Subi as escadas rapidamente e caminhei até o nosso quarto, a porta estava apenas entre aberta e pude vê-la sentada na cama agarrada com as pernas e o queixo apoiado no joelho, ela estava olhando para a varanda e pude ouvi-la soluçar baixinho como se não quisesse que eu ouvisse. Não disse nada, apenas caminhei até a cama e me juntei a ela, envolvi os braços em sua cintura puxando seu corpo para o meu e ela não relutou, e eu gostava disso na Vic essa era uma das diferenças dela com outras mulheres que já me relacionei, ela não fazia o tal cú doce, ela falava, gritava, brigava, conversava, ria. Se gostava bem, ela deixava isso amostra mas se não gostasse? Faria o mesmo. Nos abraçamos forte e um soluço alto escapou de sua garganta, abracei ela ainda mais forte e beijei o topo de sua cabeça.
Victoria: me desculpa por isso –ela falou quebrando o soluço.
Gustavo: pelo o que? Você não tem nada para se desculpa linda –acariciei seus cabelos e ela balançou a cabeça afirmando.
Victoria: estou estragando tudo, você deveria voltar para o brasil e me deixar, deixar eu me afundar sozinha e não trazer você junto –senti uma dor no coração ao ouvir ela dizer isso, Vic é tão nova, 21 anos e uma responsabilidade de quem já tem 30, meu coração doía em imaginar ficar longe, não estar presente para protege-la.
Gustavo: assim você acaba comigo linda –falei baixo ainda acariciando seus cabelos- olha pra mim –falei e ela continuou quietinha- linda, olha pra mim –repeti e ela levantou a cabeça virando o rosto para me olhar, seus olhos vermelhos, sua boca inchada como se eu tivesse beijado até não querer mais- me responde uma coisa?
Victoria: sim –ela respondeu sem tirar os olhos de mim.
Gustavo: você já me conhece a 1 ano e alguns meses, é sou péssimo com datas você sabe –falei e ela abriu um sorriso, já era um bom começo- você notou alguma diferença em mim?
Victoria: você está mais leve, mais sereno, mais tranquilo em relação a tudo –ela fez uma pausa rápida- já eu, estou o oposto de você –balancei a cabeça.
Gustavo: você está vivendo no meu mundo linda, esse ano inteiro e agora aconteceu tudo isso então é natural você agir dessa forma. –passei a mão em seu rosto secando as lágrimas- eu não era daquele jeito que você me conheceu, esse Gustavo de hoje eu era assim quando mais novo e agora depois de você, depois que entrou na minha vida eu mudei pra melhor, não pense nunca mais que eu me arrependo ou que vivo isso forçado –seus olhos estão marejados e minha vontade é de arrancar tudo o que ela esta sentindo pra mim- quando isso tudo acabar vamos viajar o mundo todo livres de qualquer coisa –ela não respondeu, pelo ao contrário envolveu seus braços em meu pescoço e me beijou.
VICTÓRIA
Tomei 2 dramins pra ver se me ajudava a dormir, eu estava agitada e precisava descansar um pouco. Gustavo ainda tinha coisas para resolver, Amanda e Lara haviam me ligado mas eu estava completamente sem cabeça. Peguei num sono profundo, acordei com um pesadelo horrível, abri os olhos com dificuldade e passei a mão pela cama procurando meu celular e já era 20h da noite, tomei um susto do tanto que eu dormi. Coloquei um roupão e sai do quarto, la de cima pude sentir o cheirinho bom da macarronada do Gustavo, uma das coisas que ele faz que eu mais amo. Tirando o pudim que ele consegue fazer igual o da Mari, ah como eu tenho sorte.
Gustavo: Oi linda -ele falou com um sorriso no rosto.
Victoria: oi amor -falei baixinho caminhando até ele, parei na frente colocando as duas mãos em sua cintura e fiquei na ponta dos pés para alcançar sua boca.
Gustavo: não queria que saíssemos sem você comer antes.
Victoria: vamos nos mudar hoje já?
Gustavo: na verdade já era pra isso ter acontecido desde a hora que tudo aconteceu -ele falou indo até a pia pegar 2 pratos e me entregou enquanto eu colocava na mesa e ajeitava para jantarmos- seu pai está possesso, queria até vim aqui mas falei que daríamos conta.
Victoria: pra onde vamos dessa vez?
Gustavo: acredito que para uma casa como essa mas em outra cidade, falei pra ele que aonde tem mais fluxos acaba sendo um pouco melhor de passarmos batido.
Victoria: também acho -falei me sentando enquanto ele levava a panela até a mesa- o cheiro está delicioso -abri um sorriso fechei e abri os olhos rapidamente.
Gustavo: não mais que você -ele abriu um sorriso e se aproximou de mim beijando o topo da minha cabeça.
Jantamos juntos e comemos bem rápido, subimos para ajeitar as malas, precisávamos sair da casa hoje porque provavelmente já deveriam ter dado falta da Tiffany.
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EU DEPOIS DE VOCÊ: LIVRO 1
RomanceVictoria se pergunta como viveu por 19 anos longe dele e Gustavo se pergunta como viveu por 29 anos sem ela. Após uma tragédia em sua família, Victoria precisou se reinventar, enfrentar os seus piores medos e um deles foi a solidão, até Gustavo ent...