Eu decido enviar uma mensagem para a Lisa.
«SMS ON»
LISA: Oi amiga, me desculpe, estou na correria.
LISA: Daryl e eu estamos realojando os sem tecto.
LISA: Nós falaremos muito em breve, eu ligo para você, beijos.
«SMS OFF»
Estou mais tranquila, ela está bem. Melhor eu tentar descansar um pouco.
Na manhã seguinte, ainda é muito cedo quando ouço alguém batendo na porta do meu quarto.
COLIN: Abra a porta, Rita. Abra, rápido!
Eu me visto em dois segundos e vou até a porta. Colin entra rapidamente e me encosta contra a parede, ele coloca o dedo na minha boca.
COLIN: Ele está me seguindo.
RITA: Quem?
Começo a ouvir vozes lá fora, Colin coloca a mão em minha boca. Eu ouço pessoas batendo de porta em porta deste andar do hotel.
Eles se aproximam da minha porta e batem, eu permaneço em silêncio, encostada no peito de Colin. Sinto seu peito subindo e descendo rapidamente com sua respiração, sinto seu coração acelerado.
As pessoas continuam paradas na minha porta, estou angustiada, meu coração dispara.
Ouço vários homens do lado de fora, eles estão conversando entre eles. Eu olho para Colin, sua testa está coberta de suor. Sinto minha garganta se fechando de medo.
De repente, ouço os homens indo para as próximas portas.
COLIN: Ryan colocou alguns homens me seguindo, nem tenho a certeza se são mesmo policiais. Eles passaram no meu barco ontem à noite, e derrubaram a porta do abrigo esta manhã. Eu mal consegui escapar deles, isso está ficando ridículo. Você precisa conversar com Ryan por mim, marque uma reunião com ele, e mais ninguém.
RITA: Eu não quero mais fazer isso, Colin.
COLIN: É o ultimo favor que peço a você.
Eu pego meu telefone, mas Colin o tira da minha mão e escreve uma mensagem ele mesmo, tremendo. Eu olho para ele, meio perdida, sem saber se isso é uma boa ideia.
Ele me pede para ler a mensagem e enviar ao Ryan, eu faço isso e olho para Colin.
COLIN: Obrigado.
Colin olha ao redor do quarto, depois me olha novamente. Eu sorrio para ele, tentando acalmar a situação.
Ele passa o polegar suavemente em minha bochecha e aproxima os lábios para um beijo rápido. Me olhando com carinho, ele coloca o dedo na minha boca, pedindo silêncio.
Ele respira fundo, bastante triste, e vai ao banheiro para lavar o rosto. Colin volta do banheiro e eu lhe mostro o meu telefone com a resposta de Ryan.
COLIN: Ok, muito bem, vamos imediatamente. Eu também preciso falar com Matt, em São Francisco. Meu carro está a poucas quadras daqui.
Eu decido acompanhá-lo, estamos a caminho de São Francisco. Não sei o que Colin tem em mente, mas ele ainda parece determinado e furioso.
RITA: Você pode me explicar o que pretende dizer ao Ryan?
COLIN: Eu só preciso falar com ele, quero resolver isso de uma vez.
RITA: Eu não quero que as coisas piorem para você.
COLIN: Prometo que não vão piorar, vamos acabar com isso de uma vez.
Eu não respondo, apenas encaro Colin, que está olhando para a estrada. Eu o encaro, intencionalmente, procurando entender o que ele pretende.