Houve um minuto de silêncio, tudo o que eu escutava do outro lado da linha era a respiração de Dylan, pesada.
-Isso é bom, não é?-Perguntei hesitante.
- Talvez... Em outras circunstâncias. Ela não está bem, acho que foi por causa da tempestade, talvez inalou o que quer que seja aquilo. Ela ficou muito mal, quando chegamos no hospital descobrimos que ela estava grávida. Nem ela e nem os bebês estao bem.
-Os?- perguntei quase engasgado com minha própria saliva.-Dylan, quantos bebês são?
-Até agora são 2, mas não sabemos direito o que está acontecendo ou como eles estão. São pequenos demais.
-Meu Deus, estamos indo ai.
Desliguei o telefone e expliquei a Hiro o que tinha acontecido. Não sabíamos o que pensar ou como reagir. De um lado estavamos felizes, porém Selene e os bebês nao estavam bem, o que nos deixava muito preocupados.
Começamos a arrumar nossas coisas para irmos ao hospital. Ligamos ainda para os nossos amigos para sabermos como eles estavam e apesar do susto, todos estavam bem.
Estávamos prontos para deixar a casa quando houve mais uma explosão e tudo escureceu.
Todo o prédio abalou e alguns pedaços do mesmo caíram sob nós, mas apenas pequenos pedaços. A luz acabou e a noite chegou.
Era apenas uma hora da tarde, nao poderia estar anoitecendo.
Hiro chegou perto das janelas e percebemos que um eclipse estava acontecendo.
O barulho do lado de fora pareceu aumentar e percebemos que o os transformados estavam saindo.TRANSFORMADOS.
Há muito tempo eu não falava mais essa palavra e o terror que ela carregava voltou a me assombrar.
Mais uma onda de tempestade de areia começou e desta vez junto de tremores.
-Rápido, as máscaras!- disse.
Alguns pedaços do prédio começaram a cair com os tremores e Hiro me puxou para me proteger de alguns pedaços que caíram. Zeus se aninhou de baixo de mim também até os tremores diminuírem.
A areia começou a entrar por alguns vãos que abriram e Hiro foi pegar as máscaras.
Colocamos uma mascara para Zeus também que encontramos uma vez na floresta quando fomos pegar suprimentos. Haviam soldados que usavam máscaras e alguns cachorros, todos mortos com flechas. Não permacemos muito tempo no local, tínhamos medo de acabar como eles. Nunca soube se eram nativos protegendo seu território ou uma guerra com outro motivos.-Vamos, temos que sair daqui!-Hiro gritou por cima do barulho.
-Vamos para o hospital.-disse de volta.
Pagamos o necessário e fomos em direção da porta, já que a tempestade parecia ter cessado. Assim que saímos, a passarela da varanda começou a desmoronar e Zeus foi junto.
Sem pensar duas vezes pulei em sua direção e agradeci mentalmente que ele usava uma coleira de peito e não de pescoço.A parte na qual eu me segurava estava desmoronando também, mas Hiro me segurou pelo pulso quando a mesma quebrou.
-Você precisa de uma dieta.- disse ele quando me puxou a salvo.
-Engraçadinho.-disse ficando de pé e checando Zeus. - Não sabia que era rancoroso.
-Não sei do que está falando.-disse enquanto ia em direção ao elevador.
-Fique sabendo que a vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena.
Houve mais um estrondo e mais pedaços do prédio começaram a cair. Quando chegamos ao elevador, o mesmo estava sem energia, assim como todo o prédio. Seria uma longa descida.
-É uma longa descida.-disse olhando pra baixo.
Hiro tirou a blusa sob meu olhar estupefato e confuso e a rasgou, pegando Zeus o colocando em seu colo como um filhote de canguru. Ele parecia uma daquelas mães com seus bebês no colo. Zeus estava seguro.-Você está pronto?-perguntou ele a Zeus.- Não precisa ter medo, estou aqui.-Ele respirou fundo e segurou um dos fios do elevador.-Papai está aqui.
Peguei outro cabo para nao pesar mais o de Hiro, mas não foi uma boa ideia, pois depois de dois andares o cabo pareceu ceder e quando fui tentar me agarrar a outro o cabo se rompeu e despenquei andares abaixo.
Desesperada, tentei me agarrar a todo custo em qualquer coisa que via, mas em vão. Ao tentar segurar um dos cabos minha mão foi queimada devido ao atrito e acabei largando a mesma, porém bati na lateral do elevador, em uma das grades por conta do balanço quando larguei o cabo.
Finalmente me agarrei a grade com o coração disparado.
-Olha, eu realmente nao sei se eu tô dou azar ou vc é azarada normalmente.- disse Hiro distante.
-To começando a achar que é você!- gritei de volta.
Assim que chegamos no chão, Hiro libertou Zeus que se chacoalhou parecendo liberar o estresse.
-Vem cá, precisava mesmo tirar a camiseta?
-Nao finja que não gostou.
O número de transformados parecia ter aumentado com o eclipse, porém eles pareciam atordoados, não sabiam para onde ir. Nos escondemos atras de um carro velho e percebemos como os olhos deles eram totalmente brancos, como a lua. Pareciam cegos, mas conhecíamos bem como eles podiam ter os outros sentidos mais aguçados.
Fomos olhando pelas lojas velhas e cheias de terra que a tempestade trouxe. Escutei uma pequena batida ao longe e os transformados "acordaram" de repente do transe que estavam. Eles agora pareciam desesperados, procurando por algo que acredito que nem eles mesmo sabiam.
Quando finalmente encontrei a origem do barulho percebi que era um garoto que estava sendo segurado pela mãe. Ela por sua vez mantida a boca do menino fechada e segurava a mão que o maninho bateu sob o vidro da vitrine de uma das lojas. Seu olhar implorava ajuda.
O barulho chamou atenção dos transformados e eles entraram na loja, porém sem sucesso de encontrar os dois, já que ambos se escondiam atras de um dos balcões.
Alguns dos tranformado faziam barulho tombando e derrubando coisas, isso vez com que chamasse a atenção de outros transformados. Alguns deles estavam em cima de prédios e outros lugares mais altos, então eles estouraram quando entravam em contato com o chão.
Um deles caiu em cima do carro que era tão velho que não havia alarme. Hiro abriu a porta do mesmo com cuidado para não fazer barulho, mas a porta rangeu.
Alguns deles vieram em nossa direção e entramos desesperados denteo do carro. Zeus começou a latir e fiz sinal para que ele ficasse quieto, então o coloquei no chão do carro para que não visse os transformado e não alarmasse mais enquanto fazia carinho para que ele se acalmasse no banco traseiro.O carro começou a balançar com os transformados do lado de fora e Hiro segurou minha mão. Cada vez mais eles balançaram e as rodas do lado direito começaram a sair do chão. Um dos transformados começou a bater a cabeça contra o vidro do carro, o que fez com que começasse a trincar.
O sol começou a nascer e os transformados foram atraídos para o carro, enquanto libertava a criança e a mãe.
-Aguenta!- disse Hiro enquanto apertava mais minha mão, desesperado. -Só mais um pouco!-To que tá falando? Mais um pouco pra eles comerem a gente?
- Não, o sol está nascendo!
- E daí?
-Acho q eles não podem ficar no sol!
- São zumbis, nao vampiros!
O carro tombou, quebrando os vidros do carro e nos deixando atordoados.
Senti o carro amassar mais e sabia que tinha transformados em cima.
Abri meus olhos e senti minha cabeça queimar, sabia que tinha batido a cabeca, vi o restante de gasolina do carro sair, mesmo sendo pouco era perigoso demais.
O sol estava nascendo e um dos tranformado estava entrando no carro, mas assim que o fogo acendeu ele saiu imediatamente.
Zeus choramingava e o acalmei, olhei para Hiro que tinha uma expressão preocupada. Seu pé estava preso e ele tentava tirar desesperadamente.-Vai! Sai daqui!- disse ele enquanto me empurrava do carro.-Isso vai explodir a qualquer momento!
Bem vindos a mais um capítulo finalizado,obrigada por acompanharem, por favor comentem muito e favoritem, estou escrevendo pelo celular entao posso acompanhar cada interação de vcs com o livro e responder vcs!
Vejo vcs no próximo ataque?
VOCÊ ESTÁ LENDO
O diário do apocalipse.
AcciónO que fazer quando se acorda e o mundo está virado de cabeça para baixo? Quando pessoas estão atacando umas as outras sem motivo algum? Ou mesmo quando seus pais somem e ninguém sabe onde eles estão? Eu acordo perdida em meio ao caos sem saber para...