Capitulo 93-O naufrágio de um coração.

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Não demorou muito para que chegássemos na balsa e logo avistamos um grande navio ao longe. Precisaríamos de um barco para chegar até lá, já que a balsa em si não estava funcionando.
Havia outro navio abandonado perto o bastante para descansar até arrumar um barco que levássemos até o navio que parecia funcionar.

Enquanto os outros entravam no navio em busca de comida, sentamos as três irmãs para acolher uma a outra. Dean arrumou alguns galhos para fazer uma fogueira.
O tempo parecia estar mudando rapidamente e uma chuva estava a caminho.
Assim que Jhonny acendeu a fogueira, Hiro apareceu com uma lata de pêssegos e outra com milho que parecia ser nossa comida naquele dia, enquanto os outros continuam a procurar por mais.

-Bárbara nos conte o q aconteceu.-disse a ela assim que vi que parecia mais calma, porém seus olhos se encheram de lágrimas.

-Depois de anos trabalhando em outra cidade, longe de vocês...-ela choramingou.-Veio essa maldita pandemia e estragou tudo que tínhamos construído. Sem comunicação com vocês, sem ninguém além um do outro.-ela começou a soluçar.- agora ele se foi!

Desse modo ela se entregou as emoções.
Mais latas de pêssego, milho e ervilhas chegaram.

-Andamos por anos sozinhos em busca de abrigo, encontramos pessoas boa e ruins durante o caminho, até chegarmos nessa cidade abandonada. Havia um tumulto quando chegamos, pensamos ser distribuição de alimentos, algo do tipo. Mas era uma mulher discursando sobre alguma profecia. Era algo de sacrifico para a grande tempestade final. Ela nos avistou chegando ao longe, vi ela cochichar algo para um dos guardas que vieram nos pegar, não tivemos nem chance.- disse enquanto as lágrimas escorriam.- ela disse que éramos o sinal que haviam mandado a ela para que a profecia se cumprisse. Lucas lutou contra eles, os distraiu para que eu fugisse, mas não iriam embora sem ele. Eu matei. Não só um, mas alguns...-ela soluçou em busca de ar para seus pulmões.-escutei ela dizer: sem pontas soltas. Foi quando vieram atrás de nós. Escutamos a voz dela ao longe quando tentamos nos esconder, ela disse que não éramos as pessoas certas para o sacrifico, que disseram a ela para esperar é que a luz viria até ela. Qualquer coisa que ela inventasse como desculpa eles iriam acreditar, só pra ela não sair como fraca e que não tínhamos fugido e sim, ela que nos deixou ir. Eu disse a ele para descansarmos, não aguentava mais correr, mas eu nunca deveria ter dito isso, ele estaria vivo se eu não tivesse parado.- ela chorou mais, mas voltou a falar assim que pode.- eles nos pegaram, torturaram ele de todas as maneiras e ele aguentou firme, por nós.- ela passou a mão na barriga.

-Vamos ser tias de novo?-perguntei.

-De novo?- Bárbara olhou para nós.- quanto eu perdi?

-Dylan teve gêmeos.-disse a ela.

-O único problema é que a babá deles é a mulher que mandou matar seu marido.-disse Dylan com tom desesperado.

-Gosto do fato que não perdeu seu sarcasmo.-disse virando pra ele que tinha as mãos na cabeça, claramente perturbado.-Não sabemos se é a mesma mulher.-disse para consolar.

-Não sei Mykie, tudo se encaixa.- disse Ryan.- a cidade, ela...essa profecia...
Dylan deu um chute na porta do convés.

-Vamos chegar até ela, Dylan.-disse para confortar.

-Nos vamos.-disse Bárbara.- E ela vai pagar pelo que fez.
Um trovão soou pelo céu e a chuva começou a cair, nos obrigando a entrar para se abrigar. Conseguimos arrumar camas confortáveis no navio e acabamos por apagar depois de comer um pouco, já que dividimos, não enchemos completamente, mas foi o bastante para poder descansar um pouco.

Bárbara não conseguia dormir direito devido aos pesadelos e Felicia dormiu com ela para ajudar.

A tempestade estava muito forte e percebi que Dylan também não conseguia dormir, ao inves disso, ficava olhando pela pequena janela que havia no quarto.
Como era um navio velho, não de turismo, havia um grande quero com beliches pregadas no chão para dormir e me sentei ao lado de Dylan que estava acordado.

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