Ele estava a poucos metros de mim e já sentia a raiva me dominar.
-Mykie, não. –Dylan me alertou.
-Quero olhar-lo nos olhos, Dylan, quero ver a cara dele. –me desvencilhei de Dylan e segui pelo corredor.
-Mykie, não, espera!
Era tarde demais, eu já estava na sela em que Maddox se encontrava. Ele estava de costas para mim quando toquei as barras de ferro.
-Está confortável para vossa senhoria? –perguntei. Ele se virou para mim e andou até as barras que nos separavam.
-Filhota, veio visitar seu pai?
-Sabe que essa sela é um luxo pra você, não sabe? Não merecia nem isso.
-Ah! O amor de uma filha pelo pai é uma coisa que sempre me emociona.
-Você por acaso tem sentimentos? –cheguei mais perto das barras, ficando á centímetros do rosto dele. –A única coisa que sinto por você é nojo e viver aquelas malditas semanas ao seu lado foi um inferno! –quase cuspi na cara dele, mas me afastei.
-Sua mãe não reclamou. –ele sorriu. Sabia que ele tinha aquele sorriso maléfico e provocador no rosto mesmo eu estando de costas para ele. –Viver com ela, fingindo ser um homem que a amava foi um inferno, isso sim. Aquela mulher problemática era fácil de enganar, era só tirar os remédios dela e o resto ela mesmo estragava. Ela era doente, você sabia disso?
-Você é quem é o doente! –gritei contra as barras.
-Não, eu ainda a salvei. Tive misericórdia e a matei. –ele disse sem remorso.
-Você é um monstro. –sussurrei.
-Não, os verdadeiros monstros vivem lá fora.
-Não. O verdadeiro monstro vive aqui. –apontei para ele. –Você vai entregar a arma biologia ao general. Vai matar outras pessoas, mesmo que não seja diretamente. A culpa vai ser sua.
-Posso conviver com isso. –disse e sorriu.
-Isso vai matar todos, inclusive você mesmo. Acha que vai comandar tudo isso? Está enganado. Eles vão te matar também. Ninguém vai sobreviver ao apocalipse.
-Eu tenho a cura. –disse ele e sorriu. –Eles podem me matar, mas eu não irei dizer nenhuma palavra.
-Você não precisa. –Disse e foi a minha vez de sorrir. –Eu sei de tudo, sei onde ela está. Sabe quem invadiu seus arquivos?
O sorriso dele cessou.
-Não pode... –ele tentou argumentar, mas suas palavras simplesmente sumiram.
-Temos tudo, só queríamos forçar-lo a dizer, só para ter certeza. Mas acho que pela sua cara, sabemos que é verdade. A localização da prisão, o seu plano de entregar a arma biológica para o general e enganar-lo para depois matar-lo e todos os países ficarem em seu comando.
-Não podem fazer isso! –ele gritou. – A entrada do gabinete foi destruída, não tem como entrar lá, a cura está perdida, ninguém pode recupera-la.
-Ela não está totalmente perdida. –sorri. –Temos equipamentos de mergulho.
-Eu destruí meu quarto, o cofre já era! Tirei a cura antes que atacassem a sede.
-Sabemos que isso é mentira, senhor Russel. –sorri. –Ah, quase me esqueci. Eu nunca disse que a cura estava em seu quarto, mas obrigada por contar.
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O diário do apocalipse.
ActionO que fazer quando se acorda e o mundo está virado de cabeça para baixo? Quando pessoas estão atacando umas as outras sem motivo algum? Ou mesmo quando seus pais somem e ninguém sabe onde eles estão? Eu acordo perdida em meio ao caos sem saber para...