Capítulo 19

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Vou ao quarto de hóspedes e pego roupas secas, decido tomar um banho também e entro no banheiro do meu temporário quarto, tranco a porta e deixo a água escorrer pelo meu corpo, depois de alguns minutos saio e me troco, decido ir comprar algo para mim e meu paciente comer.

O fato de imaginar que estou estudando o comportamento de uma pessoa me alegra, mas ao mesmo tempo me assusta, pois fui ameaçada por ele.

Pego meu celular que agora está encharcado e tento ligar, mas ele não funciona, o que me leva a concluir que pifou.

Bufo.

Caminho para a sala e me pego observando Dimitry lendo um livro, "Isso é realmente curioso!"

- Vou comprar algo para o café! Quer algo em especial? - pergunto.

- Peça pelo interfone meu café, acredito que até minhas mãos melhorem eu precise pedir tudo e eles já sabem tudo o que eu como. - a voz dele é indiferente.

- OK! - digo e alcanço o interfone, disco o número da recepção.

- Bom dia em que posso ajudar?

- Tragam o café da manhã no quinto andar, apartamento do senhor Richards! - eles confirmam e desligam.

- Pronto! Feito! Vou descer e retorno antes do almoço, tenta se manter vivo até lá! - digo caminhando para a porta da frente.

- Não sei se é de seu conhecimento, mas eu vivia sozinho dentro desse apartamento, então não me diga o que fazer! - a voz dele é extremamente fria.

- Ta bom grandão! - digo e saio do apartamento.

"Mal humorado e chato de galocha!"

Desço pelo elevador até a recepção e chamo um táxi, espero do lado de fora do hotel e observo as pessoas passando e o céu claro com um sol maravilhoso.

Hoje o dia está agradável para tomar um sorvete, fazer um piquenique, correr ou ler um bom livro sob a sombra de uma árvore na praça.

Após longos e tediosos minutos admirando a frente do hotel, o táxi estaciona.

- Bom dia! - sou recepcionada pelo taxista.

- Bom dia! - digo abrindo um sorriso radiante.

- Para onde? - ele pergunta olhando pelo retrovisor.

- Mansão Tompson! - digo e vejo ele assentir.

O lado bom de ter pais importantes na cidade é o fato de todas as pessoas conhecerem eles e acabar ficando explícito tudo sobre eles, assim não preciso ficar me esforçando para gravar o endereço de casa.

Admiro os prédios e as casas que vão passando como se estivessem vida própria e se movessem invés do movimento partir do táxi.

Após algum tempo o taxista estaciona em frente de casa e desço alegre, pago o moço e caminho para casa.

Até mesmo o clima se modifica deste lado da cidade, as pessoas são mais calmas e levam suas vidas de forma mais tranquila, as ruas são mais verdes e menos poluídas com tantas coisas humanas e construções, os pássaros cantam e o sol parece mais bondoso.

Entro pelo portão de ferro e adentro as portas de casa, ouço mamãe cantarolar e chego tampando os olhos dela.

- Deixe-me adivinhar... - ela cantarola - Vitória! - ela grita e ri, acabo rindo junto e abraço ela com amor.

- Bom dia mãe! - digo animada ainda apertando ela.

- Bom dia meu amor! - a voz dela é acolhedora e confortável para meus ouvidos.

Depois de algum tempo nos soltamos e ela me analisa preocupada.

- Aquele homem não lhe machucou não é? - ela pergunta franzindo o cenho.

- Não mamãe - reviro os olhos - Ele não me machucou e nem vai! Já disse que sou uma adulta e tenho noção do perigo, pode por favor me tratar como tal? - digo.

- Desculpe querida! É que é complicado te ver saindo de casa para ir morar com um cara louco e com problemas apenas para conseguir um bom trabalho para a faculdade! - ela parece visivelmente zangada.

- Uma hora teria que sair de casa e bem... Vinte e cinco anos é uma idade razoável não é? - digo colocando as mãos na cintura.

Ela revira os olhos e depois de ouvir passos viramos a cabeça em direção ao corredor de portas duplas.

- Bom dia pai! - digo animada e vôo em seu pescoço. Definitivamente sou a filhinha do papai.

- Bom dia meu amor! - ele exclama e me olha com alegria.

- E então como está se saindo? - ele pergunta me analisando.

- Mais ou menos... - Digo com um pouco menos de entusiasmo - acho que seu paciente tenha algum trauma de infância... - digo e vejo papai gargalhar.

- Claro que não bobinha, ele jamais deixou transparecer qualquer indício que dissesse ou indicasse algum trauma de infância. - papai parece não entender o porquê da minha conclusão e decido não entrar em detalhes, na verdade estou realmente confusa e imagino que Dimitry me queira muito longe dele, para inventar que matou o pai e a babá.

- Talvez esteja errada mesmo... - digo com desânimo e papai joga o braço por cima de meus ombros.

- Vamos tomar café? - ele pergunta.

- Claro, estou faminta! - digo e caminhamos com mamãe se juntando a nós para a cozinha.

Chegamos a cozinha e me deparo com pães, geleias, queijo, chá, café, leite, bolos de cenoura e aipim, além de sucos e bolachas.

Mas a minha escolha é sempre a velha e boa panqueca com mel. Como lentamente saboreando minhas panquecas doces e quentes.

- Meu celular pifou e terei que comprar outro! - digo depois de algum tempo.

- Tenho um novinho querida, nem usei, pois não entendo muito sobre as novas tecnologias - mamãe diz.

- Pode ser! - digo sorrindo.

Ela se levanta e caminha até a prateleira de utensílios de prata, ela abre a gaveta da prateleira e alcança uma caixa dourada com uma maçã mordida e me entrega.

- Faça bom uso! - ela diz e sorri. Assinto.

- Farei! - digo e abro a caixinha, dentro dele encontro o aparelho guardado, a cor é dourado assim como a caixinha, mas a maçã é prateada.

Ligo ele e coloco todos os meus dados e chips, faço todos os procedimentos e deixo ele pronto.

- Como Dimitry está? - papai pergunta.

- Bem. - digo me concentrando em outro prato de panquecas.

- Como ele tem reagido?

- Mal! Ele não me quer na casa e vive dizendo que estou entrando em uma fria. - digo mastigando um saboroso pedaço da panqueca.

- Querida ele tem razão! Você está entrando em um poço sem fundo e cheio de caos.

Abominável - A lei da AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora