Capítulo 100: Victória

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Comemoramos praticamente a semana inteira o aniversário do Gustavo, eu amo aniversários, amo comemorar não só o meu e queria que o dele fosse especial principalmente por estarmos longe de casa e principalmente por eu ter uma parcela de culpa muito grande com isso.

A minha rotina era a mesma todos os dias, menos de domingo que me permitia dormir até mais tarde, na verdade nós dois era o nosso dia off que ficamos sempre largados sem ter regras, tarefas, agenda nem nada e o tanto que eu amava os domingos não estava escrito.

O dia foi ótimo, pegamos um sol as 11h30 da manhã, passamos o resto do dia na piscina e consegui fazer um bronze que não tinha a anos. De domingo também era o nosso dia de cozinharmos juntos ou no almoço ou no jantar e como tiramos o dia de bobeira fizemos um jantar topissimo que eu escolhi: carne assada ao molho madeira, batata frita e o nosso arroz e feijão que só os brasileiros sabem fazer.

Viveria essa vida pra sempre mas eu sabia que aqui era fora da realidade de Gustavo, era fora da zona de conforto dele, totalmente diferente da rotina do Brasil e as vezes eu ficava me perguntando se ele realmente gostava disso ou se apenas estava vivendo e fazendo isso por mim.

Gustavo: logo logo sua cabeça ferve baby -sua voz me tirou do transe e abri um sorriso sem graça.

Victoria: ah desculpa -respondi indo ver a carne- está quase pronta -desviei o olhar para não encara-lo e de relance pude ver Gustavo arqueando a sobrancelha e colocando o pano de prato na bancada indo em minha direção.

Gustavo: não desculpo não -ele falou tocando meu rosto me fazendo encara-lo e soltei um suspiro- o que está te incomodando? Já enjoou de passar quase 2 meses seguidos vendo esse rostinho lindo? -ele sempre me fazia sorrir, mesmo com a cabeça prestes a explodir, ri baixinho e balancei a cabeça negando.

Victoria: pelo ao contrário -engoli seco tomando coragem para falar- eu viveria isso aqui pra sempre.

Gustavo: eu também -respondeu espontâneo e olhei surpresa- porque a surpresa linda?

Victoria: mesmo? Você largaria a vida que tinha no Brasil por isso?

Gustavo: por isso? -ele me olhou curioso e um sorriso se formou em seu rosto- Vic, eu nunca dormi tão bem em toda a minha vida por quase 2 meses -senti verdade em suas palavras e aos poucos meu coração foi desacelerando- eu nunca me senti tão bem mesmo vivendo no meio do furacão -ele riu baixinho e tocou meu rosto com uma mão- nunca achei que isso fosse possível mas sim eu viveria isso pra sempre.

Victoria: essa vida clichê? -mordi os lábios com medo de sua resposta e ele continuou segurando meu rosto e seus dedos me acariciaram.

Gustavo: essa vida clichê -ele balançou a cabeça afirmando - viveria pra sempre, aqui ou em qualquer outro lugar -um silêncio breve- você não?

Victoria: Eu viveria pra sempre -respondi baixinho e ele sorrio me puxando para os seus braços.

Gustavo: obrigado por me devolver isso vic -ele falou baixo enquanto seus braços me envolviam por completo-

Ele sempre dava um jeito de me deixar tranquila, de não pensar demais, de não me deixar surtar e eu amo isso no Gustavo. Depois dessa nossa conversa eu decidi não entrar mais no assunto, não forçar a barra mas faria de tudo para voltarmos para a sua antiga vida. Afinal, algo mudou em mim, meu jeito de pensar, agir, eu deixei meu lado inocente e bobinha de lado e isso não me assustava pelo ao contrário.

Quase 3 meses vivendo grudados e a nossa rotina era simplesmente tudo o que pessoas normais desejam viver, mas pra mim? Era como se faltasse algo. Tenho uma reunião com a Lara no primeiro horário, levantei um pouco mais cedo para malhar e Gustavo ficou dormindo. Tomei um banho e deixei os cabelos secarem ao natural, olhei no relógio e ainda era 9h da manhã. Uma das manias de Gustavo que ele não largou foi acordar tarde, trocava muito o dia pela noite e eu? Uma pessoa completamente diurna e amava. Liguei o notebook e me sentei no escritório, não demorou para a câmera de Lara ligar. Ela estava empolgada e com um sorriso no rosto, uma das coisas que eu dou valor é isso, o auto astral dela sempre e é contagiante.

IDV
L: você está com uma cara de mãe, empresária, que acabou de malhar e está em uma reunião da empresa super bem sucedida -gargalhei alto e ela riu junto comigo.
V: good morning for you Larinha -falei fazendo graça e rimos ainda mais- a parte do mãe eu deixo pra Amanda, mas a empresária bem sucedida está quase tá?
L: adoro! Amo isso aí, como vão as coisas por aí?
V: tudo bem -falei por falar, não queria entrar em detalhes e deixar ela preocupada lá do outro lado do mundo.
L: se Eu não te conhecesse tão bem eu não iria me preocupar com esse tudo bem, o que houve?
V: você e Amanda precisam dar as mãos e sair andando tá -fiz careta e ela riu.
L: se quiser podemos conversar sobre isso, você sabe né? Estou aqui.
V: você não existe Larinha -falei sorrindo- vou aceitar sim, posso te ligar a noite para conversamos sobre qualquer coisa menos trabalho?
L: com toda certeza do mundo -ela sorrio.
Alinhamos algumas coisas novas que aconteceram no Brasil, ela me passou o relatório do último vez e a boate estava crescendo tanto, os lucros aumentaram demais. Todos queriam visitar a boate dos Bottini e mudamos um pouco o conceito, a boate da faria lima deixamos um lugar mais tranquilo onde as pessoas tanto homens quanto mulheres vão em busca de companhias e la conseguem muito fácil. Todas as meninas são muito bem treinadas, e muitas delas ganham dinheiro apenas com uma simples conversa. Vai por mim, existem muitos homens e mulheres carentes de um ombro amigo.

 Vai por mim, existem muitos homens e mulheres carentes de um ombro amigo

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