Capítulo 99-O sopro da vida.

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Do lado de dentro da sala dos painéis de controle Dylan lutava contra a mulher, lutava contra a água e contra a si mesmo para sobreviver. Devido a pancada na cabeça, Dylan estava zonzo e não respondia bem aos comandos, ela agora tinha uma de suas mãos em volta do pescoço dele e outra ela segurava o oxigênio e batia nas mãos de Dylan com ele cada vez que ele tentava alcançar o rosto dela e devido a severos minutos sem respirar ele já não enxergava mais o rosto em sua frente. Na esperança de encontrar algo para se defender em seus últimos instintos, ele acerta o botão de liberar o acesso das turbinas e um alerta é acionado, distraindo a mulher, onde ele vê uma oportunidade de chutar ela para longe de si.

Ela solta o oxigênio da mão e Dylan vai direto a ele, puxando o ar que seus pulmões tanto imploravam, reagindo e ganhando força novamente.

Com a força de Dylan contra ela ele avança, acertando o joelho contra o nariz, que apesar de menos força na água não diminuiu o dano, já que ele havia segurado a cabeça dela contra seu joelho. O sangue se esvai do nariz dela, nadando e se misturando a água.

Dylan vai até a porta a destranca, logo abrindo com a força da agua e o puxando para fora junto com seus companheiros, caindo direto ao mar.

Eles caíram e com o impacto Mykie acordou assim que um pouco de ar entrou em seus pulmões, trazendo a de volta a vida. A tempestade ainda caia forte e o navio estava metade afundado, os trovões soavam pelo céu e os relâmpagos iluminavam a escuridão.

Não se via mais ninguém, mas ela ainda sentia o aperto de Hiro em si e isso doeu. Desesperada por um resquício de vida ou morte, mergulha no mar novamente mesmo que não queira, a procura de alguém.

Zeus jazia na agua e o desespero tomou todo o ser. Nadou em direção ao corpo e o puxou para a superfície, mesmo sendo pesado e cansada demais, a esperança que ainda tinha do animal estar vivo a fez ter forçar para tal ato.

Zeus não respirava e mesmo no meio do mar, começo a apertar a lateral da costela do cachorro na esperança de trazê-lo a vida, no meio do caos tento escutar seu coração e sentir sua respiração, porém em vão.

-Hiro! Hiro! -começa a gritar mesmo meus pulmões explodindo em desaprovação. -Hiro! -implorando mais do que gritando, o desespero era impetuoso e assim como a chuva caia, as lagrimas também.

Ao longe um bote com minhas duas irmãs me chamava e uma pontada de esperança e alívio foi instalado. Ao puxarem os dois para dentro, foi começado os primeiros socorros. Aos poucos todos foram entrando no bote, porém nada mais passava percebido a não ser Zeus.

O tempo parecia ter parado. Hiro me afasta e Ryan toma o lugar. Não vi mais nada. Deveria ter desmaiado de exaustão ou choque, ainda não sei dizer, mas poucos minutos depois acordei novamente, a tempestade ainda estava forte, mas não como antes, Ryan ainda estava de costa e não conseguia ver o estado de Zeus, Hiro também estava chorando, mas ver a determinação de Ryan com a vida de Zeus me deu esperanças.

Todos estavam no bote, porém Dimitri ainda não havia chegado, então procurei pelas ondas agitadas algo sinal do mesmo, mas sem sucesso.

-Sem sinal de Dimitri. -disse atordoada.

-Ele... -disse Barbara. -Ele ficou no navio. Eu vi. -disse ela dispersa com a lembrança.

-Meu Deus. -Digo como um sussurro, cansada.

De repente ouço uma tosse muito engasgada, era Zeus. Finalmente ele havia acordado de seu breve sono. Chorei de alívio, mas ao mesmo tempo de tristeza por Dimitri e Dean. Assim como todos nós.

Depois de todas as lamentações naquele dia, finalmente descansamos. Por um momento havíamos esquecido que o bote fora aquele que os transformados haviam caído, ainda restava apenas um no bote quando entramos e com toda a confusão percebemos apenas depois que ele ainda permanecia ali. Estava todo ressecado devido ao sol, estava com a aparência de uma múmia, já que não era acostumado a exposição ao sol, passando quase toda sua transformação na humidade do navio. Ele ainda parecia vivo quando jogamos ele dentro da água junto com os outros companheiros dele.

Quando a noite chegou, a fome veio junto, estamos perdidos no meio do mar e sem esperança. Havíamos lutado tanto para morrer na praia. O navio agora já estava fora do campo de visão.

-Meus pés estão enrugados. -digo tirando as boras enxarcadas.

-Acho que isso é o menor dos seus problemas. -diz Dylan.

-Dean e Ditrimi se foram. -disse Rob estático, olhando para longe com os olhos marejados. -Dean foi o primeiro a entrar no grupo, ele havia formado. Quando o conheci no QG ele foi o primeiro a me receber, me ajudou a me enturmar...

-Todos nos sentimos a morte dele Rob... -disse August. -Eu nem queria continuar mais... -ele foi interrompido por Rob.

-Nós nos conhecíamos há anos... -ele continuou. -Eu gostava dele, nunca iria admitir isso, nem para ele, nem em voz alta, nem para ninguém... Nem para mim mesmo. -Ele respirou fundo. -Nunca colocaria a perder o que nos tínhamos, mas então... Ele veio até mim ontem a noite e confessou... Ele foi corajoso e eu um covarde por nunca ter falado antes. -Ele tirou uma carta do bolso toda enxarcada. – E agora tudo que eu tenho é uma carta molhada, uma foto e a lembrança dele. -Ele riu em meio as lagrimas. -Dimitri era o único que sabia disso.

Ele chorou. Chorou muito. Nós o abraçamos. Todos nós. Até dormir.

Quando amanheceu, fiquei feliz em ver Zeus e os outros, então a realidade bateu e estávamos a devida ainda. O sol estava forte e tinha a certeza de que viraríamos churrasco antes do sol chegar ao pico.

-Meu deus! Minha cabeça está torrando. -disse Hiro.

-Não se preocupe, você tem poucos neurônios para queimar. -disse enquanto beijava sua bochecha.

-Nossa, como eu amo seu amor sincero por mim. -disse ele irônico.

-Estão ouvindo isso? -perguntou Felicia.

-Sim! É você falando enquanto eu tento dormir! -disse Dylan incomodado.

-É sério! -disse ela. -Parece um zumbido.

-Deve ser mosquitos. -disse Barbara.

-Não. -disse Ryan se levantando- Está ficando cada vez mais alto.

-Conheço esse som. -disse Jhonny.

-É um avião! -disse August apontando para o causador do barulho.

A gritaria histérica por atenção foi instalada e o avião começou a descer. A descer em direção a eles. Precisamente em direção a eles. O Hidroavião parecia não saber que os matariam se continuasse a descer em direção a eles. (ou o piloto é burro) (ou suicida, vocês escolhem).

Oi, aqui é a Fox! Mais um capitulo pra vocês em redenção por ter ficado tanto tempo sem postar, espero que vocês gostem e sobrevivam a mais um afogamento.

Muito obrigada por acompanharem!

Por favor não se esqueça de favoritar e se possível comentar!

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