Alguns minutos se passam e Lys trás meu almoço, comida japonesa para ser mais preciso, e também o currículo da garota.
Agradeço e dispenso Lys.
Como lentamente e depois de terminar meu prato resolvo conferir o currículo. O nome da garota é Vitória de Lima Tompson, sinto uma satisfação tremenda em ler o sobrenome Tompson.
Consigo sentir minha carranca se transformar em um sorriso iluminado "Ora, ora, ora, vejam só quem caiu no meu colo, talvez não seja tão ruim e eu possa brincar um pouquinho!"
Quase posso ouvir senhor Tompson dizendo para que eu me afaste e não encoste um dedo em sua preciosa ... Filha?
Confiro a idade de Vitória, vinte e três aninhos. Aparentemente uma idade próxima da minha, talvez seja divertido.
Olho os requisitos da moça e noto que ela está no seu último ano de psicologia, bufo.
"Ela não está aqui atoa!"
- Lys venha a minha sala imediatamente! - digo pelo interfone, Lys entra de cabeça baixa.
- Estudante de psicologia? - digo com sarcasmo - O que uma estudante de psicologia quer ao vir trabalhar para mim!? - vocifero - diga Lys? - grito.
- Não sei Senhor... - sua voz sai falha.
- Sabe sim Lys. - digo categórico - diga! - grito novamente.
- Es... Es... Estudá-lo. - sua voz sai como miado.
- Então por que motivo. Razão ou. Circunstância ela está sendo contratada! - lanço as palavras como se atirasse veneno para os cantos.
- Desculpe senhor, vou pedir para que ela não venha mais. - Lys continua de cabeça baixa.
- Então já entrou em contato com ela? - digo em tom dissimulado.
- Sim senhor, perdão!
- Mande essa garota aqui! agora! - digo aos gritos, Lys caminha até minha mesa e recolhe o currículo e o prato vazio. Sai batendo a porta.
Minha paciência está se esgotando e sei que foi Tompson que mandou ela aqui, mas se ele pensa que servirei como cobaia para a formação de sua querida filhinha, está muito enganado.
Fico as três horas seguintes terminando de assinar o restante dos papéis e quando estou quase terminando ouço toques a porta.
- Entre - digo, quem surge a porta é Lys.
- Senhor posso mandar a moça entrar? É que o senhor disse que não queria ver... - interrompo.
- Mande! - digo, Lys suspira e entra com a moça.
A visão que tenho me deixa um pouco desnorteado e faz meu sangue correr nas veias de forma incrivelmente acelerada.
Vitória é esguia e possui a pele bronzeada, seus cabelos pretos e lisos são longos e batem abaixo da cintura, seu rosto é extremamente angelical e sua boca faz quase o desenho perfeito de um coração.
Seus olhos são negros e seu sorriso é impressionante, engulo seco e me lembro dos motivos da presença dela, sinto meu sangue ferver e meu olhar deve ter se tornado extremamente sombrio, pois Lys me olha com preocupação.
- Saia Lys! -, digo secamente.
- Mas senhor eu não...
- Saia agora! - fulmino ela com o olhar e finalmente ela sai.
Aponto a cadeira a minha frente para que Vitória se sente, ela caminha, agora séria, em direção a cadeira, vejo que seu olhar está indecifrável, o fato de seus olhos não expressarem algum sentimento que eu identifique me enlouquece e me tira a paciência.
- Senhorita Vitória Lima Tompson. - digo com desdém.
- Prazer! - a alegria dela é espantosa e está me causando calafrios, ela estende o braço entusiasmada, lanço um olhar de desprezo e espero ela abaixar o braço, mas continua sorrindo. Estranha.
- Você é filha do senhor Tompson? - pergunto categoricamente.
- Sou - ela sorri - Ele é seu psiquiatra não é? - ela bate palmas e acabo franzindo o cenho - Nem acredito que vou trabalhar para um paciente do meu pai - "Estou começando a me assustar com essa alegria!"
- Foi seu pai que mandou você para cá? Pois se foi, diga a ele que pode voltar! - digo rispidamente.
- Na verdade não! - ela diz confusa. - Eu estou procurando um lugar para trabalhar já faz alguns dias e fuçando as coisas do meu pai vi que era um empresário, então decidi deixar meu currículo! - Vejo sinceridade em suas palavras, mas ela ainda está escondendo algo e essa situação está me deixando muito irritado.
Levanto e caminho mansamente até o encosto da cadeira dela, me abaixo próximo ao seu ouvido e posso sentir a inquietação dela "Quer jogar? Então vamos jogar!"
- Está mentindo! - sussurro em seu ouvido e ela se levanta abruptamente.
- Não! - Seus olhos estão cercados de medo, me aprumo e cruzo os braços, por um instante sinto uma dor nas mãos enfaixadas.
- Deve ter lido meu relatório completo e visto que sei facilmente reconhecer uma mentirosa! - digo com um sorriso dissimulado, ela engole seco - Pela sua futura formação e diagnóstico do seu pai também deve saber que o máximo de distância de mim ainda é pouco. - ironizo. Vejo seu sorriso retornar "Essa garota tem problema!?"
- Pelo simples fato de reconhecer que preciso manter distância já me diz que não é um psicopata! - começo a gargalhar.
- Não acho que seja um! Não acho que tenho problemas minha querida! - "Essa garota não deveria estar aqui!"
- Que tal fazermos um acordo? Eu faço meu trabalho sem te atormentar e você me paga o que eu mereço! - "Sua presença me atormenta!"
- Saia do meu escritório... - digo apertando o maxilar - Espero não te ver em nenhum momento aqui dentro ou será despedida.
Ela me olha com certo pavor e sinto a sensação tomar conta do meu corpo "Agora não! Controle-se Dimitry!" Vejo ela caminhar em direção a porta e praticamente consigo materializar uma cena cheia dos meus desejos mais sombrios com essa garota.
Engulo seco e respiro fundo "Controle-se Dimitry Richards!"
Volto a me sentar e abaixo a cabeça sobre a mesa, sinto gotas de suor se formando na minha testa e minhas mãos estão trêmulas "Não faça nenhuma besteira!" Os flashes voltam a passar pela minha cabeça e sinto gosto de bile na minha garganta.
A raiva começa a tomar conta do meu ser e fecho minhas mãos doloridas em punho, solto um rosnado e bato com força os punhos sobre a mesa.
Me levanto e caminho pela sala tentando organizar meus pensamentos e me livrar da agonia que estou sentindo.
Ouço toques na porta e Lys abre uma greta na porta.
- Suma da minha frente agora! - grito e vejo a porta se fechar de imediato.
"Se controla Dimitry! Controle! Controle!"
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Abominável - A lei da Atração
RomanceTantas pessoas no mundo e sempre caímos na labia do lobo mal... "Existe uma pequena linha tênue entre o ódio e o amor!" "Existem pessoas que diriam que sou louco, mas prefiro acreditar na teoria de que sou apenas um excêntrico rico em busca de uma n...