Ruínas - Capítulo 177

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- Alô? – Sophia atendeu com um tom surpreso na voz, Jorge quase nunca ligava pra ela. – Está tudo bem?

- Oi, Soph. – Estava estranhamente animado. – Está tudo bem sim. – Fez uma pausa. – Eu estou ligando pra saber como você está e se você vai ter alguma folguinha essa semana.

- Eu estou ótima. – Observou as amigas a olharem com curiosidade. – Essa semana eu acho que só amanhã.

- Eu tirei essa semana pra visitar meus restaurantes e ver como andam de perto, estou planejando alguns bate e volta, queria saber se topa ir comigo até o Sul, soube que tem alguém lá que você tem saudades. – Brincou e Sophia arregalou os olhos.

- Bate volta pro sul não é bem cansativo não? – Ergueu uma sobrancelha. – São umas quatro horas de viagem pra ir e mais quatro pra voltar.

- Foi você que disse que só tem um dia. – Soltou uma risadinha. – Eu estava planejando ir num dia e voltar no outro de manhã.

- Eu topo. – Disse rápido e fez com que a risada de Jorge se intensificasse. – Eu estou livre amanhã, e depois eu só tenho uma reunião a tarde na agência, dá tempo de voltar!

- Então eu vou comprar as passagens, você me encontra no aeroporto amanhã. Quando eu comprar te envio o horário do voo.

- Obrigada, Jorge! – Disse empolgada. – Vou aguardar a sua mensagem. – Desligaram o telefone. Sophia não tirava o sorriso do rosto.


- O que você vai fazer com o Jorge? – Lua perguntou ainda curiosa. – Conversa misteriosa.

- Ele me chamou pra ir ver o Micael. – Bateu palminhas. – Será que o Jorge tem escutas nessa casa? Ligou na hora que eu estava reclamando. – As três riram.

- Bizarra coincidência. – Mel concordou. – Ai vocês vão amanhã e voltam na quinta?

- Isso! – Suspirou. – Vou chegar morta, mas com certeza vai valer a pena. – Deu um beijo no anel. – Estou morrendo de saudades do meu amor.

- Aproveita e conversa com ele sobre a data desse casamento, é muito difícil organizar um casamento sem data. – Lua pediu.

- Pode deixar, minha linda. – Terminou de beber sua água que agora estava quente no copo. – Eu vou ver o que faço por você.

- Está vendo isso, Mel? – Lua olhou pra morena. – Depois eu desisto de ajudar e ela surta com o monte de coisas que ainda tem pra ver.

- Ain, meu amorzinho. – Sophia agarrou Lua. – Você não pode me abandonar, nenhuma de vocês duas podem, é o meu casamento e vocês são madrinhas!

- Você tinha recebido esse convite Mel? – Lua seguia implicando. – Porque ninguém tinha me avisado de nada.

- Nem a mim. – Mel concordou. – Acho que não somos adivinhas.

- Poxa, eu só tenho vocês de amigas, quem mais seria? – Ergueu uma sobrancelha. – Eu sou uma pessoa difícil de lidar, só vocês me aguentam.

- Ah, vai que você resolve chamar a Liz. – Sophia fez uma careta em reação as palavras de Lua.

- Ou a Fernanda. – Mel complementou e as duas caíram na risada.

- Mas vocês duas são muito engraçadinhas mesmo. – Colocou as mãos na cintura. – Uma é uma ex namorada maluca e assassina, a outra é uma talarica. Que bela opções vocês me deram.

- Vai convidar a Liz pra festa? – Mel parou de rir e perguntou sério. – Mesmo com tudo que aconteceu, ela é sua amiga há anos né?

- Eu não conversei mais com ela depois que rolou tudo aquilo, eu acho que não vamos voltar a ser o que já fomos um dia. Não tem como eu confiar nela novamente. Então, a resposta é não.

- Bem melhor, porque eu não suporto essa menina, ranço é real. – Lua fez careta.

- Você tinha ranço dela sem nem conhecer, Lua.

- Mas é porque eu sempre soube que ela uma fura olho. – Deu de ombros. – Nunca foi ranço gratuito como você achava.

- Você devia ter me contado, deixou eu hospedar a cobra na minha casa.

- Se você é cega a culpa não é minha. – Lua riu e o bom humor voltar a reinar. – Tu que tinha que ser mais esperta.

- Ah, cala a boca, Lua. – Caminhou pra sala com as amigas. Aquela tarde tinha sido incrível.


Mais a noite Sophia recebeu uma mensagem de Jorge informando o horário do voo e suspirou, era ás seis, devia dormir cedo. Jorge pediu a ela que não contasse a Micael, uma vez que era uma viagem a trabalho e ele queria realmente descobrir como as coisas andavam no lugar sem a supervisão dele, coisa que não descobriria se Micael soubesse que iria.

A mulher colocou algumas poucas roupas na mochila, afinal, tinha deixado bastante coisa na casa de Micael. Deixou na cama pra dormir e conversou algum tempo com Micael.

Na manhã seguinte, antes das seis ela já estava sentada à espera de Jorge. O mesmo apareceu com uma mochila e uma cara de sono terrível. Se sentou ao lado da nora.

- Você está com uma cara péssima. – Sophia riu. – Nem parece que acorda cedo sempre.

- Dormi mal, Antônia não se sentiu muito bem a noite. – Deu de ombros. – Mas já está tudo bem agora, ela me garantiu, por isso estou fazendo essa viagem.

- Jorge, se me permite a indiscrição... – Fez uma pausa. – Vocês estão juntos?

- Quê? – Franziu a testa. – Não!

- Parece, ela está na sua casa há meses...

- Que tipo de homem eu seria se me aproveitasse da fragilidade dela por conta da doença? – Ergueu uma sobrancelha. – Eu não quis deixar ela sair lá de casa pra morar sozinha.

- Me engana que eu gosto. – Sophia deu uma risadinha. – Você é louco por ela.

- Estão chamando nosso voo! – Encerrou o assusto, se levantou e Sophia foi atrás rindo. Podia negar o quanto quisesse, mas ficariam juntos.

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