Capítulo 2

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  – Bem... Ação – Era a diretora dando a ordem. E rapidamente a expressão de Matt mudou e lá estava o profissional, com quem eu sempre quis trabalhar.
(Cena)
– Você não pode simplesmente sair por essa porta Lucy – Seus olhos ficaram marejados-
– Você simplesmente devia ter pensado nisso antes de beijar aquela garota – Falo na defensiva, cruzando os braços.
– Você não entende, foi ela que me beijou e eu parei. Ela não era você- ele segurou meus ombros me puxando para perto.
– Nada disso importa Neal – Com uma expressão de tristeza me viro para sair andando, mas ele segura meu braço e me cola em seu corpo. Nossas respirações se tornam ofegantes e eu não sei se isso faz parte da cena. Mas tão perto assim dele, mal consigo me controlar.
– Não me deixe – Ele fala com a boca encostada na minha-
– Você fez sua escolha – Respondo com a voz trêmula sem conseguir conter a eletricidade que passava pelo meu corpo. Me esforço para lembrar do script, mas com a sua respiração em mim fica difícil.
Suas mãos descem pelas minhas costas e param na minha cintura, apertando-me contra ele. E eu podia jurar que estava sentindo sua ereção. Logo descartei a ideia. Ele era gay e era casado, com um homem! Não podia sentir tesão com uma mulher.
– Seu corpo a entrega, ele está pedindo por mim – O sussurro de sua voz e sua respiração quente quase me derrubaram- E eu preciso de você – E então sua boca cola na minha, num beijo urgente entre Neal e Lucy. Suas mãos pressionam com força meu corpo no seu. E algo que eu não esperava acontece. Matt insere a língua em nosso beijo técnico. E o último fio de pensamento racional que possuo, se vai, e eu me entrego aquele beijo, enroscando os dedos no seu cabelo, puxando-o para mim.
– CORTA – A diretora alerta e ele me solta, com uma expressão assustada e desordenada no rosto. Como se não soubesse o que acabou de acontecer. Cler começa a andar até nós.
– Isso foi maravilhoso, vocês dois tem uma química incrível, em todos esses anos de carreira, nunca vi algo parecido. Nora o papel é seu, faça as malas, vamos para Atlanta em dois dias – ela estica a mão para mim e eu aperto, ainda me sentindo tonta. Mas que porra que tinha acabado de acontecer? Eu ia precisar me controlar, afinal de todas as burrices que eu já cometi na vida, essa seria a maior de todas. Me apaixonar por um cara não só casado, mas gay!
Matt aproximou-se de mim quando os diretores e seus assistentes saíram da sala. Provavelmente estava assustado com a minha expressão carrancuda.
– Nora me perdoe, eu vi que estava nervosa e quis que se entregasse ao papel. Não se sinta ofendida por tê-la beijado – Ah então ai está o motivo da língua. Ele quis me ajudar, ajudar a atriz a conseguir o papel dos sonhos.
– Hum... eu não fiquei, obrigada pela ajuda –
Ele abriu um sorriso que quase me desmontou.
–Vai ser ótimo trabalhar com você, parece uma ótima profissional.  

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