Capítulo 115: Victória

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Não só eu mas como Gustavo também não aguentávamos mais viver isso, se esconder, deixar de viver por um BO que é do meu pai. Terminei de arrumar as malas e Gabriel já havia enviado por e-mail os nossos documentos falso e as passagens para essa madrugada, chegaríamos no brasil amanhã. Ernesto conseguiu convencer Felipe se libertar sua irmã na noite de amanhã, já que estaríamos lá e seria um reforço a mais. Gustavo estava confiante, mas mesmo assim eu sentia medo do que poderia acontecer.

Valter: vocês não estão pensando com clareza –ele falou histérico- e você Victoria não pode sair daqui, você tem noção que aqueles russos querem o que é mais valioso pra mim? Eles já tiraram a sua mãe e não vou deixar acontecer o mesmo com você! –foi difícil processar todas aquelas palavras, afinal ele não mostrou tanta emoção quando me viu, nem se quer se importou com o que João fez comigo e foi como se ele tivesse lido os meus pensamentos- pode não parecer, mas eu me preocupo e você não tem ideia do lixo de pai que eu me sinto em saber por tudo o que você passava –as lagrimas escorreram pelo seu rosto e ao contrário de mim ele não limpou, e saia mais e mais. Gustavo tocou o meu braço e balancei a cabeça concordando.

Victoria: então faça o que é certo de fato, pai –falei com a voz embargada- eu só quero ter uma vida normal sem fugir, sem polícia, sem russos, sem ter medo ou ficar pensando maldade o tempo todo –deixei os braços caírem e balancei a cabeça negando- eu quero voltar para o Brasil, quero acompanhar a reta final da gravidez da minha melhor amiga, a primeira pessoa que me salvou daquele lixo do João –senti nojo ao tocar no nome dele- quero terminar a minha faculdade e viver uma vida normal com Gustavo –suspirei.

Valter: eu sei filha –ele falou entre soluços e senti meu coração apertar- eu vim pra cá justamente por isso –pude ouvir ele engolir seco e olhou para nós três- irei me entregar, falei com o tal Felipe ele vai salvar a irmã e amanhã irei me entregar zerando tudo.

Leandro: não, você não pode fazer isso Valter –falou em desespero e balancei a cabeça negando.

Victoria: você fez o seu trabalho na época, se eles são tão errados assim que culpa você teve?

Valter: me custou a sua mãe, e você –seus olhos procuraram o meu e passei a mão secando as lagrimas- ela me pediu para cuidar de você, foi a ultima coisa que ouvi ela dizer e fracassei totalmente.

Gustavo: então vamos voltar para o brasil e acabar com esses russos filhas da puta –rosnou com raiva ao meu lado e meu estomago embrulhou completamente, e eu sabia que era medo, ansiedade não foi a primeira vez que me senti assim.

Foi a viagem mais longa da minha vida, 9 horas que pareciam 19. Não consegui pegar no sono, fiquei o voo inteiro com a cabeça ora encostada na janela, ora no ombro do Gustavo que também ficou alerta o tempo inteiro. Já estava amanhecendo com pousamos no brasil, estávamos sentados esperando a liberação para sair do avião, Gustavo estava fazendo círculos na minha mão com os dedos enquanto me olhava e agora eu percebo quando ele disse que eu estava sendo ele quando nos conhecemos, a minha sede por vingança, a minha desconfiança em todos e o jeito que eu vivia em alerta era exatamente como nos conhecemos e quando ele fala que eu o libertei entendo muito bem. Um carro blindado estava nos aguardando, meu pai e Leandro foram separadamente e pude ter um momento a sós com Gustavo.

Victoria: o que vai acontecer de fato? –perguntei enquanto encostava a cabeça em seu ombro e envolvia meus braços em sua cintura, sua mão descia e subia em meu braço.

Gustavo: Ernesto enviou uma mensagem pedindo para nos encontrar, na verdade ele preparou um esconderijo pra nós.

Victoria: ah... –falei baixinho e ele me abraçou forte.

Chegamos em uma casa gigantesca que ficava na zona norte de São Paulo, e Ernesto nos recebeu. Era a primeira vez que via ele, era um homem bem mais velho com os cabelos grisalhos, porém com o corpo bem definido, era charmoso e a cara de mal bem parecido com Gustavo.

Ernesto: sejam bem vindos de volta –ele falou fazendo um toque com Gustavo e deram um abraço rápido, ele parou na minha frente e abriu um sorrisinho- como está Vic? –falou gentil e abri um sorriso.

Victoria: bem, obrigada por nos receber aqui –passei o olho rapidamente pela mansão.

Gustavo: é não é pra qualquer um estar na casa do Ernesto Montes –falou em um tom divertido e rimos.

Ernesto: queria que fosse por uma boa causa, mas sei que vocês voltaram mais vezes. Vem, pedi para prepararem um café da manhã pra vocês.

O café estava delicioso, a mesa era tão farta e tinha tudo o que eu nem imaginava que fosse possível ter ali. Comi pouco, o voo me deixou bem enjoada na verdade acredito que ficar olhando para a janela o tempo inteiro não tenha me caído tão bem.
Fomos até o escritório de Ernesto que era totalmente ao contrário do que o do Gustavo, haviam armas, muitas armas exposta, colete, balas como se ele estivesse preparado para uma guerra. Senti meu estomago embrulhar e minha pressão cair, Gustavo notou na hora e se aproximou de mim preocupado.

Gustavo: linda, está tudo bem? –sua mão tocou meu rosto e senti meu corpo fraco.

Gustavo: linda, está tudo bem? –sua mão tocou meu rosto e senti meu corpo fraco

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