Capítulo 71

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Passei por Gabriel e entrei naquele galpão, ele tinha tantas mercadorias e dinheiro, armas, drogas... e la estava ele jogado em um sofá totalmente fora de si. Qual droga ele havia usado? Eu não sei, mas haviam 2 garrafas de wisk vazias ao seu lado. Ele parecia estar inconsciente, me aproximei cada vez mais até vê-lo de pertinho eu paralisei. Nunca na minha vida eu pensei, imaginei em ver Gustavo naquele estado, tão vulnerável. Pude ouvir os passos largos e Gabriel vindo em minha direção e continuei ali intacta, ele parou do meu lado e suspirou.

Gabriel: o verdadeiro Gustavo.

Victoria: não fala assim! -me virei pra ele- esse não é o verdadeiro Gustavo e você sabe muito bem, você conhece o seu irmão.

Gabriel: quando as coisas apertam é isso que acontece. Ele se droga, com todas as drogas possíveis que você possa imaginar e treina as porra dos seguranças tão bem que eles não são capaz nem de me contar aonde o meu próprio irmão está ao ponto de ter uma overdose.

Victoria: mas ele não é assim - senti meus olhos queimarem e as lágrimas se acumularem, pisquei algumas vezes e elas escaparam sem parar- ele ficou desse jeito pelo o que aconteceu comigo, ele está se culpando e não deve, não tem nada haver com ele.

Gabriel: mas ele é assim Victoria -ele falou com uma risada sarcástica no rosto- Gustavo nunca ama ninguém. Nunca se apega a ninguém, e quando acontece é isso que ele se torna. Ele move montanhas. E se ele não consegue, é isso que acontece -apontou para o irmão no sofa.

Roger: o telefone dele não para de tocar.

Gabriel: é daquela entrega né?

Victoria: qual entrega?

Gabriel: a que você deveria fazer de moto, mas claro ele nunca iria te treinar para colocar você de frente nessa merda.

Victoria: Eu faço! - engoli seco e sequei as lágrimas.

Gabriel: ta maluca? Você nem conhece o cliente, e a estrada? Não não, daqui a pouco escurece.

Victoria: roger, me passa as coordenadas por favor -olhei novamente para Gabriel que estava boquiaberto e balançando a cabeça- o que eu tenho que fazer?

Estava nítido no olhar de Gabriel que ele não estava nenhum pouco satisfeito com isso e sinceramente? Não estava nenhum pouco preocupada. Eu faria isso por Gustavo sem nem pensar 2x, afinal foi o combinado desde o começo.

Roger: você sabe que está bem fodido quando Gustavo acordar né?

Victoria: não, ele não está -falei enquanto arrumava a mochila- isso aqui -falei segurando uma amostra de drogas- vou guardar comigo, se quiserem revistar a mochila não vai dar em nada.

Eles me olharam sério e balançaram a cabeça afirmando, eu estava confiante, nervosa, porém confiante. A moto do Gustavo estava lá estacionada, olhei no galpão e ele ainda estava desmaiado, caminhei até ele e dei um beijo em sua testa, acariciei o seu rosto e senti o meu coração apertado.

Gabriel: está pronta?

Victoria: sim! - levantei e nos olhamos.

Gabriel: qualquer merda você sabe, me liga que iremos te salvar.

Victoria: não vai precisar -falei colocando a mochila nas costas e peguei o capacete.

Gabriel: é, Gustavo não se apaixonou só pela sua beleza não -ele riu- você e foda igual ele.

Victoria: aqui é mais do que uma capa bonito Biel -falei rindo e coloquei o capacete- liga pra Amanda, pede pra ela arrumar uma enfermeira pra dar soro pro Gustavo, acredito que logo ele acorde.

Gabriel: vou mandar buscar ela, Amanda é mil e uma utilidades.

Victoria: você deu sorte de arrumar uma mulher como ela -falei dando uma batidinha em seu braço e Gabriel riu.

Ele foi comigo até a moto, subi na mesma e tive dificuldade em equilibrar com um pé só, até porque ela era tão grande que parecia um transformes enquanto Gabriel ria e gravava.

Gabriel: preciso mostrar pro Gustavo se ele não me matar quando acordar -falou entre algumas gargalhadas e mostrei o dedo.

Roger: patroa, vai com cuidado. Se ouvir helicópteros é dos nossos, não se preocupe.

Victoria: tudo bem -respirei fundo- cuide dele -olhei para gabriel- quero ele acordado quando eu voltar.
Ele balançou a cabeça afirmando e deu tchau com a mão, assenti e acelerei saindo de lá.

A cada acelerada que eu dava eu sentia o meu coração na boca, ele estava tão acelerado quanto a moto. Afinal ela não era qualquer moto, era uma 1200 BMW, o xodó do Gustavo, já havia andando algumas vezes com ele eu na garupa e vice e versa mas sozinha? Era a primeira vez. Olhei no GPS e ainda tinha chão pela frente, o sol estava se pondo e era a vista mais linda que eu já tinha visto, quanto privilégio nessa situação. Estava tudo indo muito bem, pegava a 100/150 por hora na rodovia e a sensação de liberdade era única.

Voltei rapidamente para a realidade quando vi uma base de polícia civil no meio da estrada, que merda era essa? Deveria ser rodoviária e não civil ali. Engoli seco e mantive a velocidade permitida, respirei fundo e passei numa boa quando um deles me pediu pra parar e assim eu fiz. Fui para o acostamento e havia mais 3 carros e 2 motos ali também, tirei meu capacete e meu coração bateu forte quando vi quem era o policial.

Leandro: Vic -Tom de surpresa saiu na sua voz e eu dei uma risadinha sem graça.

Victoria: nossa, que mundo pequeno você não trabalhava com a sua mãe? -falei rindo baixinho e ele riu também.

Leandro: agora você sabe o meu segredo.

Victoria: e você o meu -dei um sorriso largo e ele continuou me olhando.

Leandro: então é apaixonada por moto ? E que moto, em?

Victoria: Eu amo na verdade, é o meu verdadeiro ponto de paz -passei a mão pela alça da mochila e me arrumei encima da moto.

Leandro: está tudo bem? Não apareceu os 2 últimos dia na aula.

Victoria: muito trabalho, acabei perdendo a hora os dois dias. vi que tinha alguns trabalhamos pra entregar, próxima semana né?

Leandro: isso mesmo, se precisar da matéria me manda um WhatsApp eu te passo.

Victoria: otimo, claro vou querer sim -falei balançando a cabeça e confirmando.

Leandro: perfeito, posso ver a sua habilitação? Só rotina mesmo.

Victoria: claro -tirei a mochila e abri minha carteira entregando a habilitação, Leandro conferiu e me entregou.

Leandro: pilota a pouco tempo?

Victoria: na verdade desde sempre, só a habilitação que criei vergonha e tirei -rimos.

Leandro: um pouco fora da lei né? -ele falou com um tom de brincadeira.

Victoria: as vezes e bom né? Já que somos tão corretos.

Leandro: com certeza -ele balançou a cabeça afirmando- bom, vou deixar você seguir seu caminho, se cuida e nos vemos na aula.

Victoria: um ótimo trabalho pra ti Leandro, e até amanhã -falei e coloquei o capacete, dei uma acelerada e sai de lá.

Victoria: um ótimo trabalho pra ti Leandro, e até amanhã -falei e coloquei o capacete, dei uma acelerada e sai de lá

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