A PRISÃO
O time que invadiria a prisão consistia em Dylan, Apollo, Megan, Hiro, Collin, Archie, Matthew, Luke, Felícia e Zeus. Adam ainda estava se recuperando.
Nós mentimos para Anthony, dizendo que não era nada, que logo voltaríamos e que seria somente pra checar algumas coisas, que poderíamos encontrar alimentos e coisas que poderia nos ajudar e já que tínhamos Felícia como adulta e responsável, ele não podia fazer nada. Ele tinha outras responsabilidades e não queríamos jogar mais uma sobre seus ombros, salvaríamos as pessoas da prisão enquanto ele mantinha os outros a salvo.
A rua estava vazia por enquanto e não tivemos dificuldades durante o trajeto que demorou elo menos uns quinze minutos de caminhada.
-Certo, temos que ser rápidos e evacuar o prédio sem que nos vejam. –disse Felícia.
Não tínhamos armas e contávamos com desarmar algum policial lá dentro e usar a arma. Era um plano perigoso, mas ainda sim tinha que ser feito. Aquela era a hora, já tinha adiantado isso há muito tempo e não faria isso de novo. Blanca, Brooklyn e Maya precisavam de nós.
Passamos por algumas lojas abandonadas onde pegamos casacos mais quentes e conseguimos algumas facas de pequeno porte. Tudo estava um tanto quieto e Anthony tinha razão sobre os infectados da costa só saírem de noite.
Chegamos a um prédio velho, caindo aos pedaços, ao que parecia ser um hospital abandonado cercado por uma grande grade como a da sede. Felizmente havia uma parte aberta na grade com espaço o suficiente para que passássemos sem precisar escalar-la.
-Então, vivia a quanto tempo naquele navio? –perguntei a minha irmã.
-Desde que a infecção começou.
-Aquelas pessoas, seus guardas, você sabia que eles eram da elite esse tempo todo?
-Não. Eles não são da elite, mas eu acho que ficaram do lado deles para não morrerem. Sabe como o governador é. Ameaças são com ele mesmo.
Nós entramos fazendo o Maximo de silencio e andamos abaixados.
-Parece abandonado, literalmente. –disse Matthew.
-Mesmo assim, mantenham-se alertas. –disse Felícia. –O prédio é grande.
Entramos pela grande janela quebrada do prédio e ao outro lado os cacos de vidro estavam espalhados pelo chão, mas não era a única coisa que estavam no chão.
Além da poeira, rastros de sangue estavam por todos os lados. Enquanto os outros entravam, avancei um pouco pelo lugar e encontrei alguém em uma cadeira de rodas. Ela virou o rosto em minha direção e eu assustei.
-Me... Ajude. –ela esticou o braço em minha direção.
-Pessoal! Tem alguém vivo aqui! –gritei para os outros e fui em direção á ela. –Está tudo bem, vamos ajudar você.
Quando me aproximei dela, ela me atacou. Tentei afastar-la e mesmo a pouca luz pude ver que ela estava pura pele ressecada e osso, não tinha pele em um dos lados do rosto e eu tentava afastar-la como podia.
Alguém apareceu e puxou ela pelos cabelos que desgrudaram da cabeça e ela se voltou para mim novamente. Ela estava a poucos centímetros do meu rosto, pronto para morder-lo quando uma faca cravou sua têmpora.
Rolei o corpo dela para o lado e Luke estendeu sua mão.
-Ela... Ela falou. –disse.
-Mortos não falam. –Dylan apareceu.
-Mas ela não estava morta. –disse Luke tocando o corpo com o pé.
-Estava infectada. Algo me diz que vamos descobrir o que faziam com as pessoas daqui. –Disse Felícia.
-O que quer dizer com isso? –Collin olhou para mim. –Mykie o que fazem com as pessoas que vêem parar aqui?
-Não sabemos. –disse Apollo
-Mas estamos prestes a descobrir. –disse Megan.
Seguimos Megan enquanto ela tomava o caminho. Chegamos à recepção onde Matthew se instalou e começou a mexer nos computadores enquanto procurávamos informações.
Ethan encontrou uma planta do hospital e encontramos um lugar de quarentena, onde ficavam os prisioneiros. Ficava em um lugar chamado bloco C4.
-Sinto muito pela sua prima. –disse Ethan sincero e agradeci.
Nosso grupo foi em busca do bloco iluminando o lugar com as lanternas. Depois de alguns minutos andando, adentrando cada vez mais no hospital abandonado, podíamos escutar os gemidos e alguns gritos de possíveis pacientes.
Mais adiante em um corredor, um paciente andava. Ele parou de costas para nós, olhava fixamente para a parede branca. Ele tinha uma parte do cérebro á mostra e a outra estava costurada, mas os pontos estavam infeccionados e a pele estava podre.
Era o único caminho que tínhamos para seguir. Dylan deu o primeiro passo, mantendo o silencio enquanto passava pelo corredor com salas totalmente destruídas e com janelas quebradas. Eu o segui e vi as salas, havia aparelhos de cirurgia totalmente enferrujados e destruídos, algumas salas haviam sangue espalhados por todos os lados.
-Acho melhor a gente sair daqui. –disse Ethan sussurrando e pude sentir um fio tremulo de medo na voz dele.
O infectado se virou para nós e todos ficaram paralisados.
-Fome... Fome... –ele pareceu engasgar com as próprias palavras.
-Mas que merda... –disse Dylan e se calou.
-Desde quando infectados falam?-perguntou Matthew.
-Essa é uma ótima pergunta. –disse.
O infectado esticou uma das mãos e começou a andar em nossa direção.
-Sangue... Fome.
Dylan foi para cima do infectado com uma faca para que não chamasse atenção de mais infectados. Dylan cravou sua faca na parte onde o cérebro se encontrava exposto. Todos se entreolharam, se perguntando mentalmente o que estava acontecendo naquele lugar e como estava acontecendo, mas ninguém se atreveu a dar algum palpite.
Seguimos até o final do corredor e viramos a esquerda onde fomos para outro corredor, mas desta vez na direita havia inúmeras salas igualmente destruídas e bagunçadas.
Em uma delas estava um infectado e sob uma maca jazia um homem, o sangue escorria formando uma poça no chão da sala aos pés do infectado. O infectado bebia o sangue do homem que tinha um buraco no lugar do que uma vez fora seu abdômen. Não havia mais órgãos e o infectado juntava as mãos em formato de concha para beber o sangue que restava.
Ele lambia os dedos enquanto nós continuávamos estáticos até que finalmente pareceu perceber nossa presença e se virou lentamente para nós. Vi o corpo do homem, era um dos médicos que trabalhavam no lugar e o infectados, os "pacientes".
-Desculpe... Desculpe-me. –Vi um traço de humano no infectado, como se ele realmente se arrependesse, mas isso foi apenas por um segundo e se esvaiu do mesmo modo que surgiu.
Ele correu em nossa direção e pulou em cima de Ethan. Apollo atirou, mas como todos se empurraram para sair do caminho, o tiro quase me acertou. Eu fui empurrada para a parede e bati minhas costas na mesma, o tiro perfurou a parede ao meu lado. Vi Ethan lutando contra o infectado que estava em cima dele.
Ele o empurrava a todo custo, mas o infectado parecia forte demais e chegava cada vez mais perto para morder-lo. Vi os braços de Ethan tremer, ele já estava ficando sem forças. A faca de Dylan estava no chão e engatinhei até ela.
Eu girei com a faca na mão e acertei a têmpora direita do infectado com toda a força que tinha e ele caiu para o lado esquerdo do corpo de Ethan.
Os olhos dele estavam arregalados, a respiração cansada e desesperada ao mesmo tempo. Os olhos dele começaram a ficar marejados.
Era tarde demais.
E ae pessoal, mais um capitulo pra vocês, espero que gostem, não se esqueça de favoritar e se possivel comentar, não custa nada.
Cuidado com o CORONA VAIRUS!
VOCÊ ESTÁ LENDO
O diário do apocalipse.
AçãoO que fazer quando se acorda e o mundo está virado de cabeça para baixo? Quando pessoas estão atacando umas as outras sem motivo algum? Ou mesmo quando seus pais somem e ninguém sabe onde eles estão? Eu acordo perdida em meio ao caos sem saber para...