Tudo pareceu passar em câmera lenta. Todos nós corremos em direção á Luke, estávamos sem munição e eles nos dominaram.
Fizeram com que todos nós entregássemos nossas armas, mesmo sem munição. Eles nos espancaram. Tiraram tudo de nós. Inclusive a esperança.
Eu apaguei.
Eu me lembro de receber uma joelhada no rosto depois que me ajoelhei ao lado de Luke e em seguida, depois de cair no chão de concreto empoeirado, minha cabeça foi empurrada com força contra o chão. As últimas coisas que me lembro era o sangue pingando no chão. O meu sangue. O gosto metálico e a poeira se levando, pairando na minha frente enquanto eu me entregava ao cansaço.
Depois tudo ficou escuro.
Eu abri meus olhos vagarosamente com muita dificuldade. Pareciam se negar em abrir mesmo que eu tentasse muito e quando consegui, eles queimaram. Meus olhos começaram a lacrimejar e tudo ficou embaçado.
Tentei me mexer e logo senti minhas mãos amarradas atrás do meu corpo. Eu não sentia mais meu rosto, mas sabia que estava sangrando.
Eu senti o cheiro de sangue muito forte, tentei me mexer e isso só me causou mais dor. Eu me levantei com dificuldade, fiquei sentada olhando ao redor da minha sela.
Foi quando eu ouvi gritos.
-Me tira daqui! Por favor! –a voz estava tremula e desesperada.
Vinha do corredor. Eu me aproximei da grade e na sela á minha frente tinha alguém, mas eu não sabia se estava morto ou desmaiado, mas havia muito sangue ao redor dele.
Engoli seco.
Os gritos ainda continuavam e depois que o homem começou a andar pelo corredor, passando pelas selas, os gritos aumentaram. Ele aparou em frente á minha sela e sorriu.
-A bela adormecida acordou, veja só. –ele se aproximou segurando as barras. –você é a próxima. Sela três! –ele gritou á outro homem.
Ele continuou seu caminho pelo corredor e depois de alguns minutos eu escutei o barulho da sela se abrindo.
-Não! Por favor, não! Eu imploro! Por favor! –eu sentia o medo, o desespero e a agonia na voz de Apollo.
-Se resistir é pior garoto. –ele disse trazendo Apollo amarrado a força enquanto ele lutava para sair das garras do homem. –Vamos ter uma conversa de homem para homem.
Ele arrastava Apollo pelo corredor e eu tentei seguir-los com os olhos para ver onde ele o levaria.
Vi somente uma fresta do que me aguardava no fim do corredor. E havia sangue. Muito sangue.
-Vamos te ensinar o que fazer com desertores. –disse o homem. Eu não consegui ver o rosto dele.
Ele levou Apollo para dentro do abatedouro enquanto Apollo gritava em desespero. Qual é o problema dessas pessoas?
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O diário do apocalipse.
ActionO que fazer quando se acorda e o mundo está virado de cabeça para baixo? Quando pessoas estão atacando umas as outras sem motivo algum? Ou mesmo quando seus pais somem e ninguém sabe onde eles estão? Eu acordo perdida em meio ao caos sem saber para...