levanta e para em pé na minha frente olhando em meus olhos.

Balanço a cabeça e dou um passo para trás,  não quero machucar  ela, não posso deixar a vadia vencer e tudo a minha volta me odiar, apesar que tenho praticamente certeza que ela já me odeia.

- Fala Dimitry! - ela cobra e coloca a mão sobre meu peito esquerdo, seus olhos se enchem de lágrimas-  Fala! - ela pede em voz baixa, não consigo reagir, pois sei que uma parte de mim teria coragem de fazer isso e depois sentiria prazer.

Balanço a cabeça novamente e me afasto da sua mão com outro passo para trás. Ela abaixa a cabeça e leva a mão no rosto, sei que está secando uma lágrima, ela levanta a cabeça séria e volta a colocar a mão no meu peito "Não faça isso Vitória... "  Quando dou outro passo para trás acabo encostando na parede.

"Judia dela amorzinho!"

A voz da vadia invade minha cabeça e sinto medo do que sou capaz se ela continuar aqui. Vitória toca novamente meu peito e acabo fechando os olhos e engolindo seco.

- Para de se fechar! Eu vou te ajudar! Me escuta Dimitry! - sinto seu corpo quente me abraçar e fecho as mãos em punho.

- Não faça isso Vitória... - ela aperta com cuidado o abraço, a sutura não dói e esse gesto acaba me matando de várias formas.

- Eu não te odeio por sentir essas coisas, deixa eu te ajudar! - "Mata ela agora Dimitry! "  olho para a cama e a vadia está me observando. "Sai! Me deixa ser feliz!" Ao invés de ouvi-la retribuo o abraço e me abaixo no chão,  Vitória não me solta e apenas se abaixa comigo também. Olho para a cama e ela ainda está lá. "Você não pode ter ela! Não do jeito que está começando a querer!  Vai fazer o mesmo que fez com sua ex namoradinha!" Nego com a cabeça.  Vitória me encara e deposita um beijo na minha bochecha.

- Consegue enxergar o porquê não posso te ajudar! Você não deixa eu saber o que está fazendo isso com você... - a voz doce de Vitória e seu abraço quente me deixa seguro e não sinto medo de estar no mesmo ambiente que a vadia.

"Vou fazer você se arrepender de me trocar meu bem!" Se forma um nó na minha garganta. Nunca quis esse monstro me perturbando. Aperto Vitória e coloco minha cabeça em seu ombro, não quero que ela vá embora, mas tenho medo de que acabe mal se ela continuar perto de mim. "Sabe que quer a vida dela! Ela não te ama! Ela tem pena de você! Pena dos retalhos que sobraram de você! " "Não vou ouvir o que você diz!"

No fundo sei que é  verdade e que na verdade ela não tem sentimentos por mim, está aqui por pena. Aperto os olhos e esfrego a cabeça em seu pescoço.

- Está tudo bem... Eu não tenho medo de você Dimitry, só quero que me diga o que você fez ou o que fizeram a você... Por que diz que  matou seu pai e sua babá? - meu coração acelera. "Dó! Ela tem dó de você! "

- Por favor, não quero falar sobre isso, apenas fica aqui quietinha até  eu me sentir bem novamente...

- Está passando mal!? - Vitória ameaça  se levantar - Vou chamar o médico.  - "Você não entende que o médico não vai me ajudar!"

- Não é  dessa forma, só  não sai daqui agora. - ela se acalma e olha em direção a cama, volta a olhar para mim e suspira.

- Queria ver o que te assusta tanto! - "Você!  A vadia! Todos me assustam."

Fico em silêncio  e Vitória não diz nada também,  apenas deixa que eu fique encostado em seu corpo e repousando minha cabeça sobre seu ombro.

Mesmo com a voz horrível da monstra me dizendo o quanto sou inútil e perverso acabo adormecendo nos braços de Vitória.

Ai ai coração!

Abominável - A lei da AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora