Eu estava andando pela floresta quando os primeiros raios de sol começaram a aparecer. Eu apartava meu ferimento, tentando manter o sangue comprimido, mas não estava adiantando muito. Eu não sabia onde eu estava, tinha andado por o que pareceram horas no matagal.
Eu estava perdida e não sabia dos outros. Queria parar para descansar, mas quanto mais eu demorasse, mais sangue eu perderia.
Quando amanheceu, o silencio se instalou, mas algo ao longe me chamou atenção. Eu tentava não respirar alto para poder ouvir. Era algo parecido com rodas esmagando o matagal pela frente e a primeira coisa que passou pela minha cabeça foi a escolta da sede ou os rebeldes falsos.
Mas então o barulho começou a ficar mais alto e eu vi o jipe preto dos rebeldes, que era o único tipo de carro que eles tinham. Ele estava longe de mim e tive que correr para chegar perto o bastante para que me vissem.
O jipe estava do lado oposto com os faróis ligados e traçava uma linha diagonal, descendo em frente á mim. Tive que apertar o passo e tracei a mesma linha diagonal que o jipe, mas para cima, na esquerda enquanto eles vinham para baixo, na direita.
Eles passaram em minha frente, bem longe, mais para frente de onde eu estava e eu comecei a gritar a todo pulmão. Ergui a minha mão livre e abanei para que me vissem. Eu não agüentava mais e tive que parar.
Eu tinha desistido.
Foi quando o jipe parou e eu caí de joelhos. Dylan saltou do jipe e começou a correr em minha direção. Depois Luke também saiu, seguido de Hiro.
Luke conseguiu tomar frente de Hiro e chegou junto a Dylan. Luke me pegou no colo enquanto Dylan fazia perguntas para me manter acordada. Eu sentia que iria desmaiar e sabia que estava pálida.
-Ela perdeu um pouco de sangue, mas vai ficar bem. –disse Hiro olhando para Dylan.
-Ouviu? Você vai ficar bem. –disse Luke.
-Você tem muita sorte, pirralha. –disse Dylan.
-Sou mais velha que você. –eu disse.
-Somente uns dias. –disse Dylan.
-Exatamente. Uns dias mais velha que você.
Ele sorriu e entramos no carro. Luke me colocou no banco confortável mantendo-se ao meu lado.
Quando chegamos ao forte, estava amanhecendo e eu fui levada ao hospital. Meu ferimento estava aberto, mas resolveram em poucos minutos. Foram colocados farias faixas para manter-lo mais seguro. Nada poderia abrir-lo agora.
Levei um sermão de uma hora dos meus pais e sinceramente, senti falta daquilo. Não que eu sempre aprontava (pelo menos um dia na semana eu deixava meus pais pensarem em um novo discurso, ficava meio repetitivo depois de um tempo e era um dia para eles descasarem).
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O diário do apocalipse.
ActionO que fazer quando se acorda e o mundo está virado de cabeça para baixo? Quando pessoas estão atacando umas as outras sem motivo algum? Ou mesmo quando seus pais somem e ninguém sabe onde eles estão? Eu acordo perdida em meio ao caos sem saber para...