Capítulo 60: Victória

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Vi nos olhos de Gustavo que ele não queria aquilo e o quanto estava sendo difícil, e eu queria facilitar as coisas pelo menos dessa vez. Fomos para uma parte mais reservada da chácara, tinha alguns alvos e Gustavo ficou ao meu lado apontando para eles e deu alguns tiros acertando todos no lugar certo. Confesso que ele ficava ainda mais gostoso com aquela cara fechada, sério, e segurando a pistola daquele jeito e segurei o riso já que meus pensamentos viajaram real.

Gustavo: o que foi? -ele perguntou tirando aquela marra toda de bravo e eu ri.

Victoria: nada -falei ficando séria e ele ficou sério novamente.

Gustavo: Victoria, fala -falou com a voz grossa e rouca.

Victoria: você fica tão gostoso assim.

Gustavo: assim como? -ele falou relaxando o braço com a pistola pra baixo e se aproximou mais de mim.

Victoria: com essa marra toda -levei minha mão até o seu peito e deslizei o dedo pela sua fina corrente de ouro e ele abaixou a cabeça para tocar meus lábios e fiquei na ponta dos pés para alcançá-lo.

Gustavo: então imagina pra mim ter que te ajudar a fazer isso -ele me virou ficando por trás e tocou minha cintura, pude sentir quando roçou seu pau em mim e suspirei.

Victoria: vai ser difícil se concentrar assim.

Gustavo: ah, com certeza vai Victoria -ele sussurrou em meu ouvido e sentir o meu corpo arrepiar.

Ele colocou a pistola em minha mão e segurei a mesma, era um pouco pesada mas dava pra dar conta. Eu nunca havia encostado em uma arma antes e senti uma sensação de segurança fora do normal, ele levantou junto comigo e me explicou tudo o que precisava fazer. Cada passo, todo o processo, o que eu podia fazer e o que eu não podia. Fiquei o olhar no alvo e respirei fundo antes de atirar, passou João em minha cabeça e a vontade que eu tinha de fazer com ele, por toda merda que ele fez comigo. Atirei em 6 alvos errando apenas 1.

Gustavo: caralho linda! -ele falou espontâneo demais me fazendo rir- Tem certeza de que nunca atirou antes? -ele perguntou me olhando surpreso e balancei a cabeça concordando.

Ficamos algumas horas ali que passaram voando, Gustavo era um bom professor e muito paciente. Ria quando fazia alguma pergunta boba mas era atencioso na hora de me responder. Estávamos caminhando até a casa, pois estava escurecendo e ele parou comigo no meio do caminho e me olhou.

Gustavo: quero que fique com ela -ele falou me entregando a pistola- eu pedi uma pra você pequena, mais delicada, mas essa -ele deu uma pausa e suspirou- ela é importante pra mim e me deu muita sorte até aqui então quero que fique com você -ele colocou a mesma na minha mão e segurou junto comigo- meu pai me deu quando eu completei 19 anos, quando eu tomei a decisão de que queria ser como ele -ele riu como se tivesse falado alguma besteira e toquei em sua mão.

Victoria: obrigada bê -o chamei por apelido carinhoso pela primeira vez e o sorriso que ele deu foi a coisa mais linda da vida.

GUSTAVO

Senti uma sensação de alívio quando Victoria aceitou numa boa, e ela ficou gostosa pra caralho com a minha pistola. Aquele olhar poderoso, um verdadeiro mulherão da porra. Finalizei algumas coisas que precisávamos durante esses 2 dias na chácara e fomos de helicóptero para o litoral passar o ano novo la.

Fim de ano sempre foi loucura pra mim, sempre alugávamos uma chácara diferente ou íamos para alguma pousada, e sempre uma galera e esse ano não seria diferente. A pousada em Paraty era do Hugo, meu melhor amigo de infância que também levava a vida adoidado, mas ano passado virou pai e a vida deu uma mudada. Ele estava na pista nos esperando chegar com os carros para nos levar até a pousada, ela era distante de tudo com uma vista muito top.

Gustavo: porra Hugo, faz 1 ano que a gente se viu que merda é essa -falei quando ele veio caminhando em nossa direção com um sorriso no rosto.

Hugo: é meu amigo as coisas mudaram mesmo em -ele falou me olhando e desviou o olhar rapidamente para Victoria e rimos.

Gabriel: agora ele é um rapaz sério, muito sério -falou tirando onda e gargalhamos.

Hugo: e você está na mesma onda né? -falou para Gabriel que estava de mãos dadas com Amanda e ela olhou para Biel fazendo careta e rimos.

Gustavo: linda, esse é o Hugo o cara que me aguenta há 25 anos.

Hugo: coloca 25 anos na conta mesmo viu -ele falou rindo e se cumprimentaram.

Victoria: prazer Victoria -ela falou com um sorriso lindo no rosto e me olhou ainda sorrindo.

Fomos no carro ouvindo as histórias de Hugo enquanto ele falava sobre como foi esse 1 ano sendo pai, Victoria prestava atenção atentamente e se enturmava respondendo e perguntando algumas coisas. Que mulher meus amigos. Que mulher!

A pousada até que estava com movimento, quando íamos pra lá Hugo sempre deixava mais reservado. Na verdade ele sabia bem pra quem alugava sempre que vínhamos pra cá.

Carla: Guto quanto tempo -ela falou sorrindo e com a bebê no colo e nos cumprimentamos.

Gustavo: caramba Carlinha, como ela tá grande! Porr...

Hugo: a bocaaaa Gustavo, a boca! - falou alto da entrada e rimos.

Gustavo: esqueço desse detalhe.

Carla: como se o pai não falasse né Hugo -ela aumentou a voz pra ele ouvir- uau, ele falou que você vinha acompanhado mas não sabia que de uma deusa dessa.

Gustavo: fala sério ganhei na loteria, não ganhei não? -puxei vic envolvendo meu braço em sua cintura enquanto ela ria e roubei um beijo rápido.

Victoria: prazer em conhecer Carla -ela mexeu na mão da bebê- e você também princesinha -a neném abriu um sorriso toda engraçadinha e vic riu ainda mais.

O calor estava demais precisava de um banho e depois tomar algumas para refrescar. Essa data eu sempre me permitia, por mais que eu esteja com algumas pendências e por não ter encerrado o ano 100% eu precisava agir como uma pessoa normal. Quando entrei no quarto Victoria estava na varanda apreciando a vista, o mar estava azul e o sol estralando. Abracei-a por trás e a mesma sorriu me olhando de lado e selamos os nossos lábios.

 Abracei-a por trás e a mesma sorriu me olhando de lado e selamos os nossos lábios

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