Capítulo 12

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- Alô? - a voz que fala ao outro lado me deixa mais nervoso ainda.

- Querido? Oi meu filho, como está? - ouço a voz perturbadora da minha mãe.

- Oi - digo preguiçosamente.

- Como está querido? - "Ouvir sua voz me deixa mal!"

- Não lhe interessa, a única coisa que importa é que ainda estou vivo! - digo rispidamente.

- Por que simplesmente não me trata como sua mãe! - ela rosna do outro lado.

- Por que você não é minha mãe! - digo mais para mim do que para ela.

- Sou sim Dimitry! - ouço a voz dela ficar abafada e sei que deve estar chorando. "Pouco me importa!"

- Desligando! - digo antes que ouça seu falso choro e desligo.

Apoio minhas mãos na nuca e solto um grunhido, foco no meu prato e depois de um tempo começo a comer novamente, termino o prato e aperto o interfone.

- Lys venha buscar o prato por gentileza! - digo tentando me manter calmo.

- Sim senhor. - antes que ela chegue sigo para o banheiro e faço minha higienização bucal.

Ao retornar o prato não está mais no lugar e sinto um alívio por não ter que falar com Lys, sento novamente na poltrona e chamo mais uma vez Lys no interfone.

- Senhor?

- A garota já chegou? - pergunto torcendo para que a resposta seja positiva, pois preciso arrumar um brinquedo novo rapidamente e descarta-lo mais rápido ainda.

- Sim senhor! Gostaria que eu mandasse em sua sala? Bem... Achei que não queria vê-la - a voz de Lys sai trêmula e só o fato de causar o instabilidade e medo em Lys faz-me relaxar.

- Peça para que ela venha até aqui! - digo secamente.

- Ok senhor! - ouço o bip do interfone e retiro o dedo do aparelho me encostando no encosto da poltrona.

Fecho os olhos e sinto meu sangue ferver e sei que algo está errado comigo, meu autocontrole está se esvaindo junto com minha sanidade e humanidade novamente e isso está me deixando extasiado e cheio de prazer.

Ouço alguém limpar a garganta e quando abro os olhos vejo a garota sentada na minha frente com um sorriso impregnado no rosto. "Garota estranha!"

Me esforço para sorrir, mas creio que saiu diabólico, pois a garota engole seco e começa a mexer nos dedos, reviro os olhos e resolvo não tentar uma simpatia que não tenho.

- Boa tarde! - digo friamente, ela olha para cima e solta um riso contido.

- Achei que o gato tinha comido sua língua! - ela para de rir assim que espremo os olhos e fecho minhas mãos em punho sobre a mesa.

- Você é muito petulante garota. - digo em tom dissimulado.

Ela fica séria e cruza os braços sob o peito.

- Para sua informação possuo um nome! E você sabe qual é! E outra coisa, sou sua funcionária e não sua filha, então tente ser um pouco simpático! - ela diz e solta um pequeno sorriso de canto de boca, gargalho.

- Ora, ora, ora! - "Como ousa falar assim comigo!" - Você ainda é mais nova que eu estúpida! - olho ela de cima em baixo e vejo que ela está chocada - E não passa de uma secretária em fase de aprendizado, então devo lhe informar que se sua língua não parar dentro da sua boca... - me levanto e vejo o olhar dela petrificar olhando para a poltrona, agora vazia, caminho para o lado dela e me abaixo junto ao seu ouvido - terei que cortá-la! - Sussurro.

Ver o medo e o pavor em seu rosto faz meu abdômen se contrair e meu membro endurecer, meu sangue corre depressa nas veias e não me importaria em perder o controle agora e tê-la pobre e indefesa em meus braços.

Depois de longos segundos ela se coloca de pé, me aprumo. Ela levanta o dedo e ponta no meu rosto.

- Se ousar me ameaçar eu te processo! - seus olhos estão furiosos e sinto uma sensação diferente, pois ninguém jamais ousou agir da mesma forma que essa maluca comigo.

- Está tentando me testar? - digo com seriedade. Ela espreme a boca em uma linha fina.

- Você com certeza é algum tipo de psicopata, talvez eu dedique meu tempo estudando sua forma de pensar! - " Ela está me testando, com certeza!"

- Fora da minha sala! - digo cruzando os braços.

- E se eu não quiser! - " Vou castiga-la". Meu instinto acaba falando mais alto e quando me dou conta já estou prensando a garota contra a parede e realmente... Não me importo!

- Vou ter que castigar você! - seus olhos expressam confusão - Nunca. Me. Desafie! - digo com frieza e viro o pescoço dela de lado, dou um chupão em seu ombro.

- Me solta! - ela grita, mas ninguém pode ouvi-la, pois a sala possui isolamento acústico.

Solto ela e rio perturbadoramente, vejo muito medo em seus olhos, dou de ombros e abro os braços.

- Achou que eu fosse abusar de você? - jogo a cabeça para o lado e depois para trás rindo como um louco.

- Você deveria estar internado em um sanatório! - ela grita e olha para seu ombro esquerdo.

- Pedirei mais uma vez! - digo rindo e em seguida fecho o olhar - Saia da minha sala! - digo com desprezo. Vejo seus olhos se tornarem corajosos novamente.

- Vou sair! Mas saiba que não tenho medo de você! - a próxima cena é tão rápida que se não fosse o ardor, não teria percebido que aconteceu.

Vitória caminha até mim e me dá um tapa no rosto tão forte que acabo abaixando o rosto para o lado e levando a mão na parte que arde.

Sou pego de surpresa e acabo rindo amargamente.

- Vou descontar minha cara! - digo antes que ela saia e bata a porta.

Fico alguns minutos parado no meio da sala e uma raiva descomunal cruza meu ser, acabo ignorando os ferimentos da minha mão e socando com força as paredes.

Sinto minhas mãos esquentando e a dor cortante atravessarem através delas, sinto a adrenalina queimado em cada músculo do corpo e relembro o rosto da vagabunda.

A imagem é tão nítida que soco as paredes como se socasse ela.

Sou surpreendido com meus seguranças me segurando e me imobilizando no chão.

Abominável - A lei da AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora