Joshua entra e me sinto assustada com sua presença, lembrar de noite passada ainda me causa calafrios. Nunca imaginei que fosse passar por isso e confesso estar me sentindo muito culpada. Dimitry ainda não demonstrou tanta raiva, na verdade ele continua como sempre.
Joshua se senta na ponta da cama.
- Vim me desculpar, sei que não deveria ter feito aquilo, bem... Eu estava bêbado, então agi de forma irresponsável. - Assinto.
- A culpa não é só sua, também fui imprudente, se não tivesse bebido, muita coisa não teria acontecido. A responsabilidade também foi minha. Vamos apenas... esquecer. - digo olhando sempre para minhas mãos.
- Dimitry pediu para que eu me afastasse de você... Gostaria de saber se também deseja que eu me afaste... - demoro a responder, talvez porque algo no fundo do meu coração acha melhor me distanciar.
- Podemos tentar esquecer esse episódio se prometer nunca mais beber do tanto que bebeu ontem. - Ele assente.
- Não pretendo... - ele ri. Olho para ele e estendo a mão.
- Amigos? - ele assente.
- Amigos! - Ele me cumprimenta - Então, até mais... - Assinto e ele se levanta.
Ele sai do quarto e eu me encolho na cama. "Preciso saber como Dimitry se sente..."Segundos depois Dimitry entra no quarto e se senta na ponta da cama.
- Como posso fazer para você me desculpar? - digo. Sei que ele deve estar chateado.
- Não tem um antídoto Vitória. - Assinto.
- Entendo... - digo. Ele se aproxima de mim e antes que me beije ele para.
- Deveria descontar minhas mágoas agora mesmo em você, mas não farei isso. - Ele se afasta.
- Desculpe, quebrei sua confiança... - Ele nega.
- Quebrou mais que isso... Mas realmente não me importo. Não quero discutir com você... - engulo seco.
- O que tem para me mostrar? - Ele se levanta.
- Descanse. Conversamos mais tarde... - Ele sai do quarto e me sinto pequenininha. Sua distância me deixa muito frágil, não gosto de sentir isso. Essa semana realmente foi bem cansativa e ruim...
Me deito e adormeço.
***
Acordo e confiro o relógio, quatro horas da tarde. Me surpreendo por ter dormido tanto, mas minha cabeça está melhor, apesar de estar morrendo de sede. Me levanto e saio do quarto. Ao chegar a sala encontro Melany limpando-a.
- Boa tarde. - ela me olha e sorri.
- Boa tarde... Fiquei sabendo que irão embora amanhã? - ela me pergunta tão diretamente que franzo o cenho, confusa.
- Sim... por quê? - ela nega com a cabeça.
- Nada de mais... - acho estranho sua reação, mas não comento nada. Caminho em direção a cozinha, mas ela segura meu braço, olho para trás. - Posso fazer uma pergunta? - Assinto.
- É verdade que Dimitry voltará para a França? - pisco várias vezes seguidas.
- Não, acho que não. - puxo meu braço e volto a caminhar para a cozinha. - Boa tarde dona Clarice. - dona Clarice sorri. Abro a geladeira e pego o jarro de água.
- Boa tarde. Como está? - sorrio.
- Bem... - digo, mas realmente não sei se me sinto dessa forma, não queria saber, mas acabei descobrindo que Dimitry voltará para a França. Me sirvo de um copo de água cheio e viro rapidamente. Tomo mais um e me sento no banco.
- Está com fome? - Assinto. - Farei um lanche para você. - sorrio.
- Obrigada. - digo. - Dona Clarice... - Não sei se é verdade, mas tenho que saber se Dimitry vai embora. - Sabe de alguma coisa sobre a viagem de Dimitry a França? - ela olha para mim e sorri.
- Bem ouvi dizer que ele provavelmente sairia do Brasil por motivos de saúde, mas não sei exatamente para onde ele irá. - Assinto.
- Entendo. E onde ele está? - dona Clarice caminha para a varanda e sigo ela, nos sentamos nas cadeiras.
- Sala de jogos. - Assinto. - O que aconteceu para Joshua estar ferido hoje? - engulo seco.
- Fiz algo de que devo me arrepender e agora Dimitry está todo estranho comigo... - ela sorri e segura minha mão.
- Bem querida... Acho que ele não tem porque ficar chateado, creio que logo estarão bem novamente. Mas me diga, já estão juntos? - Assinto.
- Sim, mas pedi para que ele não contasse a ninguém, creio que fiz mal. - ela nega.
- Conheço Dimitry a pouco tempo, mas sei que toda decisão que você tomar em relação a ele, ele compreenderá. - franzo o cenho.
- Como pode ter certeza? - ela solta a minha mão.
- Ele te ama. - Rio e nego com a cabeça.
- Lhe garanto que não dona Clarice. - ela ergue as sobrancelhas.
- Espero que não perceba isso tarde demais... - pisco várias vezes. Olho em direção ao prédio da academia e logo vejo um batalhão seguindo de volta para casa.
Rafa se aproxima de mim e pega minha mão.
- Como é sua última noite aqui, decidi que poderíamos montar um teatro, todos concordaram e queremos saber se está de acordo também? - franzo o cenho.
- Teatro? - olho para Dimitry e ele dá de ombros.
- Sim. Queremos que pelo menos na fantasia tenham um final feliz... - Não compreendo o que ela fala, mas Assinto.
- Por que disso agora? - pergunto. Dimitry se apressa a responder.
- Tereza disse que teve um pesadelo noite passada, diz ela que eu morria e você passava o restante da sua vida vivendo em um mundo preto e branco, eu disse para ela que isso foi só um pesadelo, mas eles decidiram que tínhamos que ter um final feliz, pelo menos de mentira. - meu coração se aperta e me pergunto se seria possível que nunca exista um final feliz para nós.
Rafa me puxa e me leva ao quarto dela, chego e fico um pouco surpresa, pois há dois vestidos. Um vermelho longo e volumoso e um azul com branco que parece ter saído literalmente de um conto de fadas.
- Como? Porque...
- Comprei com minhas roupas, quero que vista o vermelho agora e mais à noite vestiremos o outro em você.
- Por quê? - olho para Ana que está sorrindo sem parar.
- Queremos que se aproximem e só achamos essa forma. Perguntei para Dimitry o que ele faria hoje a noite e ele disse que queria lhe mostrar algo, então queremos que vá de azul e branco. Mas para nosso teatro queremos você de vermelho.
- Crianças isso não é coisa se faça... - digo e elas cruzam os braços.
- Não somos mais crianças e ver o jeito que Dimitry te olha é estressante. Ele sempre se segura para não se aproximar, para não te tocar... Por que simplesmente não nota o esforço dele? Ele me salvou Vitória, sou grata a ele, mas sei que ele passou por algo parecido, claro que não tenho ideia do que direito, mas me lembro dele carregar o mesmo olhar que o meu e a mesma raiva que eu, por um momento desejei ser você e poder curar suas dores, mas ele te escolheu, então valorize. Pessoas que carregam marcas são mais crentes e fiéis ao amor, pois sabem o quanto é difícil ser amado. - Estou pasma e pisco algumas vezes.
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Abominável - A lei da Atração
RomantizmTantas pessoas no mundo e sempre caímos na labia do lobo mal... "Existe uma pequena linha tênue entre o ódio e o amor!" "Existem pessoas que diriam que sou louco, mas prefiro acreditar na teoria de que sou apenas um excêntrico rico em busca de uma n...