Capítulo 72-4 Anos depois.

92 15 23
                                    


Os anos correram rápidos e há muito que contar sobre o que aconteceu na vida das pessoas. De todas elas. Menos na minha.

Archie se tornou um biomédico e trabalha ao lado da minha irmã no laboratório, estão à procura de novas pesquisas sobre o vírus e o meu exame permanece sem resultado. Dylan e Seleny estão morando juntos e eu diria que formam um belo casal.

Adam permanece sem falar comigo, Matthew está na radio de Kirlian, procurando por sobreviventes e ajudando como pode por lá. Hiro entrou para o exercito de soldados de Hudson e não falamos mais com ele por ser extremamente ocupado e as únicas horas que o vejo são quando eles correm pela manha pelo vilarejo para treinar.

Meus pais continuam saindo para encontrar sobreviventes, mas essas viagens têm diminuído cada vez mais e eles pensam em se aposentar, assim como tio Anthony. Cate cresceu muito e ajuda como pode seus irmãos e seu pai.

E quanto a mim... Bem acho que apenas vivi um pouco, nada mais justo. Tentei ajudar Felícia no laboratório e não deu muito certo, acho que depois do décimo primeiro frasco quebrado, Felícia não aguentou e me expulsou de lá. E isso apenas em um dia. Tentei ajudar a costurar, mas meus dedos saíram mais furados que em um exame de sangue.

Então, um dia de folga, meu pai resolveu me ensinar a dirigir moto e assim que aprendi, dirigia pelo vilarejo inteiro quando eu podia. Então em um dos meus aniversários ele me deu uma moto de andar na neve, assim eu poderia até sair do vilarejo. Nas noites de aurora boreal eu dirigia até as montas para ver o espetáculo.

Então um dia enquanto eu passeava pela neve, encontrei um rio congelado onde não se via o fim e quando cheguei perto pude ver pessoas lá dentro. Infectados. Estavam boiando do outro lado do gelo e arranhavam o mesmo. Haviam infectados ali? O que estava acontecendo?

Apenas deixei isso enterrado nas neves e sai dali o mais rápido. O mode de quebrar o gelo e aqueles infectados saírem dali atacando todo o vilarejo era maior do que tudo.

Alguns dias depois e Hudson pediu uma reunião, mas com apenas nossa família. Tio Anthony estava lá cabisbaixo e meu coração começava a disparar. Dois corpos. Dois corpos jaziam no chão da sala de reunião. Quando abriram o saco, meus pais estavam deitados lá. Sem vida.

O meu grito ecoou em todo o recinto e Felícia desmaiou no mesmo instante. Eu me debrucei sobre eles e chorei, chorei como eu nunca havia chorado antes. Aquela dor me dilacerava.

Depois disso eu acordei no hospital.

Hudson estava em uma cadeira aos pés da cama e assim que eu acordei ele deixou o livro de lado.

-Ei você acordou. –sorriu. –Como se sente? –eu não respondi e ele suspirou. –Mykie, algumas coisas aconteceram nessas poucas horas e eu preciso ser sincero com você. Seu resultado... Seu exame... Ele deu positivo, Mykie. Você está infectada. –Apenas respirei e esfreguei meus olhos enquanto as lagrimas caiam. –Sinto muito, querida. –ele suspirou e chegou mais perto, sentando-se ao lado da cama. –Mas a males que vem pra bem. Descobrimos também nos seus exames que a partir de você poderá ser criado uma cura! Poderá salvar todo mundo! A partir de você todos serão imunes ao vírus, Mykie!

-Cadê minha irmã? Quero ver ela, pode chamar ela e me deixar sozinha com ela por um tempo? –Ele ficou em silencio olhando para baixo. –Cadê ela? Onde ela está? –Me alterei agarrando sua camiseta com as duas mãos e ele me olhou assustado.

-Eu sinto muito, Mykie. –ele se afastou das minhas garras e me olhou com tristeza. –Ela se matou.

-O que? –Aquilo foi mais um soco na minha cara. Meu ouvido começou a zunir e fiquei zonza. –Não pode ser! Não é verdade! -Aquilo parecia um pesadelo, eu estava desesperada para acordar e eu nem havia percebido que estava chorando. Aqueles 4 anos de paz haviam sido tirados de mim da pior forma.

-Mykie, me escute! –Ele agarrou meus ombros e me abraçou. –Não suporto te ver assim! –ele me olhou nos olhos. –Eu posso tirar sua dor, eu posso te fazer ter paz novamente, estar com seus pais e com Felícia! –ele olhou em meus olhos e sorriu. –Se você concordar em se tornar a cura, você pode salvar as pessoas e você vai finalmente poder descansar e parar toda essa dor!

-Quero ver Dylan, tio Anthony...

-Eles estão cuidando das coisas de Felícia e de seus pais também... –ele me cortou. –Quanto mais cedo, mais rápido a dor acaba, Mykie, você não precisa aguentar mais tudo isso. Tudo o que você tinha se foi, basta apenas dizer que quer ser a cura e faremos isso agora, não vai sentir nada.

Naquele momento eu estava entorpecida. Só queria que aquilo tudo fosse um sonho e que eu poderia acordar a qualquer momento. Tudo isso só me fazia querer desaparecer e fazia com que a proposta de Hudson parecesse a solução. Eu só queria morrer naquele momento. Eu não tinha mais nada, parecia que não havia mais a pena viver. Eu não tinha mais nada. Nada.

-Eu... Aceito.

Voltei com mais um capitulo pra vocês, por favor não se esqueçam de favoritar e se possível comentar!

O diário do apocalipse.Onde histórias criam vida. Descubra agora