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Lana Gavira:

— Onde você estava? — Quase pulei no pescoço de Gavi assim que ele entrou por aquela porta. — Porra, você saiu de casa há quase vinte horas, existe celular...

— Relaxa, Lana, estava resolvendo uns negócios... — Ele disse indo em direção à cozinha e eu o segui.

— Relaxar? Porra, olha a vida que você leva, Pablo Gavira, pode ter certeza que eu não vou ficar em casa pensando que você está em uma praça passeando com seus carros.

— Seu marido é esperto, eu sempre volto para você, não volto? — Ele disse me puxando para perto, fazendo-me amolecer um pouco, ou muito.

— É esperto, mas não é de ferro. — Falei. — Eu fiquei preocupada, você sempre manda uma mensagem e dessa vez você não fez isso e então, eu pensei no pior. — Eu falava tudo descontroladamente.

— Calma. — Ele me abraçou. — Eu só não tive tempo de pegar o celular, as coisas ficam bem corridas nessa época.

— Outra aliança? — Perguntei.

— Nós praticamente dominamos Espanha inteira, os tiras não estão conseguindo lidar com a gente. — Ele dizia todo orgulhoso.

— É, mas não vai brincando, até porque mês passado você deu uma passada na cadeia, lembra?

— Fiquei duas semanas naquele lugar, isso não é nada, Lana, meu caso é prisão perpétua. — Ele disse e piscou para mim. Como ele conseguia ser tão seguro de si? Estávamos casados há um bom tempo e eu nunca entendia isso. — E foi só por um deslize, aquele idiota do Davi falhou ao me avisar o caminho que os tiras estavam seguindo e quando eu vi, eles estavam me cercando, sorte que um dos tiras era um grande amigo meu. — Ele disse, satisfeito.

— Pare de falar como se você tivesse ficado preso no supermercado? Eu fiquei apavorada.

— Onde está Luara? — Ele mudou de assunto.

— Na casa da colega fazendo trabalho.

— Sim, Luara é muito estudiosa. — Ele ironizou e pegou o celular, logo vi que ele estava ligando para ela. — Hora de voltar para a casa, ou eu vou te buscar, você tem exatamente... — Ele olhou o relógio. — Dez minutos para estar aqui. Falou, pirralha. — Então ele desligou.

— Realmente, Gavira, você é um pai muito chato. O que tem ela ficar na casa da colega dela? Ela está quase entrando na adolescência e... — Ele me interrompeu.

— Eu apenas sou protetor, não me perdoaria se acontecesse algo com minha filha, meu número de inimigos multiplicaram-se intensamente ao longo desses anos, Luara tem sorte de não ter um segurança atrás dela para onde quer que ela vá e o pior: ela pode estar com algum garoto, aí realmente eu preferiria que ela estivesse nas mãos de algum inimigo meu...

— Sempre tão exagerado, não é? E você acha que eu não sei que aquele motorista que você diz que é apenas uma "mordomia" para a sua filha, não faz também o papel de segurança? Aquele dia você mandou ele levar ela de carro a casa de Valentina que é apenas uma quadra daqui. Você só não colocou alguém atrás de mim porque sabe que eu sou muito esperta. — Eu disse e ele meio que riu pelo nariz.

— Ouvi você comentando com a barata sobre um tal cara que aparece em tudo quanto é lugar que você vai, quem sabe ele seja um admirador... — Gavi disse e em seguida se direcionou as escadas, em seguida as subindo.

— EU ODEIO VOCÊ. — Gritei indo atrás dele.

— Não, isso não é possível. — Ele me pressionou contra o corrimão com aquele seu tipico sorriso debochado. — Aliás, preciso de você.

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora