Capítulo 96

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Valter: por favor não vai, vocês precisam sair do país urgente –ele falou rápido demais e foi difícil de processor, olhei fixa pra ele e balancei a cabeça.

Victoria: é só avisar para esses russos que eu não tenho mais nada a ver com você a não ser o sangue que é o mesmo, eu deixei de ser importante quando você decidiu ir embora e me deixar com um abusador –engoli seco como se tivesse uma bola de pelos na minha garganta.

Valter: não temos tempo pra isso Victoria, vai por mim nós não temos tempo pra isso –ele estava sério além da conta.

Quando iria abrir a boca para colocar um ponto final e sair daquela cafeteria para nunca mais ver a cara do meu pai a grande TV que ficava na cafeteria ligou sozinha tomando a nossa atenção, paralisei quando a imagem abriu diretamente na boate e pude ver o carro de Gustavo parado na frente, Roger saindo na frente para abrir a porta do carro e Gustavo atrás abraçado com uma mulher que estava com um capuz cobrindo seu rosto praticamente.

Valter: não, não não –falou desesperado- liga para o Gustavo agora –olhei pra ele sem entender e disquei o número dele na hora colocando no viva voz- Não se aproxime do carro –meu pai falou por fim e pela TV pude ver ele parando- saia daí agora, é uma emboscada.

Ele terminou de falar a explosão aconteceu, o carro de Gustavo simplesmente evaporou e um grito saiu da minha garganta NÃO, balancei a cabeça chorando.

Victoria: o que foi isso? –gritei com meu pai que me olhava balançando a cabeça-
Valter: os russos filha, você precisa sair daqui agora.

GUSTAVO

O encontro com o pai de Victoria foi totalmente inesperado, na verdade eu sabia que em breve ele entraria em contato mas não que iria aparecer em frente ao meu condomínio. Ele foi direto e reto os russos estão atrás de vocês, de todos nós e preciso que você salve a minha filha. Eu estremeci, irei fazer sempre o possível e o impossível pela Victoria e estava disposto chegar em casa e contar tudo mas não saiu do jeito que eu esperava. Ela estava tão linda somente de toalha, toda natural e com aquele olhar que sempre acaba comigo.

Talvez ela nunca fosse me perdoar por ter marcado esse encontro por trás, talvez ela esteja me odiando agora mas eu sei que será pelo seu bem. Pedi para os seguranças irem me avisando sobre o encontro como estava eu iria me encontrar com eles em breve, levar Victoria para casa e iriamos sumir dali pra sempre, eu estava disposto a largar tudo por ela.

Gustavo: preciso que você finja ser Victoria –falei entregando uma blusa minha com capuz para Lara- pelo o que falaram já viram algumas pessoas estranhas rondando a boate então precisamos sair daqui.

Lara: ela sabe?

Gustavo: deve estar sabendo agora –engoli seco e soltei um longo suspiro.

Estava saindo com Lara em meus braços, precisava parecer que realmente era Victoria quando o meu celular tocou e era ela. Quando ouvi a voz de Valter desespero no fundo da ligação foi tarde demais, foi o tempo de puxar Lara jogando-a para trás e deixando meu corpo na frente. Pude sentir os estilhaços entrando na minha pele e todos que estavam ali desesperados. Roger. Porra o Roger.

Lara: Gustavo –pude ouvir sua voz entre a fumaça que se formou ali.

Gustavo: estou aqui Lara –falei com um pouco de dificuldade.

Um dos meus homens conseguiu nos tirar de lá a tempo, na verdade saímos pelo túnel abaixo da boate eles precisavam achar que haviam conseguido o que queriam. Estava respirando com dificuldades, minhas costas ardia mas precisava andar, andar e andar até chegar no fim do túnel que dava em uma rua paralela com o Starbucks onde Victoria estava, dei uma risada baixa quando vi que Valter já havia arquitetado tudo, no fundo ele sabia que esse ataque poderia acontecer. Uma SUV preta blindada estava a nossa espera e após 2 horas de estrada estávamos em um casarão afastado da cidade. Quando entramos na casa pude ver Victoria vindo em minha direção, seu olhar desesperado e os olhos vermelhos, o rosto inchado ela não havia parado de chorar nenhum momento. Ela tocou meu rosto com as pequenas mãos tremulas e segurei as mesmas.

Gustavo: estou bem –falei baixo- estamos bem –ela me olhou nos olhos com um sorriso triste e me abraçou com cuidado.

Um médico já estava pronto para me atender em um dos quartos de hóspedes que mais parecia uma suíte máster, ele me medicou e tirou alguns estilhaços que ficaram em minhas costas. A minha cabeça estava uma bagunça e Vic me olhava o tempo todo com um olhar preocupado, apreensiva e evitei falar sobre Roger. Não precisava ser esperto para saber que ele estava morto, pedi para chamarem um dos meus homens de confiança para ir até a família de Roger e dar toda assistência, queria o melhor pra esposa e o filho. Victoria fez questão de fazer isso mesmo de longe enquanto Valter entrou no quarto.

Valter: como você está?

Gustavo: vivo por pouco e você tinha razão –falei por fim e ele balançou a cabeça concordando.

Valter: eles tiraram tudo de mim –engoliu seco e afastou as lagrimas que haviam se formado em seus olhos.

Gustavo: eu já havia escutado falar sobre a máfia russa mas não que eles eram tão filhos da puta assim –fiz uma pausa- o que você fez pra eles?

Valter: antes de Victoria nascer quando comecei trabalhei como civil, prendi um traficante que transportava drogas da máfia russa, teve um confronto e eu estava na hora e matei um deles –ele balançou a cabeça rindo- não era qualquer um, era o pai deles, o pior deles –fechou os olhos por alguns segundos e abriu me olhando- foi a pior merda que eu fiz, eles não fizeram nada na hora mas depois? Foram atrás dos meus pais, e foram atrás da mãe da Victoria e eu não tive escolhas –ele engoliu seco- e agora eu preciso que você cuide dela por mim porque eu sei Gustavo, mais cedo ou mais tarde eles vão me encontrar e a briga vai ser feia. Não vou desistir tão fácil e prefiro morrer tentando matar eles do que desistir.

Gustavo: o que eu preciso fazer? Eu faço qualquer coisa pela Victoria. Tenho homens, tenho influencia, tem as organizações.

Valter: pra que eles vão se meter em uma briga que não são deles? –o que ele falou era verdade, as organizações pagam pra não estar em nenhum BO mas quando estão pagam pra não sair, mas era a Vic.

Valter: pra que eles vão se meter em uma briga que não são deles? –o que ele falou era verdade, as organizações pagam pra não estar em nenhum BO mas quando estão pagam pra não sair, mas era a Vic

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