Capítulo 88-O nascer do sol parte dois

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Tudo foi muito rápido, Dylan empurrando todo mundo pra dentro do tubo o mais rápido que podia e apesar de todo o pandemônio, consegui ver Hiro com uma bomba em mãos.
Depois do que pareceu ser séculos, a explosão nos ensurdeceu e logo depois, o tubo em que estávamos despencou em outra sala.
Não sabia se Dylan e Hiro estavam vivos. E tudo estava estranhamente quieto demais.
Felicia veio até os escombros para me socorrer, sentia ela me tocar e falar comigo ao longe, mas não conseguia me mexer. Aos poucos fui recobrando a consciência enquanto ela chacoalhava meu corpo freneticamente.

-Para de me chacoalhar ou vou vomitar em cima de você.-disse enquanto abria os olhos.

-Ah sua idiota!-disse ela em alívio com os olhos marejados.

-Dylan e Hiro, eles estão do outro lado, precisamos ajudar eles!-me desesperei e a única coisa que ouvia era meu coração descompensado.

-Eu escutei a explosão, os bebês ficaram agitados, temos que tirar eles daqui também.-foi então que percebi que estávamos na sala de Felicia.

Ajudamos os outros a levantar e com um bisturi me armei contra nossos inimigos em busca de Dylan e Hiro.
Quanto mais chegávamos perto, mais eu percebia a destruição que a bomba causou, o que destruía mais meu coração a cada passo que avançávamos.
Vicent tocou em meu ombro, avisando para que tomasse cuidado enquanto segurava um pedaço de madeira dos escombros. August estava a minha direita em um pedaço consideravelmente grande de concreto para seu tamanho.
Quando chegamos a sala, ainda havia alguns transformados vivos, mas sem nenhuma chance contra nós. Havia pedaços deles por toda parte e em alguns cantos da sala o fogo ainda queimava.
Não havia nenhum resquício deles pela sala e isso fez com que meu coração apertasse e involuntariamente meus olhos se encheram de lágrimas.
Nada.
Não havia nada deles. Não restava nada.
Zeus apareceu ao meu lado, mesmo o deixando na sala anterior com os sobreviventes. Com o focinho nervoso, ele cheirou cada pedaço da sala e latiu para a maca derrubada de lado, fazendo a mesma se mexer.
-Mas que porra...-disse August.

Mais uma vez ela foi mexida e Zeus latiu novamente. De repente foi empurrada pela perna esquerda de Hiro. Sua calça queimada e a carne viva fizeram um esforço para libertar, não só a ele, mas Dylan também, que caiu dos braços de Hiro.
Corri até eles e vi mais ferimentos nas costas de Hiro, que havia abraçado Dylan com todo seu corpo para proteger o menor (bem menor), fazendo com que a explosão o queimasse.
Apesar de se protegerem atrás da maca que fizeram de barreira no último segundo, ainda tiveram ferimentos, mas aquilo era melhor do que a morte.
A maca ainda estava quente o bastante e foi isso que queimou Hiro, pois com o impacto, a cama os prendeu contra a parede, protegendo da explosão, mas o ferro ficou quente o bastante para queimar a perna de Hiro.
Dylan estava com queimaduras no braço, que formaram bolhas no mesmo, apesar de Hiro o proteger, Dylan saiu com ferimento mais grave.
Apoiei Hiro em meus ombros para que pudesse andar e voltamos a sala dos bebês, não sem antes escutar grunhidos pelo corredor.
Nos trancamos novamente e fechamos as cortinas permanecendo em silêncio para não chamar atenção.
Dylan ficou com os bebês o tempo todo depois de ser enfaixado e tudo ao seu redor parecia não existir mais.
Estávamos sem comida e água, não podíamos ficar muito mais tempo naquele lugar, mas o transporte dos bebês dificultava nossa fuga e acabaram por entrar em um acordo de que ninguém sairia sem eles. Então estávamos presos oficialmente.
Gerald estava tentando algum contato com o outro lado para que nos socorressem, mas o rádio estava sem resposta há uma hora. Celulares estavam sem Torres e a tempestade de areia que estava a todo vapor depois de alguns minutos do ataque contra o hospital.

-Essa merda foi a mais longa que já teve até agora.-disse August.

-E parece que não vai acabar tão cedo.-disse Jhonny.

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