Capítulo 11- Teia de mentiras.

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Naquela noite, de volta ao meu quarto na sede, fiquei olhando para o céu escuro incrivelmente inundado de estrelas e fiquei revendo os acontecimentos da noite

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Naquela noite, de volta ao meu quarto na sede, fiquei olhando para o céu escuro incrivelmente inundado de estrelas e fiquei revendo os acontecimentos da noite. O foco do meu olhar saiu do céu e pairou sob meu próprio reflexo. Eu me lembrei de como ele olhava pra mim e sorria acreditando que eu era sua filha. Minhas sobrancelhas pretas não se pareciam nada com as sobrancelhas castanhas claras dele, nem mesmo com a de Imogen que era um castanho mais escuro, assim como meus cabelos não eram nada parecidos com os deles, o meu era um castanho escuro e Imogen tinha pintado o dela de um castanho avermelhado, eu nunca soube qual era a cor verdadeira e do governador era um castanho claro.

Eu tinha bochechas grandes e meu rosto era em formato oval, diferente de Imogen que era o rosto mais fino que eu a tinha visto e com bochechas magras, o governador era praticamente um lutador de sumo, mas sem os olhos puxados e com o rosto redondo, com uma camada extra de papa no lugar do pescoço. Meus olhos eram grandes, o de Imogen e do governado eram pequenos e ele os tinha da cor verde. Poderia citar uma lista inteira de diferenças entre nós, mas o meu objetivo não era esse e sim convencer ele do contrario, de que eu era a filha dele.

Dentro desses muros havia muitas mentiras guardadas, e eu estava me tornando uma delas.

Eu me deitei na cama e olhei para o teto do quarto, me sentindo um passarinho em uma gaiola e esse era apenas o primeiro dia ali na sede. Os quartos pareciam como um dos quartos de manicômios e eu, a louca presa sem poder mexer sem que alguém vigiasse todos os meus movimentos. Eu sabia que Scott estava do outro lado da porta, obedecendo as ordens do governador.

Eu me lembrei da cara que o governador fez quando o questionei sobre o que acontecia com os rebeldes depois que os encontravam. Primeiro ele ficou estático, como se aquilo que eu disse fosse como um tapa na cara dele. Depois ele me olhou e sorriu (falsamente).

-Eles são levados para um lugar onde eles pagam pelas coisas erradas que fizeram. Como uma prisão, já que violaram as leis ou agiram com mau comportamento, são presos. –ele respondeu.

-E que leis eles desobedeceram? –perguntei.

-Bem, eu coloquei leis como antigamente quando tínhamos uma sociedade antes daquelas coisas surgirem, para conseguirmos viver em paz. Então eu fiz a mesma coisa agora, mas algumas pessoas se tornaram rebeldes e se colocaram contra o meu governo. Esse tipo de pessoa não merece as coisas que proporciono a elas e querem atacar outras, as que estão aqui em paz, por isso temos que tirarem elas de perto dos cidadãos de bem e levar-las a um lugar que as eduque de modo certo. –ele sorriu.

Sorri de volta.

Ele disse muitas vezes que estava feliz por todos estarmos juntos e em uma delas ele mencionou que estávamos juntos novamente, "como uma família" (quase vomitei o jantar).

Decidi não fazer outras perguntas a mais ou ele diria uma versão distorcida de realidade dos reais acontecimentos na sede e fora dela.

A sobremesa foi petit gateau (um nome chique para bolo com sorvete), o que depois de tantos salgadinhos e refrigerante foi muito bem vindo.

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