Capítulo 51

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- Não posso aceitar! - a voz dela está duvidosa, mas não vou insistir, assinto.

Mesmo sabendo que será difícil conviver com ela tão perto e sem poder tocar nesse corpo gostoso que ela tem, sem poder beijar essa boca que está começando a parecer mais convidativa e menos teimosa.

Aperto o maxilar e tento me acalmar, aliás estou em condições favoráveis para fazer um filho neste momento.

Solto seus cabelos e fecho o zíper da calça dela, depois seguro em sua cintura fazendo sinal para ela levantar e vejo que existe um pouco de resistência da parte dela, mas depois de um tempo ela sai e recolhe seu sutiã do chão.

- Imaginei que fosse recusar, aliás seu pai pediu para você manter distância de mim! - digo sorrindo faceiro.

- Realmente sabe como convencer uma mulher! - a voz dela está falha e isso me deixa bem alegre.

- Você que me atacou Vitória! - digo arqueando uma sombrancelha, ela cora e abaixa a cabeça, vejo ela apertando o bojo do sutiã com força e depois de um tempo afrouxa as mãos.

- Desculpe, eu... eu sinto muito! - ela parece envergonhada e acabo bufando, "Qual é!"

- Sério? Está pedindo desculpas por querer ficar comigo? Está pedindo desculpas? - minha voz sai extremamente rude, ela pisca várias vezes.

- Você está com a Karoline certo? - a voz dela é apreensiva e só então entendo o porquê do pedido de desculpas.

- Não se preocupe com ela - sorrio - Ela veio mais ou menos por sua causa mesmo! - dou de ombros, não que eu vá dizer que ela veio para que eu me satisfaça enquanto flerto com a garota que me lembra um pouco da vadia, mas ao mesmo tempo me trás uma certa paz.

Ela abre a boca como se fosse falar algo e parece desconcertada com o que eu acabei de dizer, encaro ela de cima em baixo e só me dou conta do sorriso pervertido em meu rosto quando ela limpa a garganta.

- O... O que quer dizer com isso? - ela junta o sutiã contra o peito e parece tentar esconder seus seios médios ou poderia dizer pequenos, de mim.

- Digamos que ela será uma amiga para você e uma confidente comigo! - realmente a pior descrição de todas, mas é o jeito mais aceitável de tranquiliza-la. Ela parece pesar minhas palavras e não as contesta ou faz algum questionamento sobre isso.

- Creio que seja melhor eu voltar daqui a pouco! - sua fala está um pouco nervosa e sei que ela está tentando disfarçar o medo crescente de Karoline aparecer e ver ela neste estado de decadência e exposição.

Fico durante alguns minutos ou horas sentado e depois de um tempo Karoline sai do quarto vestindo apenas uma camiseta enorme minha.

A visão me deixa um pouco excitado, mas ignoro a visão dos céus assim que vejo Vitória sair do quarto com um vestido branco que parece mais de uma criança.

A visão dela é curiosa e sei que ela acabou de tomar banho, mas o que me deixa mais intrigado é que ela fica extremamente deslumbrante em um simples vestido.

O olhar de Vitória se entristece ao ver Karoline vestida da forma que está, mas Karoline parece não se importar.

- Muito bem! Farei um Guizado para vocês! - Karoline diz enquanto caminha com toda sua feminilidade para a cozinha, o olhar de Vitória está repleto de fúria e algo me diz que isso se chama ciúmes.

Rio e começo a desenrolar as faixas da mão, aliás acho que ficarei sem elas, pois minhas mãos estão bem recuperadas.

- Quer me ajudar Vitória? - pergunto e ela se senta ao meu lado em silêncio, recolhendo uma de minhas mãos e desenrolando para mim.

- Irei para meu apartamento! - sou pego de surpresa e encaro ela, vejo seus movimentos e seu olhar focado para o trabalho de retirar as faixas.

- Por quê? - pergunto.

- Porque agora que Karoline está aqui, não necessita que eu esteja durante o tempo todo e decidi que devo fazer amizades. - levanto uma sombrancelha.

- E o que tem haver a parte de fazer amizades e ficar aqui em minha casa? - "A menos que as amizades carreguem uma espada no meio das pernas!"

- Não sei... Apenas estou comentando, então a menos que me peça para vim em sua casa, estarei em meu apartamento, OK? - "Ótimo! Plano jogado fora!"

- Não acho que deva sair daqui. - digo parecendo amuado, ela termina de desenrolar a faixa de uma mão e me olha nos olhos.

- Não moro aqui, estava fazendo o serviço que sua mãe pediu e bem... Já tenho minhas ideias sobre o que você pode ter passado, então não preciso ficar mais no seu pé o tempo todo. - ela dá de ombros e inicia o trabalho na outra mão, olhando para baixo.

Engulo seco. "Será que ela sabe sobre o que a vadia fez? Não! Não disse nada sobre isso!" O simples pensamento de que ela possa saber me faz entrar em pânico e acabo espremendo os olhos e puxando a mão. Sinto um pânico descontrolado querendo me tomar e o medo crescente surgindo.

- Está tudo bem Dimitry? - ouço a voz preocupada dela, mas não consigo reagir, pois sentir que ela pode saber sobre meu passado me deixa assustado. Não quero que ela saiba "Ela não pode saber!" Não quero que ela tenha pena de mim.

Não quero ser odiado e olhado como se fosse algo sujo e nojento, não quero que ela se afaste e me veja como algo asqueroso.

Junto as mãos sobre a cabeça e sinto uma dor profunda começar em meu crânio, vejo a imagem da vagabunda sorrindo e me dizendo que sou fraco e que não poderei receber amor de ninguém, pois jamais serei digno de amor, jamais serei digno de compaixão.

- Dimitry! - Vitória me abraça e retribuo o abraço com muita força.

- Não sou esse monstro! Não sou nojento! Não sou como ela! Não quero que sinta nojo de mim! Eu não tive culpa! - o pânico me deixa louco.

- Está tudo bem! - a voz dela parece confusa e quando abro os olhos vejo a babá me olhando e apontando a mão fechada em forma de arma para a própria cabeça e fazendo o barulho de disparo.

- Morra! - grito com ódio.

Abominável - A lei da AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora