Ruínas - Capítulo 3

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- Eu adorei as rosas. - Ela sorriu falsa ao telefone. Estava na hora do almoço. - São lindas.

- Que bom, eu fico feliz em te deixar feliz.

- Está fazendo o que ai agora? - Perguntou interessada. - Está calmo o movimento?

- Na verdade a cozinha está uma verdadeira loucura, mas eu deixei o sub-chefe se virando e vim dar um oi pra minha namorada maravilhosa. - Ele tinha um sorriso bobo no rosto. - Mas já vou voltar pra lá. A gente conversa a noite, tá bem? Passo ai pra te pegar.

- Tá bom, meu bem, eu te amo! - Sorriu ao desligar o telefone. Lua que estava á mesa com ela rolou os olhos.

- Como que você consegue? - Rangeu os dentes. - Eu durmo mal a noite e você ai, tranquila mantendo a farsa.

- Lua, você nunca mais vai parar de falar disso? - Já estava se irritando de verdade com a amiga. - Para cara, tá ótimo do jeito que está.

- Ótimo pra quem? Porque eu tenho certeza que o Micael não ia gostar nadinha de dividir a mulher dele com um cara que a gente não sabe nem de onde que saiu. - Sophia desviou o olhar. - Eu sou sua amiga, e ao invés de acobertar você a vida toda, eu estou tentando te aconselhar. Se você ama o Micael, como enche a boca pra dizer, por que diabos não acaba com esse romance proibido?

- Porque é bom com o Douglas, é diferente. - Ela deu de ombros. - Ele não significa nada pra mim.

- Mas parece que significa, já que não consegue largar ele de uma vez.

- O sexo dele é muito bom. - Sorriu de lado.

- Ah não! - Espalmou as mãos na mesa. - O Micael um negão daquele tamanho e você precisa procurar outro na rua? Você só pode estar de brincadeira com a minha cara.

- O Micael tem uma coisa de amorzinho que me irrita tanto Lua. - Abaixou a cabeça na mesa.

- Você sabia que isso se resolve com uma conversa? - Tinha a voz debochada. - Ei, eu quero que você dê uns tapas na minha cara, me chame de piranha e me coma com força. Certeza vai resolver.

- Não vai, nós já tivemos essa conversa um milhão de vezes. - Não levantou a cabeça. - Ele se recusa a fazer algo mais intenso. Então tive que achar alguém que faça.

- Ele se recusa? - Sophia levantou a cabeça e encontrou os olhos curiosos da amiga. - Mas por quê?

- No inicio do nosso namoro, há uns dois anos e tal, eu pedi "mais, mais, mais" e ele me deu o que eu queria, mas eu não aguentei, ele acabou me machucando e ficou se culpando o tempo todo. Ai de lá pra cá começou com essa putaria de fazer amorzinho. Só que não é disso que eu gosto!

- Você vai largar esse Douglas e conversar com o Micael. - Botou o canudo do suco na boca e sugou. - Eu tenho certeza de que Micael prefere acelerar o ritmo do que ser corno! - Estreitou os olhos.

- Eu posso até conversar com o Micael hoje, mas não vai adiantar nada, Lua.

- Se quiser eu peço ao Arthur pra dar um toque nele. - Sophia riu sem graça. - Como quem não quer nada, só puxa o assunto e ai os dois conversam.

- Será que vai dar certo? - Franziu a testa. - Eu não acredito muito nisso. Ele fica nessa de amorzinho, jantarzinho, filminho. - Rolou os olhos.

- Você gosta dele? - Perguntou de novo e Sophia assentiu. - Então você tem que lutar pelo seu namoro, criatura. Arrumar um amante não vai resolver a sua vida. Até porque uma hora ele vai descobrir e ai amiga...

- Ele não vai descobrir. - Se ajeitou na cadeira e cruzou os braços. - Eu não dou esses moles.

- Mentira tem perna curta. - Falou o ditado mais velho que as duas juntas. - Ela sempre aparece! Você vai conversar com o Micael hoje e eu vou falar pro Arthur puxar o papo quando estiverem juntos. Enquanto isso você vai esquecer esse cara, está me ouvindo?

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