capítulo 2. Deixados para trás.

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Sentei na calçada da rua enquanto assistia minha casa queimar, até uma sombra impedir que os raios solares me atingissem. Era minha vizinha.

-O que aconteceu? –ela perguntou. (resolvi fazer minha casa de fogueira)

-Minha casa ta pegando fogo. -disse simplesmente dando de ombros.

-Quer vir até minha casa? (talvez eu ganhe uma água com açúcar).

-Sim, preciso ver sua câmera de segurança. Posso? –ela faz que sim com a cabeça e pede para eu seguir-la. Ela parecia saber claramente o que estava acontecendo, agia como se tudo aquilo fosse normal ou que ela já sabia que tudo aquilo iria acontecer. Eu era a única adolescente na minha rua e nós, as únicas que pareciam estar vivas ali. Olhei uma ultima vez para minha casa e entramos.

-Vi quando seus pais saíram não há muito tempo com seus avôs. – ela me levou até o computador. –um casal havia pedido auxílio mais cedo a eles. Pareciam machucados e a mulher passava mal. -(ela não ia me oferecer a água com açúcar?)- não demorou muito e uma gritaria começou. Seus avôs ficaram no lado de fora da casa enquanto seus pais pegavam o que podiam. (e a água com açúcar?) Eles iam te buscar, mas acho que vocês acabaram se desencontrando. (eu quero água com açúcar)

Ela me mostrou as imagens deles entrando na minha casa. (nunca tomei água com açúcar) Meus pais deveriam ter ido para a escola me buscar. (como deve ser o gosto de água com açúcar?), mas eu acabei saindo mais cedo por conta do "imprevisto". (salgada)

-O que esta acontecendo? –pergunto em relação a todo o pandemônio na cidade. (eu queria água com açúcar).

-É a vacina que distribuíram no hospital. –me lembrei vagamente de algo em que meus pais falaram sobre uma nova vacina no hospital em que trabalhavam. –toda a cidade esta isolada, mas boa parte da cidade conseguiu sair daqui. A maioria conseguiu sair esta manhã e eles trancaram para que ninguém mais saísse. Logo os infectado vão dominar todo o resto. (eu ainda queria a água com açúcar)

-Espera. A vacina está fazendo isso? -pergunto franzindo o cenho.

-Sim. Elas fazem com que as pessoas virem essas coisas sanguinárias, se alimentando de pessoas e  passam o vírus de um para o outro pela mordida.

-Eles aplicaram as vacinas em alunos na escola. –relembrei, ficando estupefata.

-Toda a cidade esta interditada por escoltas do governo. Os que restaram, vão morrer aqui. -(eu realmente precisava de água com açúcar agora). O radio fez um chiado e ouvimos a voz do prefeito da cidade.

-Ouçam todos. Temos água, comida e casas aguardando vocês para uma nova era. Temos tudo para oferecer a vocês. Em troca, desejamos seus filhos e filhas com idade de quinze a dezoito anos para treinamento contra a epidemia...

-Boa escolha quanto a idade, quando nem saíram das fraudas direito. - ela diz com desprezo.

-O que quis dizer com isso?

-Ele vai ter-los sob controle. Somente as famílias que trazerem seus pequenos soldados vão ser salvas. Ele pode controlar tanto as famílias quanto os filhos, chantageando ambos. O governo não é burro, Mikaella, ele esta por trás disso. -ela parecia saber muito mais do aparentava sobre o assunto. Me foquei na voz do prefeito.

-Somente os que trazerem os escolhidos serão salvos e terão tudo o que o governo oferecer. Temos fortes contra os transformados onde serão protegidos e ficarão seguros. Confie em nós e se entregue a elite mais próxima.–fim da transmissão. (precisava urgente da água com açúcar).

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