Capítulo 16

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A voz dele ecoa por todo apartamento e por um momento sinto medo de ter entrado nesse lugar, mas serei forte, pois preciso de um trabalho decente e de uma pessoa pessoa influente sendo exposta no meu TCC.

- Não! - digo com altivez.

- Suma do meu apartamento garota petulante! - seus olhos estão repletos de raiva e ele começa a girar as rodas da cadeira em minha direção.

Subo no sofá e fico em pé sobre o braço do mesmo, vejo ele quase se levantar da cadeira e começo a rir.

- Trate de se comportar mocinho! Serei sua babá! - ele rosna e vira a cadeira para o quarto.

Começa a ir em direção ao quarto e eu sento novamente no sofá.

- Se vai ficar aqui terá bastante trabalho, garota estúpida! - ele entra para o quarto e bate a porta.

"Isso não será nada fácil! Mas preciso descobrir qual o problema dele e qual transtorno ele possui".

Sinto medo de dormir nesse apartamento, então decido ficar pelo sofá mesmo e me manter em alerta, aliás, papai disse que esse cara é um sádico e possui tendências sociopatas.

Passo a noite inteira acordando e dormindo novamente, e cada barulho faz com que eu leve um susto e tenha um mini infarto.

Acordo com meu celular tocando e atendo preguiçosamente ainda deitada no sofá.

- Alô?

- Está tudo bem aí? - papai pergunta.

- Sim! O ranzinza do seu cliente ainda está dormindo, ele parece mais com um velho gagá do que com um homem alcançando sua meia idade! - digo.

- Mantenha os olhos abertos... Ainda não estou de acordo com isso! - reviro os olhos.

- Ele não vai me matar ok?! Sou mais esperta que isso! - digo tentando convencer meu pai que não sou burra a ponto de me deixar levar pela conversa de Dimitry Richards.

- Acredito que seja minha filha! - ele diz e suspira.

- Vou desligar e ver se o seu paciente está vivo.

- Boa sorte e cuidado! - ouço a ligação terminar e levanto me espreguiçando.

"Hora de acordar o belo adormecido!"

Levanto e caminho em direção ao quarto, resolvo abrir a porta com animação, mas quando vou empurrar e giro a maçaneta, bato com a testa na mesma.

"Aí que ótimo, está trancada!"

Esfrego o local onde bati e sinto uma leve raiva desse homem "Malvado!" . Bato durante alguns minutos sem parar e a porta se abre com ele me encarando com uma carranca maior que o planeta terra.

- Bom dia! - digo animada e sorrindo, vejo o olhar dele se tornar mais insuportável ainda e acabo perdendo um pouco da minha animação - Você é assim chato o tempo todo? - pergunto desanimada.

- Não me enche! - ele roda as rodas da cadeira em direção a cozinha.

- Achei que fosse querer minha ajuda para se deitar e levantar da cama. - ele não me olha e abre a geladeira, me sento em uma das banquetas no balcão.

- Nem deveria estar no meu apartamento! - a voz dele é extremamente fria.

- Estou tentando te ajudar sabia! - ele ri.

- Seja menos falsa garota! Fala sério! É apenas uma interesseira que quer se aproveitar da minha cabeça cheia de complexos! - a voz dele é cheia de desprezo.

"Mantenha a calma Vitória! É só o começo!"

- Quer que eu prepare algo? - pergunto entusiasmada.

- Não como nada que você fizer, morreria engasgado com o simples fato de imaginar você cozinhando.

- Ei! Não me ofenda! Cozinho muito bem! - digo rindo.

- Sua voz é insuportável! - "Velho reclamão!"

- Você é insuportável e não estou reclamando! - ele fecha a geladeira e me fulmina com o olhar.

- Estou na minha casa e você não é bem vinda, então pare de agir como se fosse alguém aqui! - ele roda a cadeira até mim e olha para cima.

Começo a rir e lágrimas se formam em meus olhos, a cena é hilária, mas paro de rir assim que ele me puxa para seu colo derrubando a banqueta e me prendendo em seu colo com as mãos para trás.

- Está brincando com fogo e vai acabar se queimando! - ele está sério e sua voz é fria, sinto um frio na espinha - Vou te dar mais um aviso! Fique. Fora. Do. Meu. Caminho! - ele parece lembrar de algo muito ruim e me solta, levanto às pressas e me coloco de pé.

- Tenho que me lembrar de nunca nem sentar perto de você! - digo em tom desafiador, ignorando meu súbito medo.

- Faça isso! Será um favor! Quanto mais longe, melhor... Agora se puder pedir uma torta pelo interfone, serei grato! - reviro os olhos e caminho para o interfone.

- Olha! Ele é educado! - digo ironizando, mas antes que ele diga algo, aperto o interfone - Poderia mandar uma pizza no quinto andar no quarto do senhor Richards, apartamento 22, por gentileza! - digo.

- Claro! Já levamos! - solto o interfone e olho para ele.

- Por nada! - ele ri.

- Não ia agradecer! Fez mais que sua obrigação já que é minha... - ele me olha de cima em baixo e torce o nariz - babá!

Ignoro ele e vou me sentar no sofá.

- O que faz o dia todo? - pergunto olhando ele sofrer desenrolando as faixas da mão.

- Não é da sua conta! Vai descobrir de qualquer forma! - a voz dele é tão sensual, mas seu humor acaba com o charme que ele tem "Tadinho!"

- Quer ajuda com as faixas? - pergunto e me aproximo.

- Posso fazer isso sozinho! - "Chato em!"

- Quero ajudar! - digo me ajoelhando a sua frente, ele me encara por incontáveis minutos e permite que eu ajude.

- Você não sabe o buraco que se meteu! - ele diz e estende as mãos - Vai se arrepender de ter entrado na minha vida! - sua voz é dissimulada e psicopática.

Ignoro. Desenrolo as faixas e me coloco de pé.

- Onde guarda faixas limpas? - pergunto.

- Primeira gaveta da escrivaninha! - ele aponta para o quarto.

Caminho até lá, e observo o quarto dele. É confortável e cheiroso.

Pego as faixas e volto para a sala, vejo ele olhar para o nada, como se lembrasse de algo e ele nem nota quando pego uma de suas mãos, pois está alheio a todo movimento a sua volta.

Depois que quase enrolei toda a mão e ele volta a si e me encara.

- Se afasta de mim agora! - sua voz é horripilante e olho para ele confusa, seu olhar está cheio de ódio e é sanguinário.

Abominável - A lei da AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora