Capítulo 68

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Quando acordei havia uma mulher debruçada sobre mim, limpando meus ferimentos. Tentei me esquivar dela, mas ela não deixou.

– O que houve?

– Você está muito machucada.

– Onde está meu namorado?

A expressão dela mudou, como se fosse me dar a notícia d ele estava morto.

– Vamos tentar deixar você não infeccionar. Sua perna está muita feia.

Olhei pra baixo e na parte de trás do meu joelho havia um enorme buraco. Meu coração disparou.

– Você é médica? – Ela afirmou com a cabeça e percebi um kit de primeiro socorros enorme do lado dela. Com antibióticos, gazes e esterilizantes. Percebendo meu espanto, ela disse

– Eu sempre o trago comigo no caso de alguma emergência.

Ouvi gritos de longe, gritos horríveis de dor.

– Meu Deus!

– A parte mais difícil é trazê-los para cá – Ela disse.

– Como você se chama?

– Emily. Olha só isso vai doer. Feche os olhos e morda esse pano.

Obedeci, mordendo o pano com força, enquanto ela derramava um liquido escuro no buraco da minha perna. AH! A dor era violenta demais. Como se minha perna estivesse sendo arrancada. Emily arrancou linhas do seu cachecol, e colocou num bisturi. Eu sabia o que ela iria fazer. NÃO NÃO, VOCÊ NÃO ME COSTURAR SEM ANESTESIA. GRITEI COM O PANO NA BOCA, TENTANDO ME MEXER. Um homem todo machucado apareceu e segurou meus braços acima da minha cabeça, Enquanto outro segurava minhas pernas juntas. Eu estava imóvel. Sentia cada passada de agulha na minha pele, gritava enlouquecidamente. Pareceram horas até que ela tivesse terminado e enfaixado.

Emily me sentou com cuidado, apoiando minhas costas em um tronco. O dia estava nascendo, e eu sentia uma sede insuportável. Emily se distanciou de mim, indo para outra pessoa machucada. Havia muitas pessoas deitadas gritando, e na minha esquerda, avistei três corpos cobertos com folhas. Congelei por inteiro. Matt não podia ser um deles não, ele não podia. Me forcei a levantar, e a dor irradiou por toda minha perna. Tentei ignorar e começar a caminhar até eles.

Assim que cheguei a frente dos corpos sem vida. Me detive. Será que eu deveria mesmo olhar? Se Matt fosse um deles, eu não aguentaria. Lágrimas começaram a escorrer descontroladamente. Reuni todas as forças que tinha e tirei as folhas do primeiro. A imagem me assustou. Um homem desfigurado, mas não era Matt. Então fui ao segundo. Também não era Matt.

Agora só faltava um. Lentamente afastei as folhas do rosto do homem e o que eu vi me fez gritar de pavor.

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