Chegamos ao hotel e estaciono o carro em minha vaga, desço e me apoio sobre as muletas, Vitória permaneceu em silêncio durante todo o trajeto e estou começando a pensar seriamente em tomar minha primeira atitude de sedução hoje e me permitir ter um pouco de diversão ao ver seu olhar de surpresa.
Entramos no elevador e quando ele está quase se fechando, encosto as muletas na parede do elevador e me equilibro em meu pé bom, prenso Vitória contra a parede e agarro sua nuca, dou um beijo bem demorado nela, o suficiente para ela parar de se debater e retribuir com ânsia e desejo por mais.
Assim que sou correspondido paro com o gesto abruptamente e recolho minhas muletas, no segundo seguinte a porta do elevador se abre e caminho para o outro elevador com pressa, ela me alcança e assim que entramos no elevador para meu apartamento, ela começa a falar e parece bem irritada.
- Está louco!? Já disse para parar de fazer essas coisas seu maluco, não sou sua propriedade! - decido calar a imensa boca dela e provar que na verdade ela já é minha e apenas não se deu conta ainda e o pior: tudo dentro de uma semana - Se repetir o que fez eu irei... - respiro fundo e fecho os olhos e quando abro novamente puxo ela pela cintura e quebro a distância entre nós, consigo sentir seu corpo colado ao meu e por um momento tenho a impressão de sentir minha garganta secar.
Ela parece ofegante e isso porque nem mesmo dei outro beijo nela, na verdade não quero, pois meu caos interior não será curado com migalhas e ela somente tem a me oferecer isso.
- Vai o quê? - pergunto respirando sobre seu ouvido e mordiscando seu lóbulo.
- Me solta Dimitry... - a voz dela está quase inaldível e parece suplicar pela distância.
- Vai o quê Vitória? Ainda estou esperando uma resposta... - digo e dou um beijo ardente e possessivo em seu pescoço.
- Por que está fazendo isso? - ela pergunta de olhos fechados, enquanto se aperta implorando por mais contato com meu corpo.
- Ignore minhas ações mon amour e nunca se esqueça que jamais vou sentir algo por você! - digo e solto ela, ela cambaleia para trás e abre os olhos aturdida.
Seu olhar está repleto de desejo sufocado e decepção, acredito que isso seja algo esplêndido e me sinto revigorado, com o olhar cercado de frustração e mágoa.
O elevador se abre e saio com o ar de superioridade estampado no rosto, já que ela ficará aqui então será sobre meu poder e minhas condições.
Abro a porta do meu apartamento e vejo minhas chaves e celular em cima do balção de mármore. Durante a discussão e após ser levado pelo camburão da policia, pedi para que o recepcionista trouxesse meus pertences para meu apartamento.
Caminho até o balcão e recolho meus pertences, vejo Vitória entrar e caminhar para o corredor que leva para quarto em que ela estava dormindo.
- Peça um lanche para mim, minhas mãos estão boas, mas já que é minha cuidadora terá que se ocupar! - digo com frieza e me encaminho para meu quarto.
Ela aperta as mãos em punho e passa por mim como um vulto de tão rápida. Chego ao quarto e me dispo rapidamente, entro para o banheiro e tomo um banho depressa, me livro de todo o ar pesado da prisão e sinto cada gota que percorre meu corpo, estava ansiando por este banho e precisava tirar do meu corpo o terno que estava impregnado dos rastros daquele lugar horrendo e cheio de sujeira.
Volto para o quarto e escolho uma roupa mais leve, decido que ficarei só de roupão, aliás é hora de começar a me comportar como o dono do apartamento.
Sigo para sala e vejo meu lanche sobre o balcão, sorrio. "Boa menina!" me dirijo para o balcão e me sento em uma das banquetas, Vitória não está por aqui e creio que esteja ocupada arrumando algo em seu quarto.
Como com lentidão e depois de alguns minutos estou satisfeito, realmente estava faminto, pois o horário em que fui preso não tinha almoçado ainda.
O resto da tarde passa depressa e isso me deixa mais aliviado, pois hoje não é meu dia.
Pedi para Lys mandar os documentos para que eu assinasse e mandei eles de volta a pouco tempo, cerca de cinco minutos, espero que chegue antes das sete da noite, pois ela vai embora assim que der esse horário.
Já são seis e cinquenta e por algum motivo não estou me sentindo tão bem, algo tem me perturbado muito e creio que seja pelo fato de que terei que contar sobre meus fantasmas e isso está me assustando, aliás como que uma garota que nem se formou ainda poderia me ajudar?
Tento não pensar muito nisso e desejo intensamente a presença de Karoline aqui comigo, ela saberia o que fazer, ela saberia como agir e me mostraria uma saída aceitável e coerente.
Odeio essa garota pela curiosidade dela e sei que se me deixar levar pelos sentimentos vou acabar matando ela sem pensar duas vezes e não quero voltar para a prisão e nem ser internado, agora por tempo indeterminado, novamente.
Suspiro e caminho para a janela, fico observando durante um tempo incontável para as pessoas e carros que cruzam as ruas movimentadas de sexta-feira.
Junto todas as minhas forças e tento não ter minha paciência esgotada e todo meu humor sombrio transbordando.
Saio de perto da janela e caminho para meu quarto, realmente espero que tudo isso acabe logo e que encontre uma saída para os meus problemas e estou confiante que será com a chegada de Karoline.
Sei que deveria ser mais atencioso com a garota e que deveria tratar ela com mais respeito e estou me esforçando, me dobrando em vários para corresponder as expectativas e ser um cara legal e decente.
Sei também que não sou e nem me aproximo do cara legal que deveria ser para conquistar ela, mas fazer o que? É complicado para mim. Decido ligar para Karoline e perguntar o quê devo fazer e como devo proceder com a garota, já que ela não apareceu a tarde toda depois do ocorrido.
Disco o número de Karoline e depois de longos minutos, que pareceram uma eternidade, ela atende.
- Bonsoir, je parle? - a voz dela tem o efeito mais agradável possível e falar com ela me deixa mais calmo.
- Bonne nuit mon amour, je suis! Votre gentleman. - me identifico e resolvo perguntar logo sobre como agir com Vitória - J'ai besoin de votre aide! I kissed Victoria et maintenant, elle se est enfermée dans la chambre, que faire?
- Duh! Vous demander si elle va bien! - a resposta dela é tão previsível que me deixa entediado.
- Só?
- Sim!
- Boa noite bébé! - desligo e retiro o roupão, coloco uma calça moletom e sigo para o quarto de Vitória, "Vamos ver se vale a pena colocar em prática seu plano Karoline!"
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Abominável - A lei da Atração
RomanceTantas pessoas no mundo e sempre caímos na labia do lobo mal... "Existe uma pequena linha tênue entre o ódio e o amor!" "Existem pessoas que diriam que sou louco, mas prefiro acreditar na teoria de que sou apenas um excêntrico rico em busca de uma n...