Ruínas

Ruínas - Capítulo 46

- E então, viado?! – Arthur perguntou, tinha uma expressão divertida, parecida com a de Sophia. Micael balançou a cabeça algumas vezes. – Não vai contar pra gente?

- Deu positivo, olha a cara dele. – Sophia constatou ao ver um sorriso em Micael. – Se fosse negativo ele já estaria me xingando há uma hora.

- Deu positivo? – Fernanda perguntou irritada. – Responde, Micael!

- É claro que deu, lambisgoia. – Sophia disse brava. – Eu já disse que esse filho é dele.

- Deu positivo sim. – Ele finalmente respondeu, bem baixo. Parecia tentar se acostumar com a ideia. Era tudo tão novo. Entregou o papel a namorada. – Não tem mais o que dizer.

- Aham, como eu disse. – A loira balançou a cabeça. – Sempre foi seu filho. – Ela não estava tão contente como Micael. Ainda queria que os dois saíssem do apartamento. Queria ficar em paz.

- Isso só pode ser brincadeira. – Fernanda continuava reclamando. – O que você fez hein? – Segurou o papel com raiva. – Falsificou isso aqui?

- Ah, mas que porra. – Sophia agora tinha se irritado de verdade, fez força pra ficar de pé. Lua chegou perto e apoiou a amiga. – Quer saber o que eu fiz? Eu transei com ele, tá satisfeita? – Micael estava um pouco alheio a bagunça olhando Sophia. Ela vestia um baby-doll que deixava sua barriga de fora, por mais que ainda fosse reta, ele gostava de saber que seu bebê estava ali. – Vai embora da minha casa, agora!

- Como se eu fizesse muita questão de ficar aqui. – A tensão no quarto era tanta por causa daquelas duas que parecia que iam se matar a qualquer momento, mas Micael seguia alheio a tudo.

- Eu quero saber o que foi que aconteceu com aquele papo todo da festa da Lua. – Sophia sorriu. – Fingiu ser uma pessoa totalmente diferente.

- Eu não fingi nada! – As duas não paravam de brigar. – Você que é uma sonsa!

- Ei, chega! – Micael finalmente se intrometeu, desviando os olhos da barriga de Sophia e encarando a namorada. – Isso aqui é uma briga completamente desnecessária. E além do mais você prometeu se comportar.

- Só que ela me irrita. – Fernanda se defendeu.

- Mas você está no apartamento dela, não tem que falar assim. – Conseguiu achar um jeito de irritar ainda mais a mulher.

- Santa Sophia agora vai ser defendida. – Debochou e Micael respirou fundo. Sophia soltou um risinho.

- Fernanda, você queria um teste de DNA, ela fez o teste. – Falou tão calmamente que nem parecia Micael. – Agora chega, não adianta seguir brigando com ela pra sempre. Vai fazer mal pra ela e pro bebê. Então, por favor, se controle.

- Você só pode estar de brincadeira. – Grunhiu antes de sair do quarto pisando duro e jogando o resultado do exame, agora amassado, no chão.

- Dai-me paciência. – Ele olhou pro teto como se falasse com Deus. – Depois a gente conversa, Sophia. – Saiu apressado atrás da namorada, mas antes pegou o papel do chão. A loira teve ajuda de Lua pra se recostar na cama novamente.

- Você não devia se deixar irritar dessa forma. – Mel a repreendeu. – Parece que não pensa no seu bebê.

- Eu penso no meu bebê, mas toda vez que essa fulana vem aqui, ela me irrita. Songamonga.

- Ah, para. – Douglas falou. – Vocês duas sempre se deram bem. Tudo isso ai é ciúme das duas partes.

- Descobriu o Brasil. – Ela disse mal humorada. – Mas foi muito bom ver os dois quebrando a cara com o resultado do exame.

- Os dois quebrando a cara não né. – Arthur chegou perto. – Porque o Micael ficou bem felizinho. Espero que agora tudo fique bem.

- Enquanto ele tiver com essa lambisgoia, as coisas não vão ficar bem. – Ela ainda tinha raiva. – Porque ela vai tratar mal o meu bebê e em algum momento eu sei que eu vou acabar com a raça dela.

- Você está muito violenta. – Lua falou rindo. – Nem parece você. Acho bom você sossegar porque o meu afilhado tem que descansar!

- É verdade. – Douglas concordou com um suspiro. – Eu vou indo, Soph.

- Ei, espera ai, eu queria conversar com você. – Ela pediu surpreendendo Douglas. Lançou um olhar para o amigos e eles logo entenderam que queria um pouco de privacidade. – Como você está? – Perguntou quando ficaram a sós.

- Eu estou bem. – Ele deu de ombros se sentando na cama ao lado de Sophia. – Você já tinha me preparado pra isso, não é mesmo? – Forçou um sorriso.

- Eu não queria te magoar, você tem sido tão legal comigo. – O sorriso dele foi mais autêntico dessa vez. – Eu só não quis deixar você acreditar em uma mentira.

- Eu sei disso. – Ergueu uma mão e fez carinho na bochecha da loira. – Eu só queria ser o pai do seu bebê. Acho que isso ia fazer você esquecer um pouco aquele cara.

- Você tem uma paciência de Jó comigo, não sei como ainda não desistiu. – Ele colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha dela.

- Porque eu aprendi a amar você. – Ela ficou sem graça. – Você me encantou com o seu jeito, com a sua leveza. Além de ser uma gata.

- Você está me cantando? – E enfim o sorriso dele foi verdadeiro. – Assim na cara de pau.

- É claro que eu estou. – Balançou a cabeça. – Você me conhece, eu não perco uma oportunidade.

- Douglas, eu não quero magoar você. – Seus dedos agora tocaram os lábios da mulher.

- Para com isso! – Falou sério e se sentou mais perto. – Eu sei que você quer, eu sei que ninguém te toca tem bastante tempo, eu sei também que você gosta do jeito que eu faço. – Falou no pé do ouvido da loira, que se arrepiou. – Por que você não para de resistir? – Beijou a boca dela de leve.

Sophia se permitiu, só por aquele momento aproveitar o beijo de Douglas, se Micael podia ficar e namorar com outra pessoa, ela também podia, por mais que o irritasse ser justamente ele. Ela teve as mãos do rapaz na nuca, aprofundando o beijo, deixando-a acesa.

Eles aproveitaram o tempo sozinhos, não foi apenas um beijo, mas ambos sabiam que não podiam passar daquilo. Agora, quase uma hora depois Sophia tinha a cabeça deitada no colo do moreno e recebia um cafuné.