Capítulo 82-O final nem sempre é feliz.

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Há 2 anos tudo estava bem. Parecia que a humanidade estava finalmente vendo a luz no fim do túnel.
Depois de 2 anos de prosperidade, tudo o que um dia construímos com tanto sacrifício, fora destruído.

Fomos engolidos em uma nuvem de fumaça. Eu me lembro do desespero das pessoas. Me lembro da fumaça nos perseguindo, não importa onde íamos. Me lembro das mãos de Hiro me puxando para dentro do prédio e as pessoas entrando desesperadas na tentativa de se proteger.

Lembro de Hiro tomar a frente e direcionar as pessoas para que bloqueassem qualquer tentativa da fumaça de entrar.

Pegaram panos molhados e fecharam as frestas que havia nas portas e janelas.

Depois disso tudo ficou escuro. Era como um eclipse. O dia virou noite.

Depois de algumas horas presa naquele local, a tempestade de fumaça permanecia do mesmo modo.

Estávamos cansados, sujos e suados. O ambiente ficava cada vez mais abafado e parecia faltar oxigênio. As crianças choramingavam e meu estômago ja estava reclamando.

-Temos que sair daqui!- levantou um cidadão em protesto-Vamos morrer aqui dentro.

Olhei desanimada para Hiro que permanecia ao meu lado. Houve um alvoroço de pessoas que se juntaram ao protesto do homem, o que causou ataque de pânico em algumas pessoas.

Tentamos acalmar a todos, mas o indivíduo que começou o protestou andou até a porta e quando percebemos era tarde demais.

A fumaça engoliu a todos na sala. Tudo o que senti foi as mãos de Hiro novamente me segurando e tapando meu nariz e boca.

Não havia como abrir os olhos e então tateamos até chegar a porta dos fundos, o que aliviou um pouco, jáque a fumaça estava fraca dentro do cômodo, porém ainda presente.

-Você está bem?- Hiro segurou meu rosto com as duas mãos me fazendo olhar para ele e balancei a cabeça confirmando em resposta.-Temos que ir para o hospital, acho q tem máscaras lá.

Hiro mal tinha terminado de falar quando uma pessoa (pelo menos um dia ela tinja sido) bateu contra uma das janelas.

Era uma mulher, estava com o que parecia ser alergia ou queimaduras e se arranhava como se quisesse tirar a própria pele. E ela conseguiu.

O que antes parecia queimaduras, agora deu lugar a feridas feitas por ela mesma. Ela gritava e começou a bater a cabeça contra o vidro da janela.
Estávamos na parte da cozinha do restaurante e peguei os panos de prato e molhar na pia, colocando em nosso rosto pra tentar se proteger da fumaça.

-Espera!-disse ele em protesto das minhas ações.- Não sabemos o que tem nessa fumaça, nao podemos apenas sair no meio dela com um pano na cara. Não podemos arriscar.

-Mas não podemos ficar aqui também. Não vai demorar muito para entrem aqui. - disse preocupada olhando para a mulher batendo contra o vidro.

-Temos que nos esconder, pegue as comidas que encontrar e ficaremos no banheiro quietos até amanhã. Então veremos o que vamos fazer.

-O que acha q está acontecendo?-perguntei enquanto procurava por comida.-As outras pessoas... Dylan e minha irmã... Acha que os estão todos bem?

Me peguei pensando na minha familia, nos que restaram. Não estou pronta pra perder mais pessoas.

Quando percebi, tinha minhas unhas cravadas na pia e senti a mão de Hiro em meu ombro.

-Calma, vai dar tudo certo, mas primeiro temos que pensar em nós ou não vamos vê-los novamente. Fique viva.

O diário do apocalipse.Onde histórias criam vida. Descubra agora