Capítulo 19-Desistir ou continuar?

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Nossos olhares se suavizaram e ela pareceu finalmente respirar, soltando um ar pesado acompanhado de um sorriso de alivio.

-Fale baixo! Ninguém sabe que sou eu. –disse.

-Eu ainda não acredito! Os meninos me disseram, mas eu não quis acreditar. Sei que não é mais a Mykie. –ela sussurrou. –Mas eu realmente não acreditei até o momento eu que te toquei. –ela riu e olhou para a própria mão. –Quando vi você passar, pensei que fosse um fantasma. Não acredito que sobreviveu lá fora e conseguiu entrar aqui sem que ninguém soubesse. –ela me puxou para um canto distante de todos. –Soube dos seus pais, sinto muito. Sei que não sabia de nada daquilo, foi uma surpresa para mim. Pra todos nós.

-Se foi uma surpresa apara você, imagine para mim. –ela sorriu tentando mudar de assunto.

-Estou com sua mala ainda. Suas roupas estão comigo, não se preocupe que eu cuidei delas direitinho e não usei nada. Exceto uma blusinha ou outra, mas estão limpas, eu juro.

Me lembrei do acidente do trem quando minha mochila voou devido a explosão que fez o trem capotar. Garanto que foi o governo quem colocou aquelas minas nos trilhos para que ninguém saísse clandestinamente da cidade. Mas então eu me lembrei da ligação que Dylan teve de sua mãe horas antes do acidento do trem. Será que ela contou para o governo onde estávamos? Será que ela faz parte do governo? Mas ela não permitiria um acidente daqueles acontecer com Dylan, seu próprio filho, permitiria? Talvez ela teria informado os policiais da nossa localização, talvez Dylan tivesse contado e  os policiais seriam capazes de colocar as minas.

Isso me confundia cada vez mais.

-Myk...Cléo? Cléo? Está me ouvindo? –disse Blanca chamando minha atenção. Seu cabelo platinado fazia jus ao nome, mas as raízes já estavam aparecendo.

-Desculpe, o que disse?

-Eu estava dizendo que pensamos que estava morta. –ela disse em um tom triste. –Dylan se afastou de nós por um tempo, não gostava quando falávamos de você, era um assunto delicado pra ele. Ele se recusava a pensar que você estava morta. Não nos leva a mal, é que com as coisas acontecendo, os infectados e o governo atrás de você, pensamos que...

-Tudo bem. –disse. –não se preocupe. Eu e ele fomos criados como irmãos, então eu acho que quando se trata de família, não perdemos as esperanças. –disse, na verdade, mais para mim do que para ela.

Não iria desistir dos meus pais, mas eu pensava, será que era errado eu ficar do lado de pessoas que poderiam matar toda a cidade? Mesmo quando eram seus próprios pais?

-Preparada para o treinamento? –ela perguntou. Blanca era alta, deveria ter uns um e setenta e cinco de altura. –você tem que pegar seu uniforme, já fez isso?

-Na verdade não.

-Ótimo, vem comigo. –ela disse me puxando pelo braço. –Faz um tempo em que fico sozinha, desde que entrei aqui pra falar a verdade.

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