Capítulo 22

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Tomei um bom banho de banheira bem quentinho, fiquei por quase 1 hora relaxando. Me enrolei no roupão e tirei as coisas da mala arrumando no closet, já que ficaria 1 semana queria pelo menos deixar tudo organizado, a temperatura havia caído um pouco coloquei uma calça tecido mais molinho com uma botinha e um casaco, deixei o cabelo solto e fiquei sem maquiagem. As 19h em ponto eu estava na sala principal observando cada detalhe daquele lugar, estava com as mãos no bolso sentindo um pouco de frio e me assustei com a voz do Gustavo invadindo a sala.

Victoria: Meu Deus Gustavo -coloquei a mão no coração e respirei fundo, ele continuou me olhando e riu.

Gustavo: o jantar está pronto, vamos?

Victoria: claro estou faminta -falei enquanto ele abria espaço pra mim passar e caminhamos juntos até a sala de jantar.

Iríamos comer somente nos 2 sozinhos, aquela sensação de borboletas no estômago estava tirando a minha paz e fazia de tudo pra ele não perceber. Cida e um homem que deduzi que fosse o cozinheiro ou ajudante ajudou ela nos servindo. Começamos a comer em silêncio total, Gustavo era tão misterioso quando ele queria. Era difícil não olhar pra ele, o mesmo estava bem na minha frente. Seu maxilar enquanto mastigava, o jeito em que ele me olhava sério e tomava seu suco, tentava desviar o olhar toda vez que ele me olhava.

Gustavo: e então, gostou do quarto?

Victoria: nossa, ele é incrível -falei sorrindo lembrando daquela banheira e à vista.

Gustavo: sabia que gostaria -falou convencido e rimos juntos.

O jantar foi com direito a sobremesa que estava uma delícia, aquele barulho de mato dava um sono e confesso que estava me sentindo cansada. Subimos para o quarto e parei em frente ao meu quarto, Gustavo parou um pouco à frente de mim.

Gustavo: estarei aqui do lado se precisar -ele falou me encarando e balancei a cabeça afirmando.

Victoria: tudo bem, a que horas te encontro amanhã cedo? -foi a única coisa que consegui falar.

Gustavo: às 9h começamos a aula.

Victoria: então até às 9h Gustavo!

Gustavo: até Victoria.

Primeiro dia e eu estava tão ansiosa, sempre tive vontade de aprender a dirigir. Enquanto tomava banho uma lembrança de quando eu era pequena veio com tudo, eu estava no banco de trás com cinto enquanto o meu pai ensinava a minha mãe a dirigir, ela se saiu tão bem e lembro como se fosse ontem o medo que ela tinha, o jeito em que ela me olhava pelo retrovisor com aquele sorriso lindo no rosto.

Aquelas lembranças de certa forma me dava força para seguir em frente, não pelo meu pai já que ele abriu mão da própria filha no pior momento da minha vida, mas sim por ela. Quero a casa de volta, não é justo o que Antônio fez, só de lembrar dele sentia um embrulho no estômago.

Vesti uma calça legin, tênis e coloquei blusa já que o sol estava bem escondido. Deixei o cabelo solto e desci com o celular na mão respondendo algumas mensagens de Amanda. Estava caminhando até a sala de jantar e Gustavo começou a descer a escada logo atrás de mim falando ao telefone, Cida estava a nossa espera e a mesa de café da manhã estava farta.

Gustavo: bom dia! -ele falou com a voz rouca e senti um leve arrepio- pronta pra hoje Victoria? O meu nome soava tão bem na voz dele, saindo daquela sua boca tão...

Gustavo: tudo bem? -ele perguntou e percebi que eu estava encarando seus lábios por alguns segundos seria e pensativa, senti o meu rosto corar e me sentei.

Victoria: claro, estou bem sim e pronta. To sempre pronta.

Percebi Cida dando um sorrisinho disfarçado e Gustavo continuou me encarando como ele fazia sempre. Comemos e a maior parte do café ele passou no celular conversando com Gabriel sobre uma reunião, o semblante dele era de preocupado na verdade o difícil era ver Gustavo bem, leve e sem preocupações. Enquanto caminhávamos até o carro Gustavo me falava algumas coisas sobre embreagem, freio, algumas regras. O que podia e não podia, sobre vícios e tudo sobre carros, era muita informação mas eu dava conta.

Entrei no banco do passageiro e ele foi me mostrando tudo, Gustavo é um ótimo professor será que ele tem noção disso? Era tão fácil prestar atenção no que ele dizia, olhar pra ele o tempo inteiro sem me preocupar dele achar que estou olhando fixamente porque acho ele um gostoso. Ria nos meus próprios pensamentos torcendo pra ele não perceber. Trocamos de lugar e peguei o volante, senti um frio na barriga.

 Trocamos de lugar e peguei o volante, senti um frio na barriga

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