Quando eu finalmente acordei, meus pais já tinham ido e deixaram apenas um bilhete para trás dizendo que me amavam muito e que tinha sido a coisa mais difícil me deixar novamente. Percebi que não tinha largado o numero da minha irmã desde a noite anterior.
Fui à busca de algo para comer e encontrei com os demais. Dylan ainda me olhava desconfiado, eu sabia que ele achava que estava bolando um plano para ir até a prisão e sinceramente, ele não estava errado.
Collin deixou a sala a partir do momento em que pisei nela. Sentei com Apollo, Hiro e Megan. Ela ainda usava uma faixa tapando o olho machucado.
-Com está seu olho? –perguntei.
-Cego. –disse ela seca. Apollo a cutucou no ombro e ela rolou os olhos, pelo menos um deles. –Esse olho já era não vou poder enxergar desse lado nunca mais.
-Sinto muito. –ela deu de ombros.
A refeição foi feita em silencio. Ninguém dizia absolutamente nada, o breve ataque de fúria de Collin estava fresco na memória de todos e ninguém tocava no assunto.
Quando coloquei minha mão no bolso do meu casaco, o papel continuava lá. Foi quando tive uma idéia. Depois de terminar meu almoço inquieta, sai em busca de Matthew. Acabei encontrando-o na sala de controles.
-Matthew, consegue rastrear uma ligação? –perguntei fechando a porta.
-Mas que tipo de pergunta é essa? –disse ele franzindo o cenho. –Mas é claro que sim.
-Certo preciso que rastreie uma pra mim. –disse pegando meu celular.
Liguei para o numero que minha mãe tinha me dado e depois de tocar três vezes, ela finalmente atendeu.
-Alô, mãe? –ouvi a voz dela no celular.
-Não, não é a mãe. Sou eu, Mykie. –o silencio se instalou, sei que ambas nunca admitiríamos uma para outra, mas sabia que ela estava emocionada assim como eu.
-Oi Mykie. –ela suspirou, parecia tentar conter o choro. –Onde está a mãe?
-Ela viajou. O pai também. Ela me deu seu telefone caso eu precisasse.
-E você precisa? Aconteceu alguma coisa? –senti o tom preocupado na voz dela.
-Não, está tudo bem, é só que... –eu não sabia como dizer a ela que precisava ter ela de volta, todos nós juntos de volta.
-Entendi. –ela sabia como me sentia porque ela se sentia assim como eu.
Ficamos alguns minutos em silencio quando ela retomou o assunto.
-A vovó e o vovô estão aqui comigo. –disse ela.
-O que anda fazendo por ai?
-Cuidando de uns assuntos, nada de mais.
-Por que não volta? –ela ficou em silencio e sabia que ela estava emocionada. Conhecia as emoções de todos da família.
-Logo. Voltarei logo.
-Está tudo bem?
-Sim. Está.
-Onde você está?
-Mykie... Isso não importa, voltarei logo. –senti as lágrimas escorrerem pelas minhas bochechas.
-Promete? –perguntei mordendo o lábio para abafar o choro. Subitamente fiquei com medo de perder-la, de que ela não voltasse.
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O diário do apocalipse.
AcciónO que fazer quando se acorda e o mundo está virado de cabeça para baixo? Quando pessoas estão atacando umas as outras sem motivo algum? Ou mesmo quando seus pais somem e ninguém sabe onde eles estão? Eu acordo perdida em meio ao caos sem saber para...