Capítulo 67

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Chegamos no restaurante e pude ter a sensação de satisfação novamente vendo os rostos alegres com o local, pedimos já nosso almoço e aguardamos a chegada do mesmo. O lugar encheu rapidamente depois de alguns minutos que destravaram as portas realmente. Observo Vitória e Raone conversar.

- Por que quis sentar com a gente Raone? - ele dá de ombros.

- Gosto de vocês! - Vitória dá risada, estamos na mesa somente nós três e confesso que preferia estar só com Raone, Vitória anda me deixando tenso ultimamente por sua petulância, observo as mesas onde todos estão e fico feliz por ver eles conversando assim.

Minha visão escurece do nada e sinto uma fisgada na cabeça, levo a mão na mesma e fecho os olhos, abro em seguida e pego Vitória me olhando confusa, não me sinto bem e me levanto.

- Dimitry...

- Está tudo Bem! Vou só ao banheiro!

- Não quer que Raone vá com você? - nego.

- Estou bem... - saio apressado em direção ao banheiro e quando estou na porta me apoio, pois a tontura volta. Respiro fundo e depois de alguns instantes entro no banheiro correndo e me abaixo sobre uma privada. Sinto meu estômago girar e é impossível segurar o vômito! Minha cabeça dói e procuro o fôlego que acabei perdendo.

O tremor toma conta do meu corpo e creio que devo estar branco como papel. Respiro e quando o mal estar passa, saio do banheiro, me olho no espelho e vejo gotas de suor se formando na testa. Lavo o rosto, mas é impossível disfarçar a palidez "Você está bem." Afirmo para mim mesmo e saio do banheiro.

Me sento novamente e Vitória segura minhas mãos.

- Por que elas estão tão geladas? - ela me pergunta em voz baixa, mas Raone não ignora.

- Você está Bem? Parece doente! - Ele segura minhas mãos - Se quiser cuido de você. - sorrio fracamente.

- Estou ótimo campeão! - Vitória aperta minhas mãos quando Raone solta e me fuzila com o olhar - Agora não... Diga o que quiser depois... - ela abre a boca para falar, mas fecha em seguida.

Quando os pratos chegam acabo comendo pouco, pois meu estômago não aceita. Depois que voltamos para casa e entrego a comida do casal de caseiros me sento perto da piscina em uma espreguiçadeira.

Respiro o ar puro e masco um chiclete.

Deixei o conversível na mão de Joshua e Vitória, saíram com as meninas para comprar as coisas dos quartos restantes. Fico no silêncio durante uma meia hora, até a enfermeira se sentar ao meu lado.

- Como está? - olho para o céu.

- Ótimo!

- Parece que vai chover mais tarde...

- Parece que sim... - não vejo a hora dos quartos estarem prontos para eles se livrarem desses uniformes.

- Podemos fazer sua radioterapia agora? - puxo o máximo de ar possível.

- Já que não tenho escolha... - ela se levanta e sai por alguns instantes e ao retornar está acompanhada pelo médico, me levanto e sigo para a academia onde o equipamento de radioterapia está.

- O senhor não vai deixar esse equipamento aqui, certo? - Por mais que em volta do equipamento tenha um isolamento de vidro, sei que é perigoso.

- Não doutor, isso foi trazido para cá sem meu consentimento, mas encerrando a semana já irei me livrar dele.

- Realmente não é bom ter esse tipo de equipamento com crianças vivendo aqui... - Assinto. Caminho para dentro do compartimento de vidro e me feito sobre o equipamento.

A seção de radioterapia dura uma hora mais ou menos e quando saio me sinto um pouco mal, tenho a sensação de estar mais fraco e mais cansado.

Ao abrir a porta do compartimento vejo que Gabi e Tereza estão sentadas no chão da academia olhando, creio que terei uma semana longa para explicar minha situação.

Olho para elas que esperam uma resposta.

- Não entrem ali! - elas assentem - querem perguntar alguma coisa?

- Podemos ir para a piscina? - digo que sim e elas sobem escadas acima alegres. Olho para o médico e a enfermeira que parecem gostar do fato que alguém esteja cuidando das crianças.

Coloco o relógio novamente no braço e confiro as horas, já são duas e meia, não me sinto muito bem decido deitar um pouco.

Ao passar pelo corredor bato na porta do escritório e entro, dona Clarice está animada.

- Como foi? - ela sorri amplamente.

- Pronto senhor, agora é só começar, disse que queria as meninas da limpeza amanhã bem cedo.

- Pedirei para Ney levar vocês para fazer compras, compre tudo o que for necessário. - ela assente e me entrega as chaves de casa - Sigam-me. De lá podem ir para casa e arrumar as coisas de vocês, pedirei para Ney esperar que façam compra e leve vocês em casa.

- Até amanhã então... - os dois saem da sala, sigo eles e vejo Ney na sala dormindo enquanto a policial assiste TV.

Cutuco ele e ele se levanta.

- Leve eles ao mercado depois para casa. - Ney concorda, entro para dentro e subo as escadas às pressas, mas antes de chegar até o último degrau vejo na ponta da escada a vadia segurando meu braço quando criança. Pisco algumas vezes e sinto um gosto metálico na boca. "Por favor some!"

Termino de subir as escadas e a monstra some, sinto minha visão embaçada. Abro a porta do quarto cambaleando e fecho com um estrondo. Acabo caindo no chão e sei que toda a merda que estou passando junta esta deixando meu físico e meu psicológico mais fodido do que posso suportar. Olho em volta e engatinho lentamente para a cama, ouço a risada perturbadora da vadia.

- Me deixa em paz! - me sinto cada vez mais debilitado, minha cabeça dói e meu corpo parece muito pesado.

"O menininho está sozinho no quarto! Olha só! Fraco!" Tento focar na ponta da cama, mas a voz parece tomar conta de mim "Vai morrer sozinho" "Pare!" "Ninguém te ama! Vai morrer sozinho!"

"Sai da minha cabeça!"

- Vitória... - chamo com um fio de voz antes de sentir tudo escurecendo, sinto toda a bagunça da minha mente tomar conta de mim e chamo uma última vez - Vitória! - desmaio.

(Desculpe meus amores
A demora em postar é  devido a falta de internet kkkkkkkkkkk)

Abominável - A lei da AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora