Ouvi barulhos e me abaixei, eles entraram pela porta ao lado da cabine. A porta onde eu não tinha acesso e levava ao outro lado da sede. Somente com o cartão seria possível. Havia um único hospital para os dois lados?
Tentei colocar Zeus para dentro, mas ele se recusava e deitou no chão.
-O que? Serio? Agora Zeus? -disse baixo a ele e comecei a empurrar-lo para dentro do tubo.
-Não conseguiu achar a garota ainda? -um dos policiais disse.
-Não. Conseguimos achar a casa onde ela morava, mas quando chegamos estava tudo em cinzas, não havia sobrado nada. Não há fotos, nem nada, não sabemos como ela é.
-Mas e os parentes dela?
-Ninguém sabe, já investigamos cada um deles. A garota simplesmente sumiu.
Pensei em Savannah e a família de Dylan quando a mãe dele falava no telefone com ele. Agora fazia sentido Dylan pensar que a ligação da mãe dele tinha algo a ver comigo, eles estavam "investigando" a família dele.
Eu me pergunto como eles "investigaram" a família dele.
-Parece que as tentativas de criar uma cura falharam. Em pouco tempo todos nós estaremos mortos.
-Não enquanto estivermos desse lado do paredão. Soube que agora iniciaram um projeto para tentar controlar os infectados.
Eles voltaram a andar e a voz deles foram se afastando enquanto eu colocava Zeus para dentro do tubo.
-Vamos, vai, para o quarto, vou te dar ração a mais Zeus. -Ele se levantou e começou a seguir pelo túnel. -assim você vai, não é?
Segui Zeus de pelo tubo de ventilação e saímos por um dos corredores dos dormitórios. Novamente de volta ao quarto. Aquilo era sufocante, não havia nada na sede para fazer e ficar trancado em um quarto era agonizante. Há um mês eu via aquelas paredes brancas e elas pareciam se divertir mais do que eu naquela sede. Sentia-me uma prisioneira e aquelas quatro paredes levariam qualquer um á loucura. Deveria ser por isso que Imogen andava sem vontade nenhuma de viver ali dentro (e tirando o casamento com o leitão governador).
Despejei ração para Zeus e deitei sob a cama pensativa.
A espera era a pior coisa ali dentro, a expectativa de como a vida estava se seguindo lá fora era perturbadora. Saber que sua família estava perdida, lançada em um mundo onde pessoas atacavam outras pessoas em um único instinto de fome. Não saber se sua família estava se quer viva já era um tormento no qual eu carregava.
Caí no sono alguns minutos depois.
Acordei com o rabo de Zeus batendo na minha cara. Ele havia pegado um dos brinquedos que Scott havia dado a ele e estava em cima da cama brincando.
Já estava á tarde quando finalmente levantei. Olhei para meu celular e estava completamente carregado. Faria o mapeamento dos tubos de ventilação agora. Preparei Zeus e prendi o celular na coleira dele.
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O diário do apocalipse.
ActionO que fazer quando se acorda e o mundo está virado de cabeça para baixo? Quando pessoas estão atacando umas as outras sem motivo algum? Ou mesmo quando seus pais somem e ninguém sabe onde eles estão? Eu acordo perdida em meio ao caos sem saber para...