Abominável - A lei da Atração

Capítulo 95

Acordo com a luz invadindo o quarto e me levanto, Vitória ainda dorme e acaricio seu cabelo, confiro o relógio. Nove horas. Me levanto e sigo para o banheiro.  Tomo um banho rápido e escovo os dentes, saio secando o cabelo e acabo tossindo novamente.

Saio do quarto e Vitória  não me nota. Chego a sala e não encontro ninguém. "Vou terminar de arrebentar a cara daquele idiota!" Vou até a cozinha e encontro dona Clarice cantarolando.

- Bom dia! - digo secamente. Ela me encara e faz uma carranca.

- Está de mal humor, o pessoal já está tomando café, pois irão para casa às dez horas. - Assinto e saio da cozinha. Sigo para a sala de jantar e entro olhando todos. As crianças sorriem e engulo seco ao ver o dito cujo sentado, pelo menos deixei seu rosto bem esculpido.

Me sento e tento me acalmar, tomo café junto a todos.

-Dimitry você vai embora amanhã não é?  - olho para Rafa.

- Vou. Tenho compromissos que estou adiando. - ela fica séria e olho para os rostinho tristes. - Irei visitar vocês uma vez ao mês, talvez eu tenha que sair do Brasil por motivos de saúde, mas venho lhes ver. - eles assentem.

- Podia ficar até  domingo. - ela diz. Sorrio.

- Amanhã já é  sábado.  - digo.

- Mesmo assim... - Raone diz e cruza os braços. Balanço a cabeça.

- Vocês ficarão bem, tem pessoas que tem o mesmo nível de amor por vocês aqui. - digo. Ele assente. Continuamos tomando café. Ao terminar me levanto e saio da sala de jantar. Sinto uma mão segurar meu braço e me viro segurando diretamente o pescoço da pessoa. Solto em seguida ao perceber que é  Natasha.

- Não faça isso sem saber de quem se trata! - ela repreende.

- Diz logo o que quer. - ela segura minha mão e volto para a sala de jantar. Joshua está aqui dentro e fecho os olhos puxando o ar.

- Ele quer dizer algo. - Me viro para sair e Natasha segura minha mão, olho para ela - Fica... - aperto o maxilar, tento me acalmar e olho para ele.

- Sinto muito por ontem, acabei bebendo  demais, coloquei a vida de Vitória em risco dirigindo bêbado e perdi o controle com ela. Sabe que jamais machucaria ela intencionalmente. - "Panaca!"

- Não chegue mais perto dela. - afirmo friamente. Ele abaixa a cabeça e suspira.

- Só vou me afastar dela se ela pedir, pretendo pedir descul...

- Não. Chegue. Mais. Perto. Dela! - digo mais alto e pausadamente.

- Não posso simplesmente me afastar. - Ele caminha para a porta e estendo o braço travando o caminho. - Sabe que hoje não irei apanhar de você, Não é? - respiro fundo e fecho os olhos erguendo meu braço.

- Vai embora dessa casa antes que ela acorde. Não quero que tenha contato com ela. - digo secamente. Ouço a porta da sala de jantar se fechar e abro os olhos. Somente Natasha está aqui.

- Ele quer se desculpar antes de ir, ele não fez por mal, deixe ele se des...

- Não. Se eu não tivesse visto o que teria acontecido Natasha? Podia mandar prender ele sabia! Tentativa de estupro e dirigir embriagado. - minha voz está extremamente rude.

- Dimitry sei que está se sentindo mal, mas por favor deixe  ele se desculpar. Eu estou te pedindo, não é  ele... - ela se aproxima e segura minha mão. Aperto o maxilar.

- Vou dar apenas cinco minutos para ele a sós com ela. - ela assente. - Chame ele, vou acordar Vitória. Peça para ele esperar do lado de fora do quarto. Cinco minutos apenas. - ela assente. Saio da sala e subo as escadas. Tusso. Entro no quarto e fecho a porta. Sento na beirada da cama e pego o braço de Vitória puxo em minha direção.

- Hum... - ela resmunga e coloca o braço em meu colo.

- Acorda. - digo friamente. Ela geme baixinho.

- Estou com dor de cabeça. - sua voz esta sonolenta.

- Acorda logo, Joshua quer conversar com você. Se lembra de ontem? - ela tira o braço do meu colo e se cobre totalmente.

- Não quero falar sobre isso agora. - respiro fundo.

- Para de gracinha Vitória,  não estou com paciência para sua infantilidade. - digo e puxo a coberta para baixo. Ela se senta na cama, olhar ela apenas com minha camiseta me faz pensar em várias maneiras de poder tê-la em meus braços. Tento me concentrar em como estou com raiva, mas é  difícil com uma visão tão tentadora.

- Desculpe, quero consertar as coisas, deveria ter lhe ouvido, sei que fiz besteira e se tiver uma forma de consertar... - ela abaixa a cabeça, me sento com as pernas abertas e puxo ela para o meio.

- Está tudo bem, só que a partir de agora só sairá com um de meus seguranças junto.  - digo. Ela se vira e fica de joelhos na cama, ela lança os braços em torno do meu pescoço.

- Estou surpresa em lhe ver tão calmo. - ela sorri.

- Ainda está cheirando a álcool,  então não se refira a mim com alegria, ainda posso usar essa raiva de forma ruim para você. - digo e seguro sua nuca. - Tome um banho pelo amor de Deus. - ela se levanta e caminha para o banheiro. Fico sentado aguardando Vitória sair do banheiro. Ela sai enrolada na toalha e veste é uma calcinha limpa, apesar de colocar minha camiseta novamente. Ergo a sobrancelha. Ela sorri e veste um shorts por baixo. "Muito curto!" Acabo sorrindo com a visão encantadora. Me levanto da cama.

- Espero que fique embaixo das cobertas com essa roupa. - ela me olha por um momento e se senta na cama cobrindo as pernas.

Caminho para a porta e abro em seguida, olho para fora e chamo Joshua. Saio do quarto deixando os dois e cronômetro no celular os cinco minutos.

Me sento do lado de fora encostado na parede aguardando o que me parece ser uma eternidade. Natasha passa por mim com as malas e Aldo se senta ao meu lado.

- Também ficaria irado se estivesse em seu lugar. - olho para ele e aperto as mãos.

- Estou mais chateado do que bravo. - digo em voz baixa - Pedi para ela não beber, mas ela não me escutou...

- Foi coisa de momento Dimitry. - Aldo dá dois tapas leves em minhas costas e se coloca de pé. - Quem vê assim até pensa que estão juntos...

- Estamos, na verdade. - digo com firmeza e suspiro passando a mão pelos cabelos.

- Por que ninguém sabe? - dou de ombros.

- Bem... Não fique bravo, ela não queria isso. - Ele desce com as malas e fico desconsolado, apenas com meu relógio que parece não contar os minutos.