Capítulo 33

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Sabia o que Igor iria fazer, por mais que ele não fosse propor nada para Victoria ele iria fazer algo para induzir ela a pedir para sair do cargo de atendente, conheço ele desde quando me entendo por gente.

Há 10 anos atrás meu pai com pena dele pela vida que meu tio tinha no mundo das drogas quis dar uma oportunidade, Igor é ruim, Igor não pensa em ninguém a não ser nele e nisso eu já estava esperto a muito tempo. Victoria ainda não me retornava, precisava me encontrar com Gabriel em um restaurante para resolver alguns assuntos e de lá com certeza eu iria para boate e iríamos conversar antes do turno dela.

Cheguei no restaurante e a mesa no fundo já estava reservada, fui direto e Gabriel já estava lá. Tínhamos alguns assuntos pendentes e depois daqui ele iria para o Rio de Janeiro, e tenho certeza de que antes ele encontraria Amanda mas claro que não iria me falar.

Gabriel: então Igor continua com esse pensamento de x9? -balancei a cabeça afirmando.

Gustavo: e ele tem certeza de que é uma mulher.

Gabriel: você já pensou nele querendo incriminar Amanda?

Gustavo: justamente por isso precisamos conversar, quero colocar um dos nossos de olho nele -respirei fundo- sei que o pai estaria puto da vida com a gente agora porque ele sempre disse que Igor era um dos nossos, sangue do nosso sangue e enfim.

Gabriel: mas ele não está colaborando, desde quando o papai morreu ele mudou e você tem ciência disso -ele me olhou sério.

A morte do nosso pai mexeu muito com a gente e com Gabriel ainda mais, eles eram muito apegados um com o outro por ser o mais novo, meu pai o protegia com unhas e dentes.

VICTÓRIA

Eu tentei me desligar assim que deitei na minha cama, eu tentei não pensar em Gustavo mas ali estava ele batendo na minha porta as 6h da manhã. Será que ele fez aquilo depois da semana de sexo que tivemos? Pra mim não achar que aquilo seria algo a mais, ou pra que? Eu queria saber mas não era o momento. Não agora, não enquanto minha cabeça não para um minuto.

Consegui dormir quando o dia já havia amanhecido, 14h meu despertador tocou e eu precisava me arrumar para encontrar Amanda. Sempre almoçávamos juntas mas hoje eu realmente precisava de um tempo sozinha, o que era um perigo já que eu sempre tinha crises de choro desesperadoras por conta de tudo, minha mãe, meu pai, as merdas que vivi na mão do João.

A porta de Amanda estava aberta e ela abriu aquele sorriso lindo ao me ver, ela conseguia mudar o meu dia, Amanda é a irmã que eu nunca tive. Fechei a porta atrás de mim e ela olhou para a cadeira em sua frente e me sentei encostando as costas na almofada.

Victoria: me desculpa se fui grossa com você.

Amanda: estava chorando né? -ela observou o meu rosto e respirei fundo.

Victoria: você é muito boa observadora viu, e conselheira também -eu falei sorrindo- estava aliviando os sentimentos internos.

Amanda: isso tem haver com Gustavo?

Victoria: não só com o que aconteceu mais cedo, mas com a minha vida em si. - dei uma pausa, respirei fundo e me senti firme para contar sobre o que eu já passei - Perdi minha mãe a quase 5 anos atrás. - A expressão de Amanda mudou e deu pra ver o alívio em seus olhos ao me ver contar sobre mim - Assassinaram ela e isso é um mistério até hoje, meu pai sumiu depois de alguns meses me deixando com uma tia e seu marido, João aquele daquele dia. - nossos olhares se encontraram e a tristeza em seu olhar era nítido, mesmo assim ela continuou calada me deixando contar - Ele já tentou abusar de mim diversas vezes, na verdade ele já conseguiu. Não só abusar de mim fisicamente como psicologicamente também, não me deixava trabalhar, não me contavam nada sobre o meu pai.

Amanda: e sua tia no meio disso?

Victoria: ela é uma coitada, ela sabe o marido que tem e no fundo se faz de sonsa. Eu me matriculei na faculdade escondida, consegui juntar um dinheiro mas ele descobriu e minha conta na facul virou uma bola de neve. Foi quando comecei a me prostituir -meus olhos ficaram marejados na hora e olhei pro teto para me recompor, Amanda saiu de sua cadeira e me levou até o sofá onde ficou de frente comigo segurando a minha mão.

 Foi quando comecei a me prostituir -meus olhos ficaram marejados na hora e olhei pro teto para me recompor, Amanda saiu de sua cadeira e me levou até o sofá onde ficou de frente comigo segurando a minha mão

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