Capítulo 48-A ligação

203 23 2
                                    



Quando eu finalmente acordei, meus pais já tinham ido e deixaram apenas um bilhete para trás dizendo que me amavam muito e que tinha sido a coisa mais difícil me deixar novamente. Percebi que não tinha largado o numero da minha irmã desde a noite anterior.

Fui à busca de algo para comer e encontrei com os demais. Dylan ainda me olhava desconfiado, eu sabia que ele achava que estava bolando um plano para ir até a prisão e sinceramente, ele não estava errado.

Collin deixou a sala a partir do momento em que pisei nela. Sentei com Apollo, Hiro e Megan. Ela ainda usava uma faixa tapando o olho machucado.

-Com está seu olho? –perguntei.

-Cego. –disse ela seca. Apollo a cutucou no ombro e ela rolou os olhos, pelo menos um deles. –Esse olho já era não vou poder enxergar desse lado nunca mais.

-Sinto muito. –ela deu de ombros.

A refeição foi feita em silencio. Ninguém dizia absolutamente nada, o breve ataque de fúria de Collin estava fresco na memória de todos e ninguém tocava no assunto.

Quando coloquei minha mão no bolso do meu casaco, o papel continuava lá. Foi quando tive uma idéia. Depois de terminar meu almoço inquieta, sai em busca de Matthew. Acabei encontrando-o na sala de controles.

-Matthew, consegue rastrear uma ligação? –perguntei fechando a porta.

-Mas que tipo de pergunta é essa? –disse ele franzindo o cenho. –Mas é claro que sim.

-Certo preciso que rastreie uma pra mim. –disse pegando meu celular.

Liguei para o numero que minha mãe tinha me dado e depois de tocar três vezes, ela finalmente atendeu.

-Alô, mãe? –ouvi a voz dela no celular.

-Não, não é a mãe. Sou eu, Mykie. –o silencio se instalou, sei que ambas nunca admitiríamos uma para outra, mas sabia que ela estava emocionada assim como eu.

-Oi Mykie. –ela suspirou, parecia tentar conter o choro. –Onde está a mãe?

-Ela viajou. O pai também. Ela me deu seu telefone caso eu precisasse.

-E você precisa? Aconteceu alguma coisa? –senti o tom preocupado na voz dela.

-Não, está tudo bem, é só que... –eu não sabia como dizer a ela que precisava ter ela de volta, todos nós juntos de volta.

-Entendi. –ela sabia como me sentia porque ela se sentia assim como eu.

Ficamos alguns minutos em silencio quando ela retomou o assunto.

-A vovó e o vovô estão aqui comigo. –disse ela.

-O que anda fazendo por ai?

-Cuidando de uns assuntos, nada de mais.

-Por que não volta? –ela ficou em silencio e sabia que ela estava emocionada. Conhecia as emoções de todos da família.

-Logo. Voltarei logo.

-Está tudo bem?

-Sim. Está.

-Onde você está?

-Mykie... Isso não importa, voltarei logo. –senti as lágrimas escorrerem pelas minhas bochechas.

-Promete? –perguntei mordendo o lábio para abafar o choro. Subitamente fiquei com medo de perder-la, de que ela não voltasse.

O diário do apocalipse.Onde histórias criam vida. Descubra agora