-Qual seu plano?-perguntei enquanto ele começava a arrumar o pouco que tínhamos.
-O Porto não fica longe daqui, podemos pegar um barco ou qualquer outra coisa que nos ajude a cruzar o mar.
-Espera um segundo.-disse Felícia.-barco? Mar? Eles podem apenas estar atrasados.
-Olha-ele começou.- leva apenas algumas horas pra chegar até a estação de carro como estavam levando os sobreviventes, levamos dias por que estávamos andando, o trem também leva apenas algumas horas, não podem estar atrasados! Confie em mim, algo não está certo. Era pra eles estarem aqui antes de nós.
-E você sabe pilotar um barco?-perguntei
-Já fui da marinha há alguns anos atrás.-disse Ryan.
-Meu Deus, não sabia que era tão velho assim.-disse.
-Mas muito bem conservado eu diria.-disse Felícia.
-Pelo amor de Deus.-revirei os olhos enquanto sentia um sorriso se formar no rosto Ryan.-E se não acharmos nenhum barco?
-Teremos que seguir os trilhos, o que vai demorar semanas, sem contar que ficaríamos expostos a qualquer coisa.
-Alguém parou pra pensar que aquela mulher levou meus filhos?-Dylan chamou nossa atenção.-Não sei que merda tá acontecendo, mas citaram aquelas merdas de cânticos que parece ter algo haver com meus filhos.-seus olhos entregavam o desespero.
-Dylan tem razão, em meio às chamas ouvimos eles dizerem algo de filhos da saúde e da doença.
-Tudo o que sei é que ela fazia parte de uma seita, como eu te disse, ela ficou diferente, é tudo o que eu sei.-disse Ryan.
-Acha que pode ser a mesma?-Felicia pergunta.
-Pelo bem de seus filhos-disse ele olhando para Dylan.- eu espero que não.
Dylan tinha as mãos sob a cabeça agora, rendido.
-Ela pode ter levado eles para o submundo, para Gerald!-disse Felicia com um resquício de esperança, mas ela apenas recebeu o silêncio de Ryan em resposta.
Decidimos, por hora, apenas seguir o caminho até o Porto para que ocupássemos a mente com outras coisas que não fosse como a ex namorada do futuro namorado da minha irmã era uma fanática.
Estávamos quase saindo do que julgávamos ser o território deles, porém ouvimos um grito estridente e doloroso que nos fez paralisar.
-O que foi isso?-perguntou Dylan.
-Acha que estão torturando alguém?-perguntou Jhonny.
-Não importa, não podemos parar agora.-disse Dylan seguindo em frente.
-Dylan, não podemos deixar o que quer que esteja acontecendo.-disse a ele, o grito pode ser sentido na alma.
-Podemos nos separar...-começou Hiro.
-Não, vamos permanecer juntos.-disse Ryan.-O Porto pode esperar.
Com esse comentário Dylan bufou e deu uma última olhada na saída da cidade antes de caminhar de volta em direção a origem do grito.
Fomos correndo com cautela no que aparentemente era um prédio abandonado. Agora escutávamos apenas um choro baixo.
Olhei pela janela disfarçadamente pelo reflexo de um espelho que havia na sala. Tudo que havia na sala era móveis antigos, destruídos e empoeirados. Até olhar pelo espelho era difícil devido a poeira impregnada no mesmo, mas pude ver o rosto do que parecia ser um dos serpentes. Este tinha os cabelos raspados e a pele totalmente queimada, mas já cicatrizada, somente do rosto, pois suas mãos estava com a pele intacta.
Ele largou uma ferramenta quente o bastante na banheira do lado oposto do espelho que eu espiava, fazendo a fumaça subir com o contato na água.
Ele se virou, fazendo com que eu me abaixasse.
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O diário do apocalipse.
AcciónO que fazer quando se acorda e o mundo está virado de cabeça para baixo? Quando pessoas estão atacando umas as outras sem motivo algum? Ou mesmo quando seus pais somem e ninguém sabe onde eles estão? Eu acordo perdida em meio ao caos sem saber para...