-Graças a Deus! É você Mykie. –vi os olhos dele ficar marejados e ele me abraçou.
-Tio Anthony. –disse igualmente aliviada. Cate também me abraçou.
-Certo, temos que sair daqui e chegar até a costa. –disse Anthony.
-Costa? –perguntei.
-É onde sua irmã está. Onde o Forte fica. –Minha barriga roncou forte nesse momento. –Mas primeiro vamos comer algo.-disse ele rindo.
Cate e Anthony traziam consigo uma mochila cada um e Anthony, armas. Ele se apressou em fazer fogo para esquentar as latas de comida que havia pegado em uma loja qualquer. Ele tinha um isqueiro, o que não causou problema em fazer uma fogueira. Ele improvisou um fogão para esquentarmos a comida. Cate foi à busca de galhos e não fui difícil, em conta os que voavam para todos os lados por causa do vento.
Eu finalmente comi algo e enquanto Anthony arrumava suas coisas novamente, queimei meu ferimento novo. Coloquei meu casaco em minha boca, mordendo-o com força quando minha pele entrou em contato com o fogo. Esperava de verdade que aquilo funcionasse, mesmo não tendo certeza de que o sangue do infectado havia entrado em meu organismo. Enquanto eles estavam afastados, coloquei a faca em contato com as chamas e depois de alguns minutos, pressionei contra o ferimento. As lagrimas escorreram pelo meu rosto.
Logo depois Anthony anunciou que seria melhor que fossemos para a Costa antes que ficasse tarde. Arrumei tudo e agi como se não havia acontecido nada, Cate pareceu desconfiar, mas logo ignorou o acesso. Sei que tudo aquilo não funcionaria se o sangue do infectado tivesse entrado em contato com o meu e agora andava pelo meu organismo.
Nós seguimos logo depois. Escondi o ferimento com meu casaco, esticando a manga o Maximo que pude. Nós saímos do prédio, mantendo o silencio entre nós para não chamar atenções indesejadas.
No relógio de Anthony marcava três horas e impressionantemente não havíamos encontrado nenhum infectado. Eu estava surpresa. Até Anthony dizer que aqui os infectados não saiam de dia.
-Além de infectados eles são vampiros também? –perguntei e Cate riu.
-Não. Sobraram poucos infectados que conseguem andar de dia, mas a maioria aqui só sai a noite por causa da Costa. –disse ele enquanto dirigia um carro no qual pegamos pelo caminho. Era uma caminhonete vermelha com apenas lugares na frente e eu estava na janela enquanto Cate se mantinha em silêncio entre nós.
-O que tem a costa?
-Deixa toda a cidade úmida, pela cidade estar flutuando por ela. Os deixam mais sensíveis ao sol. Como peixes fora da água. Cada clima, cada pessoa, cada ambiente afeta como os infectados vão se desenvolver.
Nós chegamos a uma fabrica no qual nós tínhamos que passar pela ponte feita de madeira e devida a umidade ter tomado conta de tudo ela estava fraca, assim como toda a grande fabrica.
-Esse é o nosso ponto meninas, descemos aqui. –disse ele.
Nós descemos e olhei ao redor. Tínhamos que entrar na fabrica, era o único jeito, já que a ponte se desfaria com o menor peso que fosse.
A fábrica era escura e fria, um lugar assustador para qualquer um. Tivemos que ligar as lanternas, mas o único problema era que a fabrica estava infestada de pessoas mortas, cujos infectados mataram. Estavam destroçadas e Anthony tapou os olhos de Cate que viu um pouco da cena horripilante em nossa frente.
-Mas que... –disse Anthony ao olhar pelo lugar. –Cate, eu preciso que mantenha os olhos fechados. Pegue minha mão e te guiarei.
Ela concordou e desejei ser ela, assim não precisaria ver a cena em minha frente, mas ser uma criança nesse mundo era pior do que enfrentar os infectados.
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O diário do apocalipse.
ActionO que fazer quando se acorda e o mundo está virado de cabeça para baixo? Quando pessoas estão atacando umas as outras sem motivo algum? Ou mesmo quando seus pais somem e ninguém sabe onde eles estão? Eu acordo perdida em meio ao caos sem saber para...