Capítulo 28-Liberdade.

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Naquela noite choveu. Uma chuva forte desceu dos céus acompanhada de raios e trovões. Uma tempestade. Assim como eu me sentia. Um céu escuro estava sobre mim, uma confusão de sentimentos e um deles se sobsaia. O medo.

Parecia que eu estava sob um chão de vidro e que a cada passo errado, poderia se quebrar e todos cairiam em um abismo. Todos que eu amo morreriam, eu perderia tudo. Apenas com um passo errado.

Antes de começar a chover e termos que entrar para o prédio, Matthew me contou que tinha grampeado as câmeras da sede, pelo menos a maioria deles, por isso podíamos passar sem que ninguém soubesse, nosso único erro foi ter deixado a grade aberta. Com as câmeras ele ainda podia vigiar as pessoas e ele estava calculando nossa próxima entrada para conferir se havia mais documentos, só para checar e tiver certeza de que tínhamos revirado tudo os segredos do governador.

Comentei sobre Dante ter culpado o grupo todo, mas Matthew disse que já tinham esquecido isso e que ninguém seria punido, pelo menos era o que ele tentava acreditar.

Depois fomos para o refeitório jogar conversa fora, porque o assunto real ninguém queria falar, a verdade sobre o governador e sobre os meus pais, o que era a prisão que levavam os rebeldes e qual era a real intenção de todos eles.

O governador apareceu na tela com o seguinte recado:

-Preparem formados, amanha será o grande dia. O dia em que farão parte da escolta, o dia em que a formação de vocês será confirmada. Estejam prontos.

Houve alguns múrmuros e troca de olhares. Blanca estava pálida e tinha os olhos arregalados. Ela saiu correndo de repente e Collin foi atrás dela. Ninguém queria encaram a realidade que havia lá fora e agora seriam forçado á isso.

Alguns ainda comentavam sobre a crueldade da prova e de como os dois garotos tiraram o garoto mordido do labirinto, mas é claro que ninguém ousava ficar contra o governo. Eu sabia que o terceiro estágio foi um acidente, mas eles não fizeram nada para tirar as pessoas de lá que nem sabiam o que estava acontecendo, ou como matar-los. Era preciso mais do que um tiro de pistola comum. Eles só podiam ser mortos por armas de grande porte, explodindo a cabeça. Eram mais resistentes, mas mais lentos também.

Depois disso ninguém comentou mais nada, o refeitório ficou em silencio por um tempo até as pessoas começarem a se dispensarem aos poucos, pensativos sobre o dia de amanhã.

Fiquei imaginando se no labirinto já tinha sido aquela matança e poucos sobreviveram, imaginava como seria a escolta para a cidade.

Eu continuaria presa na sede, mas se conseguiria sair o que eu faria então?

Fiquei imaginando se encontraria meus pais lá, mas acho que eu teria essa sorte de acabar esbarrando com eles pela cidade.

Naquela noite eu fiquei olhando a chuva cair forte contra a janela e escutei um choro ao longe, soluços quase imperceptíveis em meio ao barulho da chuva.

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