Capítulo 25

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Ela parece assustada e está me olhando perplexa.

- O quê? - digo em voz baixa.

- Não está pensando que vou dormir com você! Está? - ela parece incrédula "Estou sim! Mas não hoje!"

- Jamais! - digo com desdém - Não dormiria com você, nem que me pagassem para isso! - lanço meu melhor olhar de desprezo, ela relaxa e parece aliviada - Causo tanto pavor assim? - digo levando uma sombrancelha.

- Não faz idéia... - a voz dela é sincera, o que me causa um prazer indescritível, isso me faz querer ainda mais possuir essa garota.

- Como me define? - pergunto.

- O que quer dizer? - ela diz olhando em toda a extensão do restaurante, mas nunca para mim.

- Como me descreve... O que sou? - pergunto, já sabendo a resposta.

- Monstruoso, abominável, terrível, perigoso, manipulador e imprevisível! - ela parece tentar se lembrar de algo mais para me descrever e seu rosto clareia quando ela volta a falar - também te definiria como pecaminoso. - ela parece satisfeita com as conclusões.

- Entendo! - digo rindo. As palavras dela são duvidosas, todos os adjetivos que ela me disse não parecem condizer com o que ela pensa, então decido provocar. - Talvez... Talvez eu me definiria como másculo, gostoso, sedutor e ... - ela me olha horrorizada - Grande! - digo rindo e ela leva a mão a boca enquanto seu rosto fica corado.

- Qual seu problema? - ela diz depois que paro de rir, ela parece envergonhada e é como se eu tivesse invadido a mente dela.

- Talvez você esteja me analisando psicologicamente demais, mas sua memória queira me definir fisicamente! - digo, ela abaixa o olhar e parece nervosa, reviro os olhos - Relaxa! Vou parar de ler seus pensamentos.

Ela me encara e espreme os olhos.

- Não pensei nada disso! - ela diz, mas seus movimentos denunciam ao contrário.

- Pare de mentir, odeio mentiras Vitória! Seja mais verdadeira com você! - digo antes do garçom servir nossos copos de vinho e deixar a garrafa na mesa.

Ela está visivelmente envergonhada e... "Droga!" Exitada!

Resolvo parar de analisar ela e simplesmente ignorar a presença física dela aqui, Karoline não chegou ainda e o fato de observar a garota nesse estado, faz alguns desejos sombrios aflorarem.

Tomo meu vinho pacientemente e vez ou outra encaro Vitória, deixando ela sem graça e em uma das vezes ela acaba se engasgando, ela me fuzila com o olhar.

- Pare com isso! Sei o que está fazendo! - ela diz com raiva.

- O que estou fazendo Vitória? - pergunto sedutoramente.

- Isso! - ela aponta para meu olhar - Fica fazendo isso! - ela parece muito nervosa.

- O que Vitória? - digo sorrindo e levantado os braços, como se tentasse entender, na verdade sei o que ela quer dizer.

- Pare de dizer meu nome dessa forma! Pare de me olhar desse jeito! - rio da reação dela e ela se põe de pé. - Vou no banheiro e se quando eu voltar, você continuar com suas gracinhas, eu vou... vou... - ela olha em volta nervosamente - vou te derrubar dessa cadeira! - ela sai apressada.

Começo a rir descontroladamente e fico me recordando do seu ataque de nervos com minhas ações.

Devo dizer que ela não tem criatividade alguma, pois a única coisa que conseguiu imaginar era me derrubando da cadeira e chego a conclusão que ela é boazinha demais.

Nossos pratos chegam e não demora ela retorna e se senta, não olho para ela, foco em meu prato de comida e na música ambiente do restaurante.

Comemos em silêncio e vejo que ela está inquieta, sua inquietação acaba me irritando.

- Qual o problema? - pergunto irritado.

- Nada! - ela responde rápido demais. Bufo e volto a prestar atenção em seus movimentos, vejo que seus olhos focam na direção do salão onde alguns casais estão dançando, reviro os olhos.

- Quer dançar? - pergunto, ela parece surpresa e abre a boca, mas fecha em seguida.

- Não! - a resposta dela é confiante.

- Tem certeza? Por que não tira os olhos do salão! - digo com rispidez.

- Não quero que faça isso por obrigação! Detesto pessoas que fazem as coisas obrigadas! - ela diz com o mesmo tom de voz que o meu.

- Tanto faz! - dou de ombros e saboreio mais um gole do meu vinho.

A inquietação dela não acaba e isso realmente está me tirando a paciência.

- Olha se quiser ir, vai... - digo tentando manter a paciência - mas para de agir como se estivesse amarrada nessa cadeira! - lanço, ela parece se lembrar de algo.

- Achei que você estava se oferecendo para dançar comigo... - ela ri - mas seu pé está quebrado! - ela começa a gargalhar e isso acaba com o resto de paciência que eu tinha.

- Vamos voltar! - digo levantando da cadeira do restaurante e me sentando na cadeira de rodas "Quando meu pé melhorar, com toda certeza uma de minhas pernas vai estar mais torneada que a outra!"

Ela me olha e logo tem uma carranca no lugar do sorriso, acabo sorrindo vitorioso.

- Quem está rindo agora? - pergunto e aponto para o encosto da cadeira.

Ela se levanta e invés de me empurrar, sai pisando alto para fora do restaurante "Me abandonou? Ela me paga!"

Tento empurrar, mas as tentativas são em vão, então depois de alguns minutos peço a conta e pago, na esperança de alguém aparecer.

Finalmente meu motorista aparece e me leva para a limosine, ele me ajuda a sentar e fecha a porta, fuzilo Vitória com o olhar.

- Você não tem noção do perigo mesmo, não é! - grito, ela pisca várias vezes.

- E você não possui senso de humor! - ela diz em tom tranquilo e dá de ombros.

- Queria que eu dançasse com você pulando em uma perna só? - pergunto.

- Podia ser no mínimo um pouco educado! - rio com a frase.

- Idem! - digo. Minha raiva está ultrapassando os limites e começo a pensar em coisas que poderia fazer com ela, tento afastar os pensamentos, mas a garota me tirou do sério.

Olho para ela, ela está olhando para a janela e não consigo me conter "Rápido Karoline! Rápido!"

O estresse misturado com meus problemas e paranóias acabam me deixando cego e a única coisa que consigo pensar é em como torturar ela, fazendo ela pagar pela petulância.

Agarro o braço dela e puxo ela para mim, ela leva um susto e acaba com a cabeça em meu colo, puxo ela pela cintura, apertando de leve seu abdômen e nunca deixo seus olhos.

A imagem dela me deixa mais irado e acabo apertando o maxilar.

- Dimitry o que está fazendo?

Abominável - A lei da AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora