Ruínas - Capítulo 29

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- Do jeito que são devem estar esperando uma confusão começar a qualquer momento. – Sophia riu, pela primeira vez depois de da notícia do namoro de Micael. Ironia era saber que estava rindo com a própria namorada dele. – Eles esperam sempre o pior de mim.

- Agora você vê. – Ela comentou, enquanto as duas já caminhavam de volta a mesa. – Duas mulheres como nós arrumando confusão na festa dos outros. – As duas estavam rindo quando chegaram a mesa, arrancando olhares espantados dos presentes.

- Que porra aconteceu lá fora? – Arthur perguntou sem entender.

- Engraçado que depois eu que sou o fofoqueiro. – Chay falou rindo de Arthur.

- Elas chegaram rindo, surpreendeu a todo mundo, meu amor. – Mel falou com um sorriso de leve. – Acho que ninguém estava esperando isso.

Lua olhou a hora no relógio e sorriu. Ficou de pé e foi até onde o DJ tocava música pedindo silencio. Ergueu o microfone e caminhou para o centro do salão. – Pessoal. – Chamou a atenção de todos com o chiado que o microfone fez, mas logo foi consertado. – Eu queria pedir atenção por alguns instantes.

Arthur olhava as meninas na mesa tentando saber de alguma coisa, mas aquilo era surpresa para todos os amigos que estavam ali, Lua só tinha comentado com sua mãe. – Eu queria pedir ao Arthur pra vir aqui na frente, por favor. – Ele ficou de pé e ajeitou a gravata prata sem saber o que o esperava. Caminhou até estar próximo da esposa.

- Bom, eu só queria falar algumas palavras pra você. – Ele sorriu, completamente sem graça. – Eu não sou a pessoa mais fofa no mundo, mas eu juro que vou fazer um esforço. – Ele balançou a cabeça concordando com ela. Risos ecoaram pelo salão. – Estamos juntos há mais de cinco anos, completando dois anos de casados nessa data incrível. – Ela olhou a aliança. – Quando eu conheci você, confesso que não imaginei que a nossa relação fosse chegar tão longe. – Ele arregalou os olhos, desacreditado e ela riu, assim como outras pessoas no salão. – Eu não acreditava, eu sempre fui estourada e mandona, ai você vem, todo calma e tranquilo.

- Só assim pra aguentar você. – Ele falou longe do microfone e só quem estava perto conseguiu ouvir. Lua soltou um risinho.

- Quero dizer que não imagino mais a minha vida sem você, e não quero ter que imaginá-la, te quero sempre pertinho de mim, porque é capaz de eu te amar mais do que a mim mesmo. – Os olhos de Arthur estavam marejados. – Eu queria te dar um presente muito especial pra comemorar esses dois anos. – Arthur franziu a testa, não pensou em comprar um presente para lhe dar ali na frente de todo mundo. – Um presente pra pessoa que me faz a mulher mais feliz do mundo. – A mãe de Lua entrou no campo de visão e entregou uma caixa pequena a filha, com um sorriso. – Esse não é só um presente pra você, eu espero que você fique tão feliz quanto eu fiquei por tê-lo. – Sua voz já falhava, Lua estava chorando. – Abre. – Entregou a caixinha azul com um laço branco.

Arthur pegou a caixa meio sem entender e com uma curiosidade que não cabia em si. Desfez o laço com um sorriso no rosto. A essa altura, os amigos estavam de pé, perto deles, assim como a maioria, curiosos pra saber o que finalizaria o discurso de Lua. Arthur tirou a tampa e primeiro tinha um recado, ela lhe entregou o microfone e pediu que ele o lê-se em voz alta.

"Papai, dentro da mamãe agora batem dois corações completamente apaixonados por você."

- A Lua tá gravida. – Sophia falou com os olhos arregalados. – Eu não acredito! – Sua vontade era de ir até lá e abraçar a amiga, mas sabia que era o momento do casal.

Arthur continuou a vasculhar a pequena caixa e tirou de lá dois sapatinhos vermelhos, de lã. Um coro de "own" ecoou pelo salão. A última coisa que tirou da caixa foi um clearblue, o teste de gravidez com resultado positivo. Ele ainda não tinha falado nada, ficou olhando aquelas coisas nas mãos, era muito pra assimilar. Começou a chorar quando olhou a esposa, ela também estava emocionada.

- Você está gravida? – Por mais que fosse obvio, ele precisava ouvir da boca dela. – Nós vamos ter um filho?! – Falou no microfone se empolgando e Lua assentiu. – De verdade?

- Sim. – Foi só o que disse. Arthur jogou a caixa com os presentes pra Micael agarrou a esposa num beijo repleto de amor. Aquela cena era linda e todos no salão olhavam maravilhados. Fernanda se apertou um pouco mais a Micael, assim como Mel se abraçou com Chay. Sophia sozinha no meio dos dois tentou não deixar que isso a afetasse, era um momento único.

Se aproximou dos dois a os agarrou. – Eu vou ser titia! – Gritou empolgada, ainda agarrada aos dois que tinham parados de se beijar. – Parabéns pra vocês, vocês não sabem como isso me deixa feliz no meio de tudo. – Deu um beijo em cada um.

Os outros três se juntaram ao abraço, lhes dando felicitações. Era um momento único. O abraço sêxtuplo fez com que dessem pulinhos empolgados, aquilo ficaria lindo na gravação. Fernanda olhava de fora um pouco excluída, não tinha intimidade suficiente pra participar daquilo.

Uma valsa conhecida começou a tocar e os seis sabiam que estava na hora da dança. Se separaram e quase que imediatamente um espaço se abriu no meio da pista. Arthur puxou Lua a rodopiando numa coreografia bem parecida com a de seu casamento. Sophia e Micael não tiveram tempo de relembra-la, mas com certeza dariam o melhor de si.

A deixa para que os padrinhos entrassem naquela dança coreografada aconteceu e Sophia suspirou antes de encostar em Micael daquela forma. Primeira vez que se tocavam de verdade depois que tudo ocorrera. Ele ficou extremamente balançado ao puxá-la pela cintura, coisa que acho que jamais fosse acontecer novamente, agora que estava interessado e comprometido por outra pessoa, mas não foi bem assim.

Os rodopios não paravam e todos olhavam maravilhados. Uma breve troca de casal aconteceu e Sophia sorriu mais verdadeira ao apoiar os braços em Chay, mas não demorou muito e teve que voltar a seu par original. A coreografia acabou com eles abraçados, o rosto bem perto um do outro e o olhar fixo não podia ser desviado. Ficaram nessa posição por muito mais tempo do que deveriam e só quando uma salva de palma estourou é que eles saíram do transe que prendera seus olharem. Ambos estavam sem graça.

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