Capítulo 52-A caída.

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Apertei meus olhos varias vezes para conseguir focar em algo e vi a mim mesma. Eu estava diante de meu reflexo, suspensa pelo cinto, ainda no banco do avião. A metade estava em baixo da água quando se quebrou ao meio bem na minha frente, mas permanecendo ligado á outra metade por pouco.

Eu estava suspensa, mas a metade que estava em baixo da água estava puxando a parte onde eu estava para dentro do mar aos poucos. A parte da frente onde supostamente Steve deveria estar. Ele teria sobrevivido?

Se eu ficasse, seria engolida pela água junto ao avião. Toque o cinto. Teria que sair dali o mais rápido, cada vez mais o avião era engolido.

O barulho do clique do cinto sendo solto e logo meu corpo despencou para baixo em direção á água, mas eu segurei no banco, que se afrouxou e também estava prestes a cair na água. Comecei a escalar-lo aos poucos enquanto o avião também ia em direção á água.

A água deveria estar congelando já que assim como na sede, estava nevando um pouco. Eu estava na parte de trás no banco, que estava na diagonal. Quando dei impulso para pular para o próximo banco, o meu desprendeu e caiu em direção á água, mas eu consegui segurar no cinto solto do banco acima de mim.

Mas o banco também começou a vacilar e eu me apressei em subir. Não existia mais a parte de trás e da frente do avião. Consegui me equilibrar entre os bancos dos dois lados e andei em direção a terra firme.

O avião deslizou pela terra molhada e começou a descer rapidamente em direção ao mar enquanto eu ainda permanecia lá dentro. Eu caí quando o avião estremeceu. Desesperadamente tentei levantar e me arrastar ao mesmo tempo, tentando a todo custo sair dali rapidamente.

Finalmente consegui ficar de pé novamente e corri em direção a minha liberdade e quando cheguei no final, dei meu ultimo passo, fazendo o Maximo de impulso que podia para pular e quando o fiz, o avião atrás de mim foi totalmente engolido pela água.

Eu estava no ar, fazendo o Maximo de força para frente, em direção á terra coberta pela neve. Finalmente atingi o chão, deitando sobre ela, cansada. O contado da minha pele quente devido ao esforço com a neve me fez arrepiar.

Eu me levantei, olhando ao meu redor. Estava em uma floresta, perdida. Sozinha. Olhei para o mar. Os primeiro resquícios do nascer do sol estavam aparecendo, cortando o céu acinzentado com raios solares alaranjados. Pensei nas pessoas que perdi e comecei a chorar. Nada disso era para ter acontecido.

Comecei a seguir em direção ao nascer do sol, para tentar chegar a alguma estrada, mesmo chorando eu precisava continuar, achar minha irmã. As marcas deixadas para trás pelos meus pés em meio a neve e outras marcas que eu levava comigo, marcas das quais não podiam ser apagadas nem esquecidas.

Depois de caminhar por horas e chorar por horas também, finalmente cheguei em uma estrada. Olhei em meu celular, estava com a tela quebrada e bateria fraca, mas no relógio marcava onze e vinte e oito. Eu tinha mais ou menos uma localização agora, estava em frente a uma placa e poderia informar minha irmã ou meus tios de onde eu estava. Tentei poupar bateria, mas não adiantou muito. Estava apenas quatro por cento de bateria e por mais que eu tivesse desligado não havia adiantado nada.

Disquei o numero da minha irmã era mais provável que ela atendesse e assim poderia explicar o que havia acontecido com todos nós, mas infelizmente a bateria abaixou para dois por cento e logo depois o celular informou que eu estava sem sinal.

Droga. Quase joguei o celular na estrada, mas quando estava prestes a jogar-lo ele fez um barulho, como se pedisse que não fizesse isso. Então ele desligou por falta de bateria.

Vi meu reflexo quando ele desligou. Eu ainda estava coberta do sangue de Joshua, mas agora estava seco. Meu estomago roncou, eu estava faminta, mas ainda tinha que andar em direção á cidade. E isso iria demorar.

Horas e mais horas se passaram. Aconcheguei-me mais em meu moletom vermelho e coloquei a toca do casaco, quando avistei os prédios da cidade. Eu estava quase chegando. Aquilo me deu mais esperanças.

Eu tentava respirar o ar gélido e pesado que estava, era cada vez mais difícil respirar, ainda mais depois de uma longa caminhada como aquela.

Assim que pisei na cidade, entrei na primeira loja que encontrei em busca de água. Eu estava morrendo de sede e encontrei um banheiro no qual eu podia beber água da pia. A água foi muito bem vinda, mas meu estomago doía de fome, machucando minhas entranhas.

Quando saí do banheiro encontrei com um infectado no lado de dentro do balcão. Ele pulou o obstáculo e gritou, vindo em minha direção. Tentei correr, mas era tarde demais. Ele me empurrou contra a janela e ambos fomos parar no lado de fora da loja.

Ele veio para cima de mim novamente, me apertando contra os estilhaços no chão. Eu o chutei, o que fez com que ele cambaleasse para trás, dando tempo o bastante para que eu pegasse um dos pedaços de vidro da janela que fora quebrada.

Ele veio novamente, mas desta fez eu cravei a caco de vidro em seu olha esquerdo, fazendo sangue escorrer pela minha mão, misturando o sangue dele com o meu. Ele se forçou em minha direção e cravei mais fundo em seu olho, fazendo com que finalmente ele morresse.

Retirei o corpo dele de cima do meu e vi meu ferimento. Em minha mão havia o corte devido eu ter apertado o vidro e o sangue do infectado.

Rapidamente eu limpei o sangue e apertei o ferimento, tentando retirar o sangue que supostamente havia se misturado com o meu, tentando impedir que entrasse em meu organismo.

Não. Não. Não. Não.

Comecei a me desesperar, tentava esfregar para retirar o sangue, quando ouvi barulhos e logo depois grunhidos. Um grupo de cinco infectados corria em minha direção.

Comecei a correr para longe deles em busca de algum refugio. Um deles estava sem olho, outro sem um braço e um deles tinha um grande buraco no estomago, não havia nenhuma entranhas lá. (parecia com meu estomago vazio).

A cidade toda estava deteriorada, pior do que a cidade em que eu estive. Essa estava mais destruída. Algo arrasador havia atingido a cidade. E eu estava correndo entre os destroços com infectados atrás de mim sem nenhuma arma.

Um prédio á minha frente parecia bloquear o caminho, até eu perceber que ele seria minha salvação. Corri mais forte desta vez e deslizei de lado pela poeira em direção ao único buraco do prédio destruído, pegando um pedaço do que parecia ser um telhado de aço, pelo menos era o que tinha sido algum dia.

Eu cai dentro do buraco e o tampei com a parte aço, impedindo a entrada dos meus perseguidores. Eu caí de uma altura de mais ou menos dois ou três metros antes de atingir partes do que um dia fora o teto. Havia varias partes do teto que diminuíram a intensidade da queda, mas não a dor. Poderia ter sido pior se não tivesse essas partes de concreto.

Quando abri meus olhos depois de rolar pelo chão e finalmente parar, eu olhei pelo lugar. Não era o teto que tinha caído e sim o segundo andar. Eu estava no subsolo. Ouvi as batidas dos infectados contra o aço acima e procurei sair daquele lugar antes que eles conseguissem entrar.

Segui por um corredor que dava a um pátio sem teto, esse realmente era o teto e o causador da destruição ainda estava lá. Um grande helicóptero ainda jazia nos destroços, pendurado. A neve caia pelo grande buraco que fora feito.

Escutei um tiro ecoar pelo corredor. Depois mais um e outro em seguida. Um sobrevivente. Eu voltei para o lugar de onde tinha chegado e vi os infectados mortos. Os corpos no chão e o sangue se esvaindo.

Tirando isso, tudo estava vazio. Nenhum sinal de sobrevivente algum. Pensei que minha imaginação havia me pregado uma peça, que eu tinha imaginado o barulho dos tiros, mas os corpos estavam lá como prova, bem em minha frente.

Ouvi o click da arma sendo engatilhada e o cano tocou atrás de minha cabeça.


Hellou pessoal, quem é vivo sempre aparece não é mesmo?

bom eu estou vivinha da silva e não fui infectada por nenhum zumbi. Bom não desistem de mim por favor, vou começar a postar mais. sorry.

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