Ruínas - Capítulo 119

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- Eu não estou terminando com você. – Suspirou. – Pedindo um tempo, talvez...

- A gente sabe que essa história de tempo nunca dá certo. – Apertou as mãos dela. – Sempre acaba com tudo.

- Seja racional, não é possível que está bom pra você do jeito que está. – Fungou, as lágrimas já começando a aparecer. – Não está bom pra ninguém.

- Não é justo você fazer isso com a gente. – Se afastou um pouco. – Nem um pouco justo.

- Micael, eu estou indo passar uns dias na casa da minha mãe, só isso. – Deu de ombros. – Quando eu voltar a gente conversa de novo e se resolve de vez.

- Quantos dias? – Resmungou. – Você tem alguma ideia? – Olhou a mala da mulher. – Porque está levando roupa pra passar o resto da vida lá.

- Você sabe muito bem que eu tenho muito mais roupa e coisas do que isso ai. – Rolou os olhos. – Mas eu não sei, uma semana, duas...

- Sophia, você não vai ficar com ninguém, vai?

- Ai, meu Deus do céu. – Rangeu os dentes. – Micael, me deixa sozinha!

- Sophia...

- Não, chega dessa conversa, eu falo, falo, falo e parece que você não escuta! – Ele tinha conseguido irritar a mulher. – Eu não estou indo pra lá ficar com ninguém, mas que inferno! Me deixa sozinha. – Se levantou da cama e abriu a porta. – Agora, Micael.

- Tudo bem, eu só acho que... – Foi interrompido pela loira.

- Você não acha nada. – Apontou pro lado de fora. – Quando eu voltar a gente conversa e faz favor de não queimar as minhas coisas igual da outra vez.

- Eu não faria isso...

- Tchau. – Fechou a porta sem responder mais nada, definitivamente precisava de um tempo sozinha.

Micael passou pelos pais tão rápido que os dois não tiveram tempo de perguntar o que aconteceu. Ele saiu rumo a sua casa, não queria mais ficar ali, precisava de sossego e seus pais falariam demais na sua cabeça.

Antônia e Jorge jantaram sozinhos e conversaram um pouco sobre a atual situação do filho e da nora. O restante da comida que foi feita pra quatro pessoas, foi para geladeira. Logo os dois se despediram e cada um foi para seu quarto.

Na manhã seguinte quando Jorge se levantou para tomar banho, Sophia já estava pronta, sentada na cama, antes das cinco. Pegou a mala e foi se sentar na sala, para o que sogro não tivesse que chama-la no quarto.

Ele ficou surpreso quando a viu, mas logo abriu um sorriso e foi lhe cumprimentar com um beijo no rosto.

- Ei, você levantou cedo hein. – Brincou com ela que lhe deu um sorriso forçado.

- Pois é, estou um pouco ansiosa pra ver a minha mãe. – Ele assentiu.

- Bom, nós já vamos sair. – Avisou e a mulher balançou a cabeça. – Eu vou buscar a minha mala no quarto e a gente vai. – Saiu da sala, mas logo voltou e os dois seguiram para o aeroporto de táxi.

O vôo que estava marcado para as seis atrasou alguns minutos, mas nada preocupante, logo eles estavam sentados com destino a São Paulo. Chegaram antes das oito no aeroporto e tomaram outro táxi até o restaurante.

- Eu vou para um hotel, você quer que eu pegue um quarto pra você também? – Jorge ofereceu quando desceram do táxi, já no estacionamento do restaurante que permanecia fechado.

- Não, não, eu vou pra casa dos meus pais. – Sorriu. – Você também pode ficar lá se quiser, temos quarto de hóspedes!

- Sério? - Sorriu. – Bom, eu não conheço seus pais, acha que não vão se importar?

- Claro que não, você será muito bem vindo lá em casa! – Eu vou só confirmar primeiro se não tem ninguém lá, ai eu te ligo e passo o endereço.

- Está combinado então. – Ele balançou a cabeça. – Você quer que eu chame um táxi pra você? – Disso ao olhar em volta e perceber que o que vieram do aeroporto já tinha sumido.

- Eu chamei um Uber, chego lá rapidinho. – Sorriu. – Obrigada por tudo Jorge, até mais tarde!

- Tchau, Soph. – Deu um beijo na testa da nora quando o carro apareceu para leva-la embora.


A mãe de Sophia já aguardava ansiosa na porta desde que ela tinha avisado que estava no aeroporto, tinha acordado super cedo pra receber a filha. Quase correu para ajudar a loira a tirar a mala do carro. Sophia deu um abraço bem apertado na mãe, precisava de colo naquele momento confuso.

- Eu estou tão feliz que você veio! – Disse já dentro de casa. – Tem tanto tempo que você não vinha passar um tempo comigo, você some, não manda uma mensagem, não dá uma satisfação! – Deu uma bronca mal disfarçada e Sophia deu de ombros, tinha esquecido como sua mãe tinha mania de trata-la como criança.

- Eu estou bem, você não precisa se preocupar tanto. – Forçou um sorriso. – Vim passar uns dias com você, mas não precisa agir como se eu tivesse quatro anos tá, mãe?

- Eu não faço isso! – Fez careta. – Você comeu? – Sophia começou a rir, era mais forte que a mãe. – Eu fiz um café da manhã especial.

- Eu imagino que tenha feito. – Branca arrastou a filha até a cozinha. – Tem tudo que você gosta.

- Cadê meu pai? – Vasculhou ao redor da cozinha com o olhar.

- Está no banho ainda. – Deu de ombros. – Daqui a pouco ele desce.

- Hum, entendi. – Sophia lavou as mãos na pia e se sentou à mesa junto com a mãe. – Eu ofereci o quarto de hóspedes para o pai do Micael. – Branca se surpreendeu. – Tudo bem?

- Tudo sim! – Sorriu. – Você sempre falou muito bem dele, então com certeza será bem-vindo na nossa casa.

- Sempre falei muito bem do Micael e ele nunca foi bem vindo na nossa casa. – Ela riu com a careta da mãe.

- É claro que foi, eu só peguei raiva dele depois que ele te levou pra longe. – Sophia rolou os olhos. – E aliás, o fato de você estar aqui significa que nada está bem com ele né?

- A gente está morando junto. – Tinha certeza que já tinha comentado sobre aquilo com a mãe. – Só que o Micael tem um acessos de ciúme que estão me esgotando.

- E não é normal? – Pegou uma torrada e começou a passar patê. – Ele está inseguro.

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