Capítulo 67: Victoria

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Passei o dia fora, aproveitei para resolver algumas coisas de adulta e sozinha já que Amanda foi em uma missão com o Gabriel, Gustavo me ligou e fui fazer o que ele havia me pedido. Estacionei na parte de trás da boate, estava tão deserto os fundos, somente alguns homens no salão principal e algumas meninas ensaiando no palco.

Cumprimentei eles rapidamente e subi até o escritório de Gustavo, ouvi um barulho vindo da sala dele e engoli a seco, meu coração quase para quando meu celular toca e era ele. Atendi e segurei o celular entre meu ouvido e meu ombro enquanto pegava a chave da sala. Abri a porta e coloquei a mão dentro da bolsa segurando a arma que Gustavo havia me dado, não falei nada pra ele sobre o barulho porque eu sabia como ele era cuidadoso com isso.

LIGAÇÃO
G: a senha é o primeiro dia em que ficamos -coloquei no viva voz e dei risada- Victoria não ri porra.
V: um dia vou gravar esse seu lado fofo e vou te expor, você vai ver.
G: você não é louca -ele falou com aquela voz de malandro me fazendo rir, agachei e abri o cofre.
V: porra, quanto dinheiro Gustavo! Tudo isso é pra quem?
G: para a nossa paz.
V: como assim paz ? -coloquei o celular na mesa dele e virei de costas agachando novamente para colocar o dinheiro em uma mochila que tinha ali-
G: prometo que te conto quando chegar em casa, confia em mim.
V: ta mais...

Não consegui terminar de falar, congelei derrubando a mochila e todo dinheiro no chão quando João saiu de trás do sofá com aquela cara de safado que eu tinha nojo.

João: oi sobrinha -ele falou por fim.

Gustavo: que porra é essa Vic?

Victoria: sai de perto de mim -me afastei indo até a minha bolsa enquanto ele se aproximava ainda mais.

João: vim matar a saudade, desliga a porra do celular -ele sacou uma arma apontando pra mim e engoli seco.

Victoria: calma! - ergui as duas mãos caminhando até o celular.

Gustavo: Vic não desliga! Linda não desliga!! Eu to indo pra aí.

João: desliga porra -ele apontou a arma com ainda mais raiva e desliguei rapidamente- Sentiu a minha falta?

Victoria: você está tendo a chance de sair daqui João -ele se aproximou rápido demais e me prensou contra a parede, aquele corpo nojento, aquele olhar que me fazia recordar os piores dias e noites da minha vida.

Ele colocou a arma na cintura para conseguir me tocar e foi o meu momento, deslizei a mão dentro da minha bolsa e saquei a arma, destravei enquanto chutei o seu pau fazendo ele gritar e apontei a arma.

João: você não tem coragem sua putinha de merda!

Victoria: cala a porra da boca seu velho nojento.

João: vai atirar? Você não mata nem uma porra de formiga -ele riu debochando de mim- que orgulho sua mãe teria de você sabendo que agora você é uma cri...

Não deixei ele terminar de falar, disparei a arma 3x contra o seu corpo e foi como se o mundo tivesse parado, eu vi a cena dele caindo no chão em câmera lenta e Lara entrou correndo na sala logo atrás os seguranças indo pra cima de João.

Estava em estado de choque, me sentei naquele sofá em êxtase. Via vultos da Lara pra lá e pra cá desesperada, ela tocava no meu rosto e falava algo que eu não conseguia entender eu só sentia uma necessidade absurda de Gustavo. Cadê ele? Eu precisava sair daquele choque.

De fundo ouvia o chefe de segurança que fica a maior parte do tempo comigo brigando com os homens que estavam lá, um deles saiu arrastando João e pelo pouco que vi ele ainda estava vivo.

Parecia que estava ali uma eternidade, Lara estava com o meu celular falando com alguém até Gustavo entrar pela aquela porta desesperado. Em meses que estamos juntos eu nunca vi o desespero em seu olhar, seus olhos estavam marejados e ele tocou meu rosto e me puxou para seus braços.

Victoria: Eu matei ele?

Gustavo: não vida, fica calma por favor -me afastei para nos olharmos e engoli o choro, precisava ser forte independente do que havia acontecido ali- você não matou ninguém, aquele filha da puta ainda está vivo.

Victoria: Eu escutei um barulho mas não sei. Eu não pensei que isso...

Gustavo: Lara, fala com Amanda e diz que agora está tudo bem -entregou seu celular pra ela e a mesma balançou a cabeça afirmando.

Victoria: Eu matei ele Gustavo, eu matei né? -as lágrimas escorriam pelo meu rosto- eu sou uma assassina, meu Deus quem eu me tornei -levantei andando de um lado para o outro e Gustavo levantou ainda mais desesperado e se aproximou de mim.

Gustavo: linda, você não matou ninguém. Ele vai morrer sim mas pelas minhas mãos! Você não sujou a sua de sangue, por favor olha pra mim -respirei fundo e nos olhamos, ele estava tão próximo de mim que podia sentir a sua respiração- me perdoa por isso por favor!

 Ele vai morrer sim mas pelas minhas mãos! Você não sujou a sua de sangue, por favor olha pra mim -respirei fundo e nos olhamos, ele estava tão próximo de mim que podia sentir a sua respiração- me perdoa por isso por favor!

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