Capítulo 95

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Ele foi salvo pelo seu celular tocando sem parar, levantamos e sabia que não deveria forçar a barra. Ele sempre foi tão reservado e na dele e eu sei que quando achar que deve irá falar sobre o que te assusta. Havíamos dado 1 semana de folga para os funcionários da casa, eu queria me sentir uma pessoa normal fazendo coisas que pessoas normais fazem, lavar, cozinhar, passar, arrumar a casa e reclamar com Gustavo quando ele esquece a toalha molhada na cama.

Decidi sair para ir ao supermercado comprar algumas coisas para o almoço, pensei em fazer um macarrão ao molho branco que era a minha especialidade e sabia que Gustavo iria gostar. Ele havia ido para a boate, tinha algumas pendencias para resolver e confesso que no fundo eu estava preocupada por ele estar agindo dessa forma, na verdade por ele estar com a cabeça tão cheia assim.

Tomei um banho não tão demorado, vesti uma calça jeans com um tênis e uma regata, peguei minha bolsa e quando entrei no carro chegou uma mensagem dele "Vida, me encontra no Starbucks da Faria Lima" somente isso, senti um frio na barriga e uma sensação estranha mas acelerei pra lá. Fui pensando em mil coisas, o que será que havia acontecido? Parei o carro em uma rua paralela e 1 carro com segurança parou atrás enquanto 2 que estavam de moto estacionaram na frente, um deles estava indo logo atrás de mim. Entrei na cafeteria que estava vazia, uma atendente foi rapidamente até a porta.

XXX: senhorita Victoria? – assenti com a cabeça que sim achando estranho- me acompanhe por favor, estão esperando por você.

Segui a atendente até uma parte mais reservada e senti meu coração acelerado como depois de tomar energético por uma noite inteira em uma rave, minha boca secou. Meu pai, era o meu pai que estava ali depois de anos sem vê-lo, eu paralisei e quando ia dar meia volta sua voz me paralisa outra vez.

Valter: por favor filha –ele falou baixinho, o filha quase não sai e fechei meus olhos com força.

Victoria: não acredito que Gustavo está por trás disso, cadê ele? O que você fez com o Gustavo? –falei com raiva e ele balançou a cabeça negando.

Valter: nada, ele está bem e não teve escolhas.

Victoria: esse era o seu medo –falei baixinho, pensei alto na verdade ele estava com receio de algo e era isso, ele havia tramado com o meu pai.

Valter: você precisa me ouvir, na verdade não temos tempo. Gustavo irá aparecer aqui em breve –eu sabia quando meu pai estava mentindo e aquilo não era uma mentira, me sentei na cadeira e cruzei os braços, não conseguia olhar em teus olhos.

Victoria: você tem 5 minutos.

Valter: a máfia russa está atrás de mim, na verdade eles querem afetar os que estão em minha volta antes de chegar em mim e você filha –ele engoliu seco- é uma das principais pessoas que eles irão atrás –balancei a cabeça rindo sem acreditar- foram eles que tiraram a vida da sua mãe –seus olhos estavam marejados e continuei balançando a cabeça negando.

Até hoje a morte da minha mãe me deixa intrigada, nunca ninguém foi 100% sinceros comigo e depois de um tempo parecia que realmente foi só um acidente mas agora? Trás tudo a tona novamente.

Victoria: como isso? Como você teve coragem de me abandonar por tantos anos, eu fiquei sozinha –falei olhando pra ele sem acreditar que aquilo estava realmente acontecendo.

Valter: sinto muito filha –uma lágrima escorreu pelo seu rosto, o rosto do meu pai que me abandonou depois que minha mãe se foi.

Victoria: você não sente não –levantei um pouco a voz e puxei o ar tentando respirar melhor mas era em vão- você não sente –repeti balançando a cabeça- pelo ao contrario você me deixou com um estuprador, com um tarado nojento que abusou de mim sempre que teve uma oportunidade –era tão difícil falar isso em voz alta e pude ver o espanto nos olhos do meu pai, ele não fazia ideia disso.

Valter: o que? –sua voz quase não saiu e balancei a cabeça afirmando.

Victoria: o João era um estuprador maldito, e você não merece saber nem a metade do que fez comigo porque é vergonhoso demais pra mim e relembrar tudo isso é uma grande merda.

Valter: vou matar aquele filho da puta –interrompi ele na hora.

Victoria: você não precisa fazer nada, absolutamente nada porque eu tirei a vida dele, eu matei João com alguns tiros pelo seu corpo depois dele invadir a boate de Gustavo e tentar abusar de mim outra vez –nesse momento eu já estava fora de mim, minhas mãos tremiam e as lágrimas não paravam de sair, meu pai estava devastado, perdido como eu me senti quando ele foi embora pra sempre.

Valter: filha por favor, meu Deus –ele afundou seu rosto nas duas mãos e um soluço ecoou pela cafeteria vazia- não sabia, eu não tinha ideia –ele levantou o rosto pra me olhar- João tinha dado todo suporte, falou que cuidaria de você enquanto eu ficasse fora. Pra todos a minha filha havia morrido há anos atrás e era melhor que pensassem assim porque se aqueles mafiosos pegassem você –ele fechou os olhos como se não quisesse pensar- eu não sei do que sou capaz, eles já tiraram a sua mãe de mim –pude ouvir engolir seco- eu mandava dinheiro todos os meses, ajudava na escola e depois na faculdade até que perdi o contato com ele completamente.

Victoria: e ai o Leandro entra –falei por fim- afinal quem é ele? Como o conheceu? –meu pai ficou mudou e balancei a cabeça com um sorriso triste no rosto- quem é o Leandro pai?

Valter: tenho um relacionamento com a mãe dele.

Victoria: certo –balancei a cabeça concordando- o seu enteado, então você colocou o seu enteado para procurar a sua filha –ri baixinho e peguei minha bolsa colocando no ombro e levantei.

Victoria: certo –balancei a cabeça concordando- o seu enteado, então você colocou o seu enteado para procurar a sua filha –ri baixinho e peguei minha bolsa colocando no ombro e levantei

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