Prólogo.

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Acordo com meus ouvidos zunindo

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Acordo com meus ouvidos zunindo. Levo um tempo até perceber que estava no chão do meu quarto e com o pequeno impacto da explosão, os quadros estavam estilhaçados no chão e uma foto de minha família pairava em frente á meus olhos.

Batidas raivosas na minha porta faziam com que meu coração batesse mais forte. A cada batida, a fúria do outro lado da porta aumentava e meu coração acompanhava o compasso das batidas como explosões dentro do meu tórax. Meu coração parecia querer sair de meu peito a qualquer momento.

Aquilo ativou adrenalina em minhas veias e pareceu bombear o sangue novamente em todo meu corpo. Empurrei meu armário de atravessado na porta, bem onde a trinca ficava e em seguida, minha cama da mesma maneira contra o armário. Realmente fiz um bom trabalho. Não tinha como eles entrarem e nem eu como sair.

Meu quarto é pequeno e ficaria impressionado com a quantia de coisas que eu conseguia ter lá dentro. Minha janela era excepcionalmente pequena e apesar de eu ser também, não era possível passar por ela. Mas meu telhado estava caindo aos pedaços, o que de certa maneira era bom. Seria minha saída.

Subi na cama e depois no armário. Como as madeiras do teto estavam soltas, não foi difícil de retirar-las. Arrumei uma mochila com roupas o mais rápido que pude enquanto a fumaça tomava conta de tudo e entrei no espaço entre o teto e o forro da casa.

Minha casa não era grande, mas confortável o bastante pra mim e minha família. Tinha baratas e lagartixas que andavam pela casa, mas havia gatos (que não eram de estimação) que andavam no forro, controlando a população de ratos lá dentro. Minha família não era rica (como deve ter percebido), mas nunca passamos necessidades. Meus pais se esforçavam para oferecer o melhor para minha irmã e eu, mas com a crise, as coisas vinham ficando cada vez mais difícil. Ainda tinha meus avôs que viviam com a gente. Eram aposentados, mas cheios de vida e dividíamos a casa com eles. O único problema é que todos tinham sumido e eu estava sozinha.

Eu me arrastei até o buraco onde os gatos entravam, que ficava na lateral da casa, de frente ao telhado dos meus vizinhos, no qual me agarrei e depois de estar em pé, pulei para o telhado da minha casa e desci pelo portão, onde era mais fácil de descer, sem contar que meus vizinhos, com certeza, não gostariam de uma intrusa na casa deles na hora do almoço. (Isso se eles estivessem lá).

Eu saí de casa e vaguei pela rua enquanto a casa pegava fogo, me perguntando o que estava acontecendo, onde estava minha família e porque aquelas pessoas me atacaram. Eram tão estranhas, pensei que estava ficando louca ou presa em algum pesadelo. Não tinha para onde ir e não sabia onde meus pais estavam. Estava perdida.

Peguei meu celular e na tela brilhava uma mensagem. Sentei na beirada da calçada e abri a mensagem. Era da minha mãe. Li a mensagem. "não venha pra casa". Olhei o horário em que a mensagem tinha sido mandada. Onze e meia e agora era meio dia e quinze. Não tinha visto antes porque provavelmente (certeza) estava ouvindo musica.

Liguei para policia e andei até a esquina para ver quando chegassem e me sentei por lá. Eu tentei ligar para meus pais um milhão de vezes, mas estava fora de área. Pensei que talvez estariam em minha outra avó, me esperando, já que era o lugar mais provável que ficariam depois da nossa casa. Talvez estivessem lá e o celular estava sem bateria ou algo do tipo.

Eu olhei para cima quando uma sombra bloqueou o sol. 


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